Nota 4,0 Mulher independente conhece tardiamente o amor, mas nunca é tarde para se apaixonar
Mulher na casa
dos 30 anos, bonita, independente, destemida, realizada profissionalmente,
porém, lhe faltava alguma coisa para ser completamente feliz. Um marido
certamente. Não! Um filho é o que ela quer, realmente um homem que lhe amaria
incondicionalmente e jamais a abandonaria. Todavia, anônimo ou não, todo mundo
tem que ter um pai e é óbvio que mais cedo ou mais tarde a criança fruto de uma
produção independente vai querer conhecer suas origens e o destino pode pregar
uma peça na mamãe que tanto prezava sua individualidade. Quem nunca ouviu uma
história assim? Mudam os atores, uma coisinha aqui outra ali, mas a essência
continua a mesma.
Então Vem o Amor é previsível desde o título. Julie Davidson
(Vanessa Williams) é uma colunista de jornal muito bem sucedida, especializada
em falar sobre a mulher moderna, e que sempre dedicou muito amor ao filho Jake
(Jeremy Gumbs), mas agora que o garoto está começando a entender mais as coisas
a relação dos dois começa a ficar estremecida. A falta de dedicação aos estudos
pode ser um sinal de déficit de atenção, mas os problemas do garoto, que
incluem rompantes de agressividade, também podem estar ligados a falta de uma
figura paterna em sua vida, ainda que sua mãe esteja namorando a algum tempo
com Ted (Michael Boatman), um premiado foto jornalista. Mesmo se esforçando
para suprir todas as necessidades de Jake, Julie começa a ficar incomodada com
o filho inventando coisas a respeito de um pai que idealizava para os colegas e
até mesmo pelos constantes comentários de que o garoto não parece muito com
ela, assim a jornalista decide rever a ficha do doador de esperma e começa a
desconfiar que suas características e seu perfil são bons demais para ser
verdade. Ela então decide contratar os serviços de um detetive que a leva até o
nome de Paul Cooper (Kevin Daniels), aparentemente o pai que não sonhava para
seu filho.
Após não ter
uma boa impressão da família de Cooper, pessoas com quem ele não tem contato há
anos, Julie o encontra bebendo em um bar e um tanto desanimado. Já com segundas
intenções, ela se aproxima e logo começa a fazer perguntas um tanto pessoais e
sobre o passado do rapaz. Seu desânimo é fruto dos rumos que sua vida tomou.
Amante da cultura, Cooper queria ter se dedicado a literatura, mas seu pai o
forçou a estudar direito. Não deu certo e assim ele foi experimentando outros
cursos em diferentes áreas até que se deu conta que desejava viver muitas vidas
e nada melhor que ser um ator para isso. A carreira é difícil, mas o incentivo
que recebe da moça era tudo o que ele precisava após mais um teste em que não
passou. Quem não sabe como a história continua? É óbvio que Julie vai ficar
balançada e se questionar se o pai biológico de seu filho não é realmente o
homem da sua vida e é claro que ele vai aparecer certo dia de surpresa na casa
dela e encontrar Jake com quem rapidamente faz amizade. Contudo, quando tudo
parece estar se acertando, não poderia faltar o estratégico pedido de casamento
repentino de Ted, mesmo que ele fosse viver mais dentro de um avião a trabalho
do que em casa dedicando-se à família. E então, o que vale mais a pena? A
segurança financeira e a independência proporcionada por um ou as alegrias que
o outro poderia oferecer a uma mulher realmente apaixonada, ainda mais sabendo
que estaria unindo pai e filho de verdade? O roteiro de Caythia Jentis é
bastante preguiçoso e não faz mais nada que requentar velhas piadas, como os
constrangimentos de Julie diante dos comentários da mãe quanto sua solteirice,
ou apostar em clichês emocionais, como na cena em que Ted e Jake jogam beisebol
como se fossem parentes de sangue. A direção convencional de Richard Schenkman
só colabora para
Então Vem o Amor ser apenas um programa esquecível e para os
aficionados pelo gênero, ainda mais com a escolha de protagonistas negros o que
acentua a sensação de estar vendo um episódio esticado de algum seriado
enlatado americano.
Comédia romântica - 98 min - 2007
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