NOTA 9,0 Um dos maiores clássicos da Disney quase levou o estúdio para o limbo devido ao seu alto custo e fraca repercussão inicial |
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terça-feira, 31 de janeiro de 2017
A BELA ADORMECIDA
segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
AMOR IMPOSSÍVEL
NOTA 5,5 Plasticamente belo, longa é uma irregular mistura de gêneros que no final das contas não convence em nenhum |
Quem se sentir atraído pelo singelo título
certamente vai se decepcionar com esta produção assinada por Lasse Hallström,
diretor de Querido John e Sempre ao Seu Lado, recentes sucessos
entre o público feminino. Existe sim um gancho romântico em Amor
Impossível, mas ele demora a ser desenvolvido e não conquista
emocionalmente o espectador, assim muitas pessoas podem ficar com a sensação de
ter comprado gato por lebre. O título original, “Salmon Fishing in the Yemen”
(Pescando Salmão no Iêmen), já dá a dica de que o foco da produção é outro:
contar a história insólita de um milionário que desejou ter uma criação de
salmão em uma região desértica para praticar seu esporte favorito, a pesca.
Baseado no livro homônimo de Paul Torday, o pontapé inicial da história é dado
por Muhammed (Amr Waked), um xeique visionário que acredita que a pesca pode
transformar a vida de seu povo e para tanto não mede esforços, ou melhor,
dinheiro afinal ele está disposto a gastar o quanto for necessário, mas as
dificuldades quanto a implantação de seu sonho não são de sua alçada. A
consultora de investimentos Harriet Chetwode-Talbot (Emily Blunt) é então
chamada para levar a ideia até o Dr. Alfred Jones (Ewan McGregor), um
especialista britânico no assunto e o único capaz de fazer água surgir no
deserto literalmente e ainda dar cria de peixes. Na realidade, o cientista deve
oferecer o embasamento técnico, dizer o que precisaria ser feito para adequar o
clima árido ao sonho do contratante, mas a princípio o rapaz acha a história
absurda e faz pouco da oferta. Todavia, quando Patricia Maxwell (Kristin Scott
Thomas), a assessora de comunicação do Primeiro Ministro da Inglaterra, toma
conhecimento do projeto faz de tudo para que ele seja levado adiante por
motivos políticos. Os britânicos e os povos do Oriente Médio estão vivendo um
momento pouco amistoso por conta de uma ocupação no Afeganistão e uma notícia
como a da iniciativa do xeique poderia apaziguar os ânimos e desviar a atenção
daqueles que condenavam a participação dos ingleses no conflito. A assessora
pode ser vista como uma vilã, mas na realidade é apenas uma pessoa que sabe
tirar proveito das situações. Em uma ideia autêntica e inocente enxerga a
possibilidade de benefícios, talvez até financeiros, e por isso ela está ocupando
um cargo alto e de confiança. É esperta e perspicaz como só ela.
