Nota 5,0 Condenado a morte ganha uma segunda chance, mas precisa esquecer seu passado
Voltar no tempo para reparar os
erros do passado. Ter uma segunda chance para colocar em prática o que se
aprendeu com os equívocos ou ter a oportunidade de ter uma vida completamente
diferente. Estes são temas corriqueiros no cinema e nos mais variados gêneros,
tendo produções excelentes e outras que literalmente viajam na fantasia. Entre
a Vida e a Morte tem sua dose de fantasia, mas constrói um clima bem
realista para contar a história de Ben Garvey (Paul Walker), um rapaz que leva
uma vida simples ao lado da esposa Lisa (Piper Perabo) e da pequena filha Katie
(Brooklyn Proulx), esta que só conheceu quando já estava com três anos por
estar preso devido a negócios ilegais, mas agora que sua liberdade condicional
está chegando ao fim deseja viver dignamente. Para tanto, ele se dedica ao
máximo ao trabalho que conseguiu, mas mesmo assim acaba sendo despedido quando
os donos tem acesso a sua ficha de antecedentes criminais. Poucos dias antes
ele havia recebido a visita de Ricky (Shaw Hatosy), seu irmão que também estava
preso, porém, ele não se resignou e oferece a Ben a oportunidade de participar
do roubo de uma quantidade considerável de ouro em pó pertencente a um laboratório.
Inicialmente o jovem chefe de família recusa a proposta, mas quando se vê sem
dinheiro volta atrás prometendo que este seria seu último passo em falso. Mesmo
com tudo muito bem planejado, o assalto dá errado e resulta em três mortos e na
captura de Ben que deixa de ser um ex-condenado para se tornar um réu
sentenciado à execução, embora afirme não ter matado ninguém. Dois anos se
passam e todos os recursos do condenado foram negados pela Justiça e assim ele
é submetido a uma injeção letal, no entanto, estranhamente ganha uma segunda
chance. Ben subitamente se vê em uma região campestre e afastada onde trabalha
como caseiro de uma instituição para doentes mentais comandada pelo padre Ezra
(Bob Gunton) que o alerta que sua vida antiga ficou para trás e que agora seu
foco deve ser trilhar um novo caminho.
Sem entender muito bem o que está
acontecendo, Ben acaba aceitando o conselho, mas com o passar do tempo
alucinações e flashbacks de momentos que viveu com a esposa e a filha começam a
perturbá-lo a tal ponto que o leva a investigar o que há por trás de tanta
bondade de Ezra que sob pressão acaba revelando que o próprio rapaz matou a
família e que ele também é um interno da clínica, sendo submetido a um
tratamento alternativo, uma tentativa científica com o apoio religioso de fazer
uma espécie de lavagem cerebral assim dando uma nova vida para o condenado se
regenerar. Será que a história do assalto que levou Ben a condenação é real ou
a verdade é que ele sofre de transtornos psicológicos que o fizeram esquecer o
que fez? Contando aparentemente apenas com a ajuda da psicóloga Julie (Linda
Cardelini), Ben quer provar que sua versão dos fatos é real, assim o personagem
dá a oportunidade do precocemente falecido Walker mostrar que não servia apenas
para filmes de ação, porém, o roteiro de John Patrick Glenn, também diretor da
fita, não se aprofunda muito no drama do protagonista e tampouco traz grandes
momentos de tensão, sendo que após a boa introdução é capaz do espectador
perder o foco de atenção recuperando-o apenas na reta final, embora a conclusão
seja previsível já que o grande tema é falar sobre a necessidade das pessoas
terem a chance de reconhecer erros e corrigi-los. Baseado em um conto de Evan
Astrowski, Entre a Vida e a Morte é um suspense razoável, não há
justificativa aparente para seu lançamento direto em DVD tanto no Brasil quanto
nos EUA, ainda mais por contar com uma estrela em ascensão como protagonista.
Se pensarmos bem, o longa coloca em discussão o polêmico assunto da pena de
morte de uma maneira de fácil entendimento para jovens e pessoas menos
instruídas, além de reforçar a importância da família, caráter e da escolha de
amizades. Vale uma espiada sem grandes
expectativas.
Suspense - 99 min - 2008
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