Nota 3,0 Velha desculpa do reencontro de parentes em momento difícil aqui deixa a desejar
A carreira de Demi Moore merece
uma análise minuciosa. Na década de 1990 ela era uma disputada estrela que
emplacou sucessos como Ghost - Do Outro
Lado da Vida e Proposta Indecente,
mas parece que depois do polêmico Striptease
seu currículo ganhou uma enorme mancha motivo de repúdio por diversos
produtores e diretores. Sua imagem sensual em alguns poucos filmes acabou indo
contra sua própria carreira e soma-se a isso também sua agitada vida pessoal,
com relacionamentos fracassados e pontuados por escândalos e certas
particularidades não muito bem vistas pelo grande público. Já faz muitos anos
que a atriz só consegue participar de produções fracas, desinteressantes ou até
mesmo confusas, isso quando faz algo para o cinema, já que sua presença está
cada vez mais rara. Nem mesmo sua participação no blockbuster As Panteras - Detonando conseguiu
reavivar o interesse em seu nome. Bem, tal aventura de fato cavou ainda mais o
buraco em que já estava enfiada. De estrela do primeiro time de Hollywood, ela
acabou sendo rebaixada, e pelo visto se acostumou, a coadjuvante de luxo como
no caso do drama Lágrimas de Felicidade. O título
é um convite irresistível para quem gosta de histórias emocionantes, mas é
provável que as únicas lágrimas que o espectador irá verter são de raiva por
ter perdido tempo com algo tão insosso. Moore vive Laura que está voltando para
a casa onde passou sua infância para ajudar Joe (Rip Torn), seu pai que está
doente. Ao mesmo tempo, sua irmã Jayne (Parker Posey) também está regressando
para também ajudar, mas esse encontro forçado as obriga a confrontarem-se com
memórias afetivas e a vida familiar nada perfeita. Enquanto Laura está
convencida de que o pai necessita de cuidados e atenção permanentes, Jayne não
acredita que as coisas vão tão mal e leva tudo com menos seriedade, o que gera
diversos conflitos entre elas que não esperavam ter que dividir espaço com
Shelley (Ellen Barkin), mulher que se passa por enfermeira domiciliar para
ficar mais próxima do doente com quem mantém um romance às escondidas.
O longa dirigido e roteirizado por Mitchell Lichtenstein até que começa bem, mas a trama não consegue cativar apoiando-se em situações previsíveis conduzidas em ritmo um tanto arrastado. Aparentemente o projeto teria tudo para dar certo. Como produção que aborda com pitadas de humor o cotidiano de famílias problemáticas, temática preferida do cinema independente que já trouxe bons exemplos como A Lula e a Baleia e A Família Savage, esperava-se mais, porém, o cineasta parece reticente em explorar mais a fundo os conflitos entre as irmãs, trabalhar melhor as relações entre os personagens e, principalmente, oferecer um final que realmente leve quem assiste às lágrimas. As interpretações também deixam a desejar. Só mesmo os fanáticos por Moore devem elogiar seu trabalho e ainda assim com muita dificuldades. Sua entrega ao personagem é tímida e o gancho de que Laura viveria uma relação em banho-maria com o marido Jackson (Christian Camargo), supostamente bissexual, não recebe a atenção desejável. Posey também não vai além do esperado de uma mulher que a vida toda se acostumou a ter seus caprichos atendidos, mas também pesa contra o fato de ser pouco conhecida do público, embora seu currículo seja extenso, ainda que com excesso de papéis coadjuvantes e poucos de relevância. Moore precisaria de um nome de mais peso ao seu lado para dar credibilidade, voracidade e, principalmente, atrair público. E ainda temos a veterana Barkin decepcionando com uma interpretação que perde o tom. Filho do artista plástico Roy Lichtenstein, o maior expoente do movimento conhecido como Pop Art, um elogio à cultura de massa que marcou a década de 1960, Mitchell usa algumas referências do trabalho do pai para criar a ambientação, mas na criação do roteiro se perde sem saber muito bem a qual público desejava atingir. Pelo que foi entregue aparentemente a intenção seria atingir donas-de-casa na faixa dos 30, 40 e poucos anos que poderiam mais facilmente se identificar com o conflito. Todavia, Lágrimas de Felicidade oferece uma emoção tão fajuta e rasa que uma pia de louças para lavar deve ser um entretenimento melhor.
O longa dirigido e roteirizado por Mitchell Lichtenstein até que começa bem, mas a trama não consegue cativar apoiando-se em situações previsíveis conduzidas em ritmo um tanto arrastado. Aparentemente o projeto teria tudo para dar certo. Como produção que aborda com pitadas de humor o cotidiano de famílias problemáticas, temática preferida do cinema independente que já trouxe bons exemplos como A Lula e a Baleia e A Família Savage, esperava-se mais, porém, o cineasta parece reticente em explorar mais a fundo os conflitos entre as irmãs, trabalhar melhor as relações entre os personagens e, principalmente, oferecer um final que realmente leve quem assiste às lágrimas. As interpretações também deixam a desejar. Só mesmo os fanáticos por Moore devem elogiar seu trabalho e ainda assim com muita dificuldades. Sua entrega ao personagem é tímida e o gancho de que Laura viveria uma relação em banho-maria com o marido Jackson (Christian Camargo), supostamente bissexual, não recebe a atenção desejável. Posey também não vai além do esperado de uma mulher que a vida toda se acostumou a ter seus caprichos atendidos, mas também pesa contra o fato de ser pouco conhecida do público, embora seu currículo seja extenso, ainda que com excesso de papéis coadjuvantes e poucos de relevância. Moore precisaria de um nome de mais peso ao seu lado para dar credibilidade, voracidade e, principalmente, atrair público. E ainda temos a veterana Barkin decepcionando com uma interpretação que perde o tom. Filho do artista plástico Roy Lichtenstein, o maior expoente do movimento conhecido como Pop Art, um elogio à cultura de massa que marcou a década de 1960, Mitchell usa algumas referências do trabalho do pai para criar a ambientação, mas na criação do roteiro se perde sem saber muito bem a qual público desejava atingir. Pelo que foi entregue aparentemente a intenção seria atingir donas-de-casa na faixa dos 30, 40 e poucos anos que poderiam mais facilmente se identificar com o conflito. Todavia, Lágrimas de Felicidade oferece uma emoção tão fajuta e rasa que uma pia de louças para lavar deve ser um entretenimento melhor.
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