NOTA 0,5 Mais uma desnecessária viagem cinematográfica à Marte resulta em um tremendo e merecido fracasso |
Filmes sobre viagens intergalácticas já tiveram seu período de auge em
um passado distante, mas as tentativas de ressuscitar este subgênero da ficção
científica entre o final da década de 1990 e o início dos anos 2000 já mostrava
que esse tipo de produção não tinha futuro. Mesmo assim vira e mexe Hollywood volta
a investir no tema, até porque existe sim um nicho de público fã dessas
aventuras, mas não em número suficiente para gerar dinheiro e ressuscitar o
gênero. Em tempos em que a população mundial respirava aliviada que o
mundo não acabou na virada do milênio, alguns produtores desatinados ainda
acreditavam que o público sonhava que a salvação da humanidade era reconstruir
a vida em outro planeta e investiram grana em Planeta Vermelho, produção que
já tinha desde sua concepção todos os ingredientes necessários
para dar errado e o resultado não foi diferente. Em primeiro lugar estreou
pouco tempo depois dos mal sucedidos Supernova
e Missão: Marte, o que já afugenta uma parcela de público que não
curte repetecos de temas, ainda mais quando as palavras fracasso ou bomba
parecem estar de formas invisíveis atreladas à obra. Como já dito, o gênero
desta fita andava para lá de capenga. Por fim, quem quer brincar de astronauta
precisa de disposição e interesse para tanto e o que vemos na tela são efeitos
especiais e cenários precários o que automaticamente tacham a produção como um
legítimo produto trash, embora a produtora Warner tenha lançado mão de um
polpudo orçamento. A trama se passa no ano de 2050, para variar em
um futuro apocalíptico quando os recursos naturais da Terra estão se esgotando
e a humanidade precisa buscar um novo lugar onde possa sobreviver. O local em
vista é o planeta Marte. O engenheiro Robby Gallagher (Val Kilmer), a
comandante Kate Bowman (Carrie-Anne Moss), o Dr. Quinn Burchenal (Tom Sizemore),
o Dr. Bud Chantillas (Terence Stamp) e os cientistas Ted Santen (Benjamin
Bratt) e Chip Pettengill (Simon Baker) formam a tripulação da sonda de
astronautas que é convocada para uma expedição para explorar as condições do
desconhecido satélite e torná-lo um lugar habitável. Quantas dezenas de anos de
pesquisas seriam necessárias para tanto? No caso temos que engolir que tal
tarefa seria a jato.
A premissa é até interessante e,
como já mencionado, a temática estava em evidência na época, afinal quando as
filmagens rolavam o temor da aproximação do novo século abriu caminho para
inúmeras hipóteses e devaneios, entre eles a possibilidade de algumas pessoas
privilegiadas serem salvas de uma catástrofe sem precedentes e darem
continuidade à raça humana em outro planeta. Até a NASA já tinha enviado sondas
para investigar e mapear o solo e as condições do planeta. A produção consegue
se sair bem até os astronautas pousarem em Marte, mas depois tudo vai ladeira
abaixo com uma narrativa desfocada com conflitos mal resolvidos e discussões
filosóficas e científicas um tanto furadas, além da participação de monstrinhos
risíveis. Não há drama, suspense, terror ou aventura aqui, apenas a angústia de
reconhecer que você desperdiçou seu tempo. O elenco, apesar dos nomes famosos,
parece perdido e trabalha sem empolgação, muito por culpa do péssimo trabalho
de direção. Ninguém brilha na produção, mas é preciso reconhecer que o visual
platinado de Val Kilmer trajando uniforme florescente garante uma lembrança bizarra
inesquecível. Diga-se de passagem, o enredo também tenta um gancho romântico
entre Gallagher e a comandante Bowman, mas também não dá em nada. Talvez o que
sobre de bom neste filme sejam os efeitos sonoros, já que até os efeitos
especiais e a cenografia são um tanto problemáticos, parecendo reciclados de
antigos filmes e seriados de TV de ficção científica. Na época o público ainda
não era tão exigente com qualidade visual, mas o mínimo que se espera de uma
produção séria é que sejam respeitados os aspectos técnicos, mas Hoffman parece
querer brincar de teatrinho escolar tamanho seu descompromisso com o realismo.
De qualquer forma, se salva também uma mensagem subliminar: a Terra está em
perigo e talvez fugir para outro planeta seja a solução em um futuro distante e
por isso mesmo os cientistas e pesquisadores continuam investigando o universo.
Para quem gosta de ficção, Planeta Vermelho até pode ser uma
pedida bacana na falta de coisa melhor, mas para a maioria ele será motivo de
tédio ou de risos. Melhor esquecer as viagens para Marte.
Suspense - 106 min - 2000
2 comentários:
Esse tipo de filme nunca me atrai. Ainda bem que não assisti.
Esse filme realmente é muito ruim...nada de proveitoso se tira dele!
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