domingo, 22 de janeiro de 2017
O REI DA ÁGUA
Nota 2,0 Um dos primeiros sucessos de Adam Sandler já mostrava o ator rendido a trejeitos
Hoje todos sabemos o quanto Adam
Sandler é queridinho nos EUA, exceto pelos críticos, é claro! No início de sua
carreira, apesar de ter atuado no lendário programa "Saturday Night Live",
apostar no ator podia ser uma opção arriscada, mas a partir de 1998 seu nome
passou a ser sinônimo de polpudas bilheterias e... de más críticas também. O Rei da Água parece ter sido feito sob medida
para o ator usar e abusar de seu jeito espalhafatoso e bobalhão. O ator tenta
divertir o público gaguejando, usando voz anasalada e projetando o queixo pra
frente para intensificar piadas visuais. Nem precisava se esforçar, afinal é um
filme basicamente sustentado por uma única piada e o diretor Frank Coraci
parece ter dado carta branca para Sandler fazer o que bem entendesse diante da
câmera. Seu personagem, Bobby Boucher, é um zero à esquerda, então você já sabe
que tudo que possa dar errado e humilhar o rapaz vai acontecer. Ele é um cara
na casa dos trinta anos, solteirão e que vive sob super proteção da mãe Helen (Kathy
Bates). Desde a adolescência ele trabalha entregando garrafas de água aos
jogadores de um grande time de futebol americano e, sem estudo, ingênuo e tampouco
ambições para sua vida, acostumou-se a ser hostilizado pelos atletas com
boladas, rasteiras e tudo quanto é tipo de zoeira. Apesar de tudo, ele amava
esse emprego e fica sem chão quando de uma hora para a outra é sacaneado e
demitido pelo técnico da equipe. Ele então se oferece para trabalhar até de
graça para um pequeno time que não vence uma partida sequer há quatro anos. A
partir de então seu destino muda completamente incentivado pelo treinador Klein
(Henry Winkler) que enxerga nele um talento nato para o esporte prestando
atenção em certa peculariedade do seu comportamento. Quando irritado, Boucher extravasa
uma força descomunal e o técnico decide incorporá-lo à equipe como uma espécie
de coringa. Bastava irritá-lo antes de cada partida, geralmente o fazendo
lembrar de algum desafeto, para colocá-lo em campo para acabar com os
adversários. Como pagamento, o rapaz tem a chance de voltar a estudar.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
O DITADOR (2005)
NOTA 9,0 Fatos verídicos e ficcionais casam-se com perfeição em drama que expõe os podres da vida de um ditador pouco conhecido |
Quando você vota em um político,
principalmente para presidente e outros cargos de alto escalão, você sabia que
estará definindo não só o futuro do seu país como também pode ajudar a
interferir nos rumos da História mundial? Para tomarmos conhecimento disso é
que são de suma importância filmes como O Ditador que revela
particularidades a respeito da vida de Rafeal Leonidas Trujillo. Quem? Pois é,
seu nome dificilmente consta nos livros escolares e tampouco é mencionado
quando a ditadura é destaque em retrospectivas e especiais da imprensa, mas sua
carrasca atuação no comando da Republica Dominicana por três décadas seguidas,
tendo seu auge em meados dos anos 50, interferiu também nos caminhos traçados
por outros países. Baseado no romance “A Festa do Bode”, do peruano Mario
Vargas Llosa, o longa apresenta de forma dinâmica momentos acerca da vida
pública e pessoal do governante, interpretado brilhantemente por Tomas Milian,
que lançava mão de arrogância, autoritarismo, cinismo, chantagem e até mortes
para se manter no poder, bradando aos quatro ventos que só deixaria a política
quando estivesse morto. Assim como todas as suas ordens eram acatadas, o
destino se encarregou de mais esse pedido. Ele foi assassinado no final de maio
de 1961, mas conhecer seu desfecho não anula o potencial do longa dirigido por
Luis Llosa, primo do autor do livro. Os méritos da obra, adaptada pelo próprio
cineasta em parceria com Zachary Sklar, estão em falar sobre os sujos
