Nota 6,5 Com trama um tanto previsível, longa prende atenção graças ao carisma dos protagonistas
Podem mudar o elenco, procurar
diversificar os cenários, adicionar drama ou comédia dependendo da necessidade,
mas a premissa básica de um açucarado romance é ter em cena um casal bonito e
simpático que deve começar a história se odiando, mas que termine junto
apaixonados. Tal premissa básica é intocável e Casa
Comigo? não foge à regra, a começar pelo título que já deixa bem
explícito que o final feliz está garantido. O roteiro de Deborah Kaplan e Harry
Elfont, mesma dupla de O Melhor Amigo da
Noiva, tem como protagonista Anna (Amy Adams), uma jovem metódica que ganha
a vida como decoradora de apartamentos, atendendo principalmente noivos que
estão prestes a oficializar seus matrimônios. Seu trabalho é transformar em
realidade o sonho dos clientes, montando espaços belos e aconchegantes nos
quais eles possam imaginar o quão maravilhosa pode ser a vida a dois. Contudo,
ela própria pressente que seu casamento está longe de acontecer. Ela namora há
um bom tempo Jeremy (Adam Scott), um requisitado jovem médico que
involuntariamente (ou não) sempre a decepciona quando ela acredita que ele
finalmente vai lhe pedir para subir ao altar. As cenas iniciais do casal deixam
claro que a monotonia impera neste relacionamento. Mesmo assim, quando ele
precisa viajar para participar de um congresso em Dublin, na Irlanda, a noiva
ansiosa decide ir atrás para tirar proveito de uma tradição local: toda vez que
o ano é bissexto são as mulheres que pedem a mão do companheiro no exato dia 29
de fevereiro. Chegando lá, a moça se enrosca com diversos imprevistos, a
começar pelo mal tempo que a impede de seguir viagem de avião e precisa aceitar
a carona de Declan (Matthew Goode), um sujeito boa pinta, mas um tanto
truculento. Com um longo percurso de estrada pela frente, com direito a
clássica cena da dondoca tentando espantar vaquinhas de seu caminho com
gritinhos, sabemos bem o que vai acontecer. Anna e Declan vão trocar inúmeras
farpas, ela reclamando do jeito grosseiro dele e este, por sua vez, implicando com
o estilo patricinha da moça, mas sabemos que no final os opostos se atraem.
Se a trama não é lá essas coisas, ao menos os protagonistas seguram o interesse graças ao carisma e química que exaltam. Adams tem o perfil perfeito para interpretar mocinhas românticas e ainda consegue injetar certa impetuosidade necessária para não deixá-la chata ou insossa, mas sua interpretação só é completa graças a cumplicidade com Goode. Imprimindo um jeitão despretensioso, ele surpreende construindo um personagem que não faz questão alguma de agradar a pretendente e tampouco o espectador, simplesmente age com a naturalidade esperada de um homem rústico, alguém que cresceu em um ambiente sem muitas firulas e com o básico para sobreviver e ser feliz. Todavia, como dizem por aí, os brutos também amam, só podem demorar um pouco a ceder aos sentimentos. O diretor Anand Tucker, de A Garota da Vitrine, não dispensa a previsibilidade das situações, como um passeio demorado a um ponto turístico para forçar a perda do trem de volta ou a fuga de uma chuva inesperada que os leva a participarem por acaso de uma providencial festa de casamento. Até o clichê de fingirem estar namorando para algumas pessoas a fim de culminar em um beijo necessário para quebrar o gelo não é descartado. Vale tudo para tentar aproximar os pombinhos, mas sempre na base do vai e volta. Quando parecem se estenderem algo forçosamente acontece para gerar uma rusga. Um ponto negativo que chama a atenção é que Anna está sempre na posição de indefesa e Declan a ajuda assumindo o posto de herói. Tanta dependência acaba tirando a naturalidade do relacionamento, tudo é muito encaixadinho para o romance acontecer, mas com um rival como Jeremy, diga-se de passagem, fica fácil torcer pelo brucutu. O roteiro faz questão de não deixar dúvidas que o médico não combina nada com Anna, salvo em questão de beleza, assim desde a primeira aparição do rapaz sabemos que o casal não ficará junto. Casa Comigo? não é dos melhores exemplares do gênero, mas estranhamente foi lançado diretamente em DVD no Brasil apesar do potencial para conquistar o público cativo. Em último caso, se o esquemático gancho romântico desanimar, ao menos as belas imagens da Irlanda salvam o longa do desinteresse total.
Se a trama não é lá essas coisas, ao menos os protagonistas seguram o interesse graças ao carisma e química que exaltam. Adams tem o perfil perfeito para interpretar mocinhas românticas e ainda consegue injetar certa impetuosidade necessária para não deixá-la chata ou insossa, mas sua interpretação só é completa graças a cumplicidade com Goode. Imprimindo um jeitão despretensioso, ele surpreende construindo um personagem que não faz questão alguma de agradar a pretendente e tampouco o espectador, simplesmente age com a naturalidade esperada de um homem rústico, alguém que cresceu em um ambiente sem muitas firulas e com o básico para sobreviver e ser feliz. Todavia, como dizem por aí, os brutos também amam, só podem demorar um pouco a ceder aos sentimentos. O diretor Anand Tucker, de A Garota da Vitrine, não dispensa a previsibilidade das situações, como um passeio demorado a um ponto turístico para forçar a perda do trem de volta ou a fuga de uma chuva inesperada que os leva a participarem por acaso de uma providencial festa de casamento. Até o clichê de fingirem estar namorando para algumas pessoas a fim de culminar em um beijo necessário para quebrar o gelo não é descartado. Vale tudo para tentar aproximar os pombinhos, mas sempre na base do vai e volta. Quando parecem se estenderem algo forçosamente acontece para gerar uma rusga. Um ponto negativo que chama a atenção é que Anna está sempre na posição de indefesa e Declan a ajuda assumindo o posto de herói. Tanta dependência acaba tirando a naturalidade do relacionamento, tudo é muito encaixadinho para o romance acontecer, mas com um rival como Jeremy, diga-se de passagem, fica fácil torcer pelo brucutu. O roteiro faz questão de não deixar dúvidas que o médico não combina nada com Anna, salvo em questão de beleza, assim desde a primeira aparição do rapaz sabemos que o casal não ficará junto. Casa Comigo? não é dos melhores exemplares do gênero, mas estranhamente foi lançado diretamente em DVD no Brasil apesar do potencial para conquistar o público cativo. Em último caso, se o esquemático gancho romântico desanimar, ao menos as belas imagens da Irlanda salvam o longa do desinteresse total.
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