NOTA 9,0 Robin Williams rouba a cena se disfarçando de uma simpática senhora em comédia que marcou época |
Para uma comédia familiar, nada melhor do que ter realmente uma família no centro das atenções, assim somos apresentados aos Hillards, um tradicional clã da classe média americana que aparentemente vive muito feliz, mas os chefes dessa família vira e mexe estão às turras. Daniel (Williams) é praticamente uma criança no corpo de um adulto. Ator desempregado e com um dom incrível para criar personagens e disfarçar sua voz, ele adora se divertir com seus três filhos, os adolescentes Christopher (Matthew Lawrence) e Lydia (Lisa Jakub) e a pequena Natalie (Mara Wilson). Se com a relação com eles vai as mil maravilhas o mesmo não acontece com a esposa. A gota d’água para Miranda (Sally Field) foi ver sua casa ser transformada em uma bagunça total, com direito a animais e som no último volume, durante uma festa de aniversário promovida pelo marido. Daniel se vê então desempregado e abandonado pela esposa, mas não deixa a depressão bater à sua porta e tenta uma idéia arriscada com a qual mataria dois coelhos com uma cajadada só. Para ficar perto dos filhos e ter como receber um salário ele se candidata a vaga de babá oferecida por Miranda. Disfarçado como uma respeitável velhinha com sotaque irlandês, a senhora Doubtfire, Daniel conquista a confiança da ex com alguns truques como recorrer a um restaurante para oferecer um jantar delicioso e impondo disciplina rígida aos filhos, algo que ele próprio nunca ligou. Pouco a pouco, as crianças também são conquistadas, porém, se esconder atrás de um personagem não é nada fácil, ainda mais quando Miranda surge com Stuart (Pierce Brosnan), seu novo namorado e que parece disposto a roubar o lugar de paizão e marido fiel.
São várias as cenas hilariantes que Williams protagoniza aprendendo na marra a cuidar dos filhos e das atividades domésticas, incluindo uma divertida sequência em que ele queima os enchimentos de sua roupa. Além disso, o riso é garantido pelo troca-troca de figurino do personagem e suas confusões e mentiras para despistar aqueles que não deveriam saber da existência dessa babá, como em um encontro de trabalho no qual sua criação acaba lhe rendendo um novo emprego na TV. A maquiagem da respeitável senhora consumia aproximadamente três horas de cada dia de filmagem, sacrifício recompensado por um merecido Oscar para a equipe responsável, porém, a Academia de Cinema ficou devendo a indicação para o protagonista mesmo com ele já tendo em mãos o Globo de Ouro da categoria comédia. No elenco também vale destacar a presença da graciosa Mara Wilson como a criança-xodó do longa. Com um impressionante talento, a garotinha vivia uma época gloriosa emplacando outros sucessos como Matilda e a refilmagem do clássico natalino Milagre na Rua 34, mas ao que tudo indica ela abandonou a profissão. Caminho diferente fez Pierce Brosnan que aparece aqui como um coadjuvante bem apagadinho, mas que conquistou seu espaço no cinema, principalmente após encarnar o famoso agente 007 no final da década de 1990 e começo dos anos 2000, apesar de seu talento ser considerado limitado. Já Sally Field, apesar de muito competente, amargava pequenos papéis mesmo tendo conquistado no passado dois Oscars de Melhor Atriz, mas a situação não mudou. Até hoje sua interpretação como a preocupada e metódica mãe de três filhos é seu trabalho mais reconhecido. Todavia, no conjunto todos os atores se saem bem e estão em sintonia, mas não tem jeito, Williams é a alma de Uma Babá Quase Perfeita, uma comédia que continua atualíssima. Quem dera existissem várias senhoras Doubtfire espalhadas pelo mundo. Disciplina, compreensão e mimos na medida certa. Quem sabe com essa fórmula simples muitos problemas juvenis seriam evitados e o mundo não seria o caos que é hoje.
Vencedor do Oscar de maquiagem
Comédia - 126 min - 1993
3 comentários:
Belo trabalho para relaxar e que adoro.....
Realmente o protagonista merecia uma indicação ao Oscar. Falha, mais uma, do Oscar.
Eu me lembro bastante desse filme por causa das inúmeras vezes que o vi na Sessão da Tarde. Trata-se de um "feel-good" bem humorado que me agrada, mesmo que eu não me sinta engajado no universo humorístico do cinema. Mas, sinceramente, adoro a interpretação de Robbin Williams, e, qual o Renato, do comentário acima, penso que Williams poderia conquistar uma indicação - o que seria interessante!
Um dos filmes que mais assisti na minha infância!
Parabéns pelo blog, já estou seguindo :)
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