bastidores da política de forma a envolver o espectador em uma trama dividia em
três partes que se intercalam. A primeira é protagonizada por Urania Cabral
(Isabella Rossellini) que em 1992 estava voltando ao seu país-natal após 31
anos de ausência. Ela vai direto para a casa do pai, Augustín Cabral (Paul Freeman),
um homem que um dia chegou a ser o Presidente do Senado, mas hoje é apenas um
velho esquecido e doente. As empregadas e parentes dele acreditam que a filha
voltou por conta de seu aniversário de 80 anos, mas na verdade ela finalmente
criou coragem para confrontar seu passado. Sem marido e nem filhos, ela é uma
advogada ávida por justiça e História de seu país, porém, ela não acha na
literatura local detalhes sórdidos sobre a vida de Trujillo e aqueles que o
cercavam. Cabral era o braço direito do ditador e muitas vezes compactuou com
seus crimes, que incluíam pedofilia, para conseguir status e bens materiais, mas
uma única vez que o afrontou foi o bastante para o político se irritar e o banir de seu grupo,
chegando a acusa-lo de desfalque na imprensa.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
O FANTASMA DE LUCY KEYES
NOTA 3,0 Monótono, previsível e sem sustos, analisando o conjunto é possível perceber ganchos e até mesmo clichês desperdiçados |
Entre os temas
mais comuns dos filmes de horror e suspense temos as casas assombradas, os
zumbis, as almas penadas, as crianças endemoniadas, os monstros clássicos, o
amor materno e... Epa! A pura e singela relação de amor e carinho entre mãe e
filho pode causar calafrios? A resposta é sim e a tendência vem de longa data. A Profecia e Halloween já demonstravam isso nos anos 70, mas nos últimos anos
esse improvável casamento de ideias ganhou força e cada vez mais é oferecido ao
público de forma banal, culpa das fitas de terror orientais que tornaram
corriqueiras as histórias de espíritos de crianças brutalmente assassinadas em
busca de um carinho de mãe, como em O
Chamado e Água Negra. Talvez
tentando adicionar um novo gostinho a essa receita o diretor e roteirista John
Stimpson resolveu inverter a ordem dos fatores, mas sem alterar o resultado. No
suspense O Fantasma de Lucy Keyes é a alma de uma mãe desesperada em
busca da filha desaparecida que tira o sono dos vivos, mas o longa repete os
erros e clichês de outros filmes semelhantes. O casal Guy (Justin Theroux) e Joanne
Cooley (Julie Delpy) estão de mudança para a pequena cidade de Princeton, na Inglaterra,
com as filhas pequenas, Molly (Kathleen Regan) e a caçula Lucy (Cassidy Hinkloe).
Eles compraram uma antiga casa localizada aos pés de uma montanha cujas terras
podem abrigar futuramente oito moinhos de ventos para geração de energia que
trariam vários benefícios para a região em termos financeiros e para o meio
ambiente. Guy é o responsável por implantar tal projeto, mas logo no primeiro
encontro para explanações ao público encontra resistência da população
extremamente tradicionalista e avessa a mudanças. Uma das manifestantes mais
fervorosas é a Sra. Gretchen Caswell (Jamie Donnelly) que dá a entender que
existe algum empecilho para a retirada da mata que envolve e cobre a montanha,
algum tipo de crença que fez com que até hoje a região se privasse do
progresso. Samantha Parker (Brooke Adams), a prefeita, diz que uma lenda boba
cerca o local, algo envolvendo os antigos donos da fazenda vizinha a
propriedade dos Cooley, mas Joanne não fica tranquila, ainda mais porque na
noite anterior a reunião ela teve estranhos pesadelos e afirma ter ouvido vozes
do lado de fora da casa.
domingo, 15 de janeiro de 2017
LUTA E GLÓRIA
Nota 3,0 Drama sobre boxeador que vence na carreira não traz novidade alguma à temática
Além do tênis, golfe e do
beisebol, o cinema americano parece ter verdadeiro fetiche pelo boxe, tanto que
produções cujo pano de fundo são os ringues de luta existem em quantidade
consideráveis e os críticos parecem gostar da temática e não poupam elogios.
Bem, nem sempre. A cada um Menina de Ouro
ou O Vencedor que surge, temos pelo
menos uns dez títulos menores como Luta e Glória lançado diretamente nas
locadoras ou na TV. O filme dirigido por Eddie O’Flaherty não é de todo ruim,
tem algumas boas passagens, mas no fundo é vazio, dispensável. A trama é
roteirizada pelo ator J. P. Davis que também a protagoniza vivendo o rebelde
Tommy Riley. Ele foi descoberto por acaso pelo caçador de talentos Marty Goldberg
(Eddie Jonnes), um veterano treinador que está desmotivado e com saudades da
época áurea do boxe. O rapaz tem habilidade para o esporte, mas treina sozinho
e apenas como distração. Na realidade ele é técnico de informática desde que
foi eliminado das Olimpíadas de 1999. Diana (Diane M. Tayler), sósia de
Goldberg, mostra a ele um vídeo de Riley e imediatamente ele decide investir na
carreira do jovem. O problema é que o rapaz também parece desmotivado. Treinado
pelo padrasto que não tinha paciência, ele foi colocado para fora de casa
quando perdeu uma importante luta e desde então desanimou do esporte, mas o
veterano treinador consegue enxergar dentro dele potencial para ser um lutador
renomado e não quer deixar que essa chama se apague. A partir daí a narrativa
segue um caminho comum. Rilley inicialmente rejeita a proposta de voltar aos
ringues, Goldberg insiste, o início da relação pupilo e aprendiz é difícil, mas
como manda a cartilha dos filmes sobre esportes é preciso que o protagonista
seja vitorioso como incentivo a espectadores que não precisam necessariamente
serem esportistas, mas devem enxergar na fita um exemplo de superação e
estímulo para buscarem seus objetivos seja na vida profissional ou afetiva.
sábado, 14 de janeiro de 2017
BRIGADAS DO TIGRE
Nota 4,0 Excesso de nomes e diálogos prolixos prejudicam obra tecnicamente perfeita
O cinema
francês costuma investir em vários gêneros, mas os dramas e os romances ainda
são o carro-chefe de sua cinematografia. Contudo, é preciso valorizar as
tentativas de surpreender com algo diferente. É uma pena que as vezes nem com
muita vontade isso seja possível como no caso de Brigadas do Tigre,
produção de época até difícil de classificar em uma categoria específica. Tem
drama, romance, toques de ação e de thriller policial e um visual caprichado
digno de épicos, porém, é enfadonho do início ao fim. A história roteirizada
por Xavier Dorison e Fabien Nury é baseada em um seriado de TV de Victor Vicas
que foi sucesso na França entre meados dos anos 70 e 80, mas inédita no Brasil.
A trama começa no ano de 1907 durante a chamada Belle Époque, período em que
uma onda de crimes sem precedentes estava aterrorizando o território francês.
Os anarquistas entram em ação promovendo atos criminosos como forma de
protestar contra a assinatura da Tríplice Aliança, um pacto entre a França, a
Inglaterra e a Rússia a fim de combater o perigo alemão, a gota d’água para o
início da Primeira Guerra Mundial. Para combater os vândalos, o Ministro do
Interior George Clemenceau, conhecido como Tigre, decide criar uma força
policial móvel. Brigadas do Tigre era um grupo formado por homens bem treinados
para usar a força e manusear armamentos que não mediam esforços para cumprir
seus objetivos de proteger a população. O príncipe russo Radetsky Bolkonski
(Aleksandr Medvedev) está prestes a chegar a Paris acompanhado de sua esposa
Constancia (Diane Kruger) para assinar o acordo político entre os países e
obviamente é um alvo potencial dos anarquistas liderados por Jules Bonnot
(Jacques Gamblin). A Brigadas do Tigre então é chamada para fazer a segurança
do nobre casal, mas conforme o comissário Valentin (Clovis Cornillac), o mais
destemido do grupo, começa a ficar mais próximo dos seus protegidos ele vai
descobrindo segredos que o envolvem em uma perigosa trama política e de
traição. Resumidinho assim o enredo é compreensível e poderia indicar um bom
filme, mas infelizmente o resultado final é confuso e desinteressante. Pelo
menos é uma ação que nos poupa de banhos de sangue, mas por outro lado a
pancadaria rola solta.
terça-feira, 10 de janeiro de 2017
SPEED RACER
NOTA 6,5 Adaptação de famoso desenho para os cinemas tem premissa boa, mas detonada pelo excesso de cores e sons que dispersam atenção |
Um filme infanto-juvenil de
sucesso pode gerar um seriado live-action ou de animação que corresponda
expectativas. O caminho inverso também pode acontecer, sendo totalmente
possível uma série de desenhos animados produzidos para TV ganhar sua versão
com atores reais para as telonas. A moda não é recente, por exemplo, nos anos
80 o brucutu Rambo já havia ganhado sua versão abrandada em animação com
episódios curtos e He-Man deu uma passadinha pelos cinemas em uma produção
trash. Na época produtos do tipo eram lançados a toque de caixa para aproveitar
a moda, mas anos mais tarde em meio a crise de criatividade hollywoodiana as
atenções foram voltadas para a nostalgia do público, assim voltaram a cena os
heróis uniformizados, carros que se transformam em robôs e até os ingênuos
Smurfs. A justificativa para escamotear a falta de ideias originais é que agora
com tecnologia avançada é possível recriar com perfeição o mundo dos desenhos
para o live-action e vice-versa. Bem, se tomarmos como exemplo Speed
Racer comprovamos tal explicação. Esse é o primeiro filme dirigido
pelos irmãos Andy e Larry Wachowski após o fim da trilogia Matrix em 2003, assim não é de se espantar que a adaptação do anime japonês “Mach Go Go Go” criado nos anos 60 por Tatsuo Yoshida (o título homônimo ao
filme foi dado quando a série animada chegou aos EUA, o que proporcionou sua
popularidade mundo a fora tirando o foco do automóvel e jogando sobre o piloto)
seja apoiada em uma avalanche de efeitos
especiais que tem como objetivo ludibriar o espectador para que ele não perceba
o roteiro fraco também criado pela dupla de diretores. A intenção era trabalhar
em um projeto de apelo popular, um filme-família cujo universo fosse de mais
fácil identificação por plateias distintas. É fato que os Wachowski são fãs
assumidos do material original e procuraram respeitar ao máximo a essência da
trama, mas ao mesmo tempo tinham que trazer na película algum diferencial que
sacudisse o cenário cinematográfico tal qual fizeram nos final da década de
1990. O problema é que o feitiço voltou contra os feiticeiros e justamente o
visual supercolorido e a frenética edição fizeram com que a aventura colhesse
críticas negativas e amargasse uma baixa bilheteria. Só os primeiros minutos já
são um verdadeiro teste para a saúde dos olhos, ouvidos e nervos dos
espectadores, principalmente para aqueles que nunca tiveram contato com sua
versão em animação, mas para quem conseguir se transportar para este universo a
diversão pode ser razoável, afinal claramente a intenção era fazer um casamento
entre atores reais e elementos de desenhos animados, uma ambientação onde
absolutamente tudo é possível.
domingo, 8 de janeiro de 2017
ENTÃO VEM O AMOR
Nota 4,0 Mulher independente conhece tardiamente o amor, mas nunca é tarde para se apaixonar
Mulher na casa
dos 30 anos, bonita, independente, destemida, realizada profissionalmente,
porém, lhe faltava alguma coisa para ser completamente feliz. Um marido
certamente. Não! Um filho é o que ela quer, realmente um homem que lhe amaria
incondicionalmente e jamais a abandonaria. Todavia, anônimo ou não, todo mundo
tem que ter um pai e é óbvio que mais cedo ou mais tarde a criança fruto de uma
produção independente vai querer conhecer suas origens e o destino pode pregar
uma peça na mamãe que tanto prezava sua individualidade. Quem nunca ouviu uma
história assim? Mudam os atores, uma coisinha aqui outra ali, mas a essência
continua a mesma. Então Vem o Amor é previsível desde o título. Julie Davidson
(Vanessa Williams) é uma colunista de jornal muito bem sucedida, especializada
em falar sobre a mulher moderna, e que sempre dedicou muito amor ao filho Jake
(Jeremy Gumbs), mas agora que o garoto está começando a entender mais as coisas
a relação dos dois começa a ficar estremecida. A falta de dedicação aos estudos
pode ser um sinal de déficit de atenção, mas os problemas do garoto, que
incluem rompantes de agressividade, também podem estar ligados a falta de uma
figura paterna em sua vida, ainda que sua mãe esteja namorando a algum tempo
com Ted (Michael Boatman), um premiado foto jornalista. Mesmo se esforçando
para suprir todas as necessidades de Jake, Julie começa a ficar incomodada com
o filho inventando coisas a respeito de um pai que idealizava para os colegas e
até mesmo pelos constantes comentários de que o garoto não parece muito com
ela, assim a jornalista decide rever a ficha do doador de esperma e começa a
desconfiar que suas características e seu perfil são bons demais para ser
verdade. Ela então decide contratar os serviços de um detetive que a leva até o
nome de Paul Cooper (Kevin Daniels), aparentemente o pai que não sonhava para
seu filho.
sábado, 7 de janeiro de 2017
11:59 - CORRIDA CONTRA O TEMPO
Nota 6,5 Produção modesta e com elenco desconhecido cumpre razoavelmente sua missão
Um bom argumento e até razoavelmente bem trabalhado pode acabar se
tornando um projeto obscuro por conta de atores desconhecidos e/ou empresa
distribuidora raquítica? O adjetivo negativo no caso de 11:59 – Corrida Contra o Tempo não é usado no sentido pejorativo,
mas sim para destacar que um suspense que cumpre seus objetivos de entreter e
intrigar o espectador e que acabou sendo esquecido desde o seu lançamento feito
pela pouco conhecida Ocean Pictures, empresa especializada em resgatar
faroestes antigos e que raramente tem algum bom produto contemporâneo em seu
catálogo. Quando tem a própria não se esforça para divulgá-lo. Escrito e
dirigido por Jamin Winans, a trama começa mostrando um dia atribulado na
redação de um telejornal que está se esforçando para dar um furo de notícia
exclusivo e ao vivo. Thomas Hastings
(Chris Kelly) é suspeito de matar duas crianças e está sendo perseguido pela
polícia e pela repórter Lisa Winders (Laura Fuller) que só deve entrar no ar no
momento exato em que o criminoso for pego. Todavia, o cinegrafista Aaron
Daugherty (Raymond Bailey) acaba levando a melhor e consegue encontrá-lo antes
mesmo da polícia flagrando a sua declaração de inocência e logo em seguida sua
prisão. Embora atrás das câmeras, o rapaz acaba sendo saudado na redação por
sua coragem e profissionalismo e sua chefe Adele (Liz Cunningham) até sinaliza
a possibilidade de em um futuro próximo ele vir a ser promovido, o que deixa
Lisa enciumada acusando o colega de fazer um jornalismo apelativo e
sensacionalista. Contudo, a moça ainda tem a chance de vir a ser reconhecida
profissionalmente caso encontre alguma ligação estranha entre Hastings e um
político para o qual prestava serviços coordenando eventos pré-eleição. Na
noite anterior ao julgamento do prisioneiro, Aaron sente-se mal em uma boate,
escuta um zumbido estranho e quando acorda está em um campo deserto. Ele pega
uma carona para retorna à cidade e então descobre que esteve desaparecido por
24 horas, mas nada se lembra sobre este período. Sua única certeza é que sua
vida está um caos. Adele pede explicações para o sumiço e apenas lhe dá uma
suspensão por levar em consideração seu ato heroico um dia antes, mas o avisa
que ele perdeu a matéria de sua vida e consequentemente a emissora saiu
perdendo.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2017
O TANGO E O ASSASSINO
NOTA 5,5 Robert Duvall aposta em trama policial com menos ação e mais conteúdo, mas acaba se perdendo nos passos de dança e na lentidão |
Robert Duvall é um intérprete que
possui um currículo extenso e ganhou em 1983 o Oscar de Melhor Ator pelo drama A Força do Carinho, mas quem se lembra
disso hoje em dia? Infelizmente o passar dos anos não foi generoso com ele ao
contrário do que aconteceu com Jack Nicholson ou Robert De Niro, por exemplo, que
foram agraciados com a maturidade, ainda que alternando bons projetos com
outros esquecíveis e períodos de ócio. Já o nome de Duvall não é tão popular,
pouco encabeçou elencos nos últimos anos, mas é certo que seu rosto é
conhecido, o problema é que seu tipo comum o faz se perder em meio a multidão
que quer conquistar ou manter espaço no cinema. Pode não contar com nenhuma
característica física que o faça se destacar, mas felizmente seu talento está
acima disso, pena que não é merecidamente reconhecido. Talvez pela falta de
bons papeis para sua idade, em 2002 o veterano criou literalmente o filme
perfeito para tentar voltar aos holofotes. Em O Tango e o Assassino ele
não é só o astro principal, mas também assinou a direção, o roteiro e a
produção deste suspense policial que acabou não fazendo muito barulho. Aqui ele
dá vida a John J., um assassino profissional nova-iorquino que esconde a
profissão da atual namorada, Maggie (Kathy Baker), e da filha dela, a pequena
Jenny (Katherine Micheaux), garota por quem ele se dedica como se fosse seu pai
verdadeiro e com quem compartilha o gosto pela dança de salão. Ele frequenta o
salão de baile de Frankie (Frank Gio), que tem como atividade paralela ser uma
espécie de empresário para o matador, aquele que articula suas missões. O plano
do momento é que John vá para a Argentina assassinar um ex-general que serviu à
ditadura militar e à repressão que assolou o povo nos anos 70, um servicinho de
no máximo três dias. O problema é que o alvo sofreu um acidente caseiro e não
chegará ao país na data prevista, assim o matador precisará ficar mais duas
semanas longe de casa e se enfurece, mas não demora a seu ânimo mudar. Para
passar o tempo ele decide passear pelos pontos turísticos de Buenos Aires e
entra por um acaso em um salão de tango onde conhece Manuela (Luciana Pedraza)
com quem passa a aprender o legítimo tango argentino com toda a sua
sensualidade implícita.
terça-feira, 3 de janeiro de 2017
AS FÉRIAS DO PEQUENO NICOLAU
NOTA 8,0 Segunda aventura do pequenino e inventivo garoto francês mantém a graça e a leveza, mas erra levemente ao dar espaço maior aos adultos |
segunda-feira, 2 de janeiro de 2017
O PEQUENO NICOLAU
NOTA 9,0 Produção francesa é uma excelente e delicada opção para agradar a todas as idades resgatando o humor ingênuo |
Já faz algum tempo que os filmes infantis deixaram de ser bobinhos para agradar também aos pais das crianças. A indústria de cinema americana cada vez mais capricha na produção de animações com piadas e situações que conquistem também os adultos, mas ainda não consegue as mesmas proezas quando quer contar uma história infantil com elenco e cenários reais. Hollywood poderia mirar então no exemplo do diretor Laurent Tirard e sua produção francesa O Pequeno Nicolau, uma fita simples, ingênua e divertida como há muito tempo não se via. A história se passa na França da década de 1950 e gira em torno do tal garoto do título. Interpretado com muita desenvoltura pelo estreante Maxime Godart, excepcional e muito cativante, o menino leva uma vida tranquila, é muito amado por sua mãe (Valérie Lamercier) e por seu pai (Kad Merad) e tem diversos amigos, com os quais se diverte um bocado. Tudo vai bem até que um dia ele houve uma história sobre irmãos mais novos que o assusta. A partir de então, o menino passa a prestar atenção no comportamento de seus pais e se surpreende. Ele acredita que sua mãe está grávida e logo entra em pânico, pois acha que assim que o bebê nascer ele não receberá mais atenção. A paranóia aumenta quando sua mãe o convida para um passeio, pois tem certeza que será abandonado na floresta. Para escapar desse terrível destino, Nicolau faz de tudo para mostrar aos pais o quanto é indispensável e, por tentar agradá-los demais, acaba cometendo vários tropeços o que faz com que eles fiquem enfurecidos. Desesperado, ele muda de tática e, com a ajuda de seus amigos desastrados, bola diversos planos para achar uma solução para seu problema. É essa ingenuidade em lidar com um medo tão comum entre as crianças que faz a fita prender a atenção.