Nota 6,5 Produção modesta e com elenco desconhecido cumpre razoavelmente sua missão
Um bom argumento e até razoavelmente bem trabalhado pode acabar se
tornando um projeto obscuro por conta de atores desconhecidos e/ou empresa
distribuidora raquítica? O adjetivo negativo no caso de 11:59 – Corrida Contra o Tempo não é usado no sentido pejorativo,
mas sim para destacar que um suspense que cumpre seus objetivos de entreter e
intrigar o espectador e que acabou sendo esquecido desde o seu lançamento feito
pela pouco conhecida Ocean Pictures, empresa especializada em resgatar
faroestes antigos e que raramente tem algum bom produto contemporâneo em seu
catálogo. Quando tem a própria não se esforça para divulgá-lo. Escrito e
dirigido por Jamin Winans, a trama começa mostrando um dia atribulado na
redação de um telejornal que está se esforçando para dar um furo de notícia
exclusivo e ao vivo. Thomas Hastings
(Chris Kelly) é suspeito de matar duas crianças e está sendo perseguido pela
polícia e pela repórter Lisa Winders (Laura Fuller) que só deve entrar no ar no
momento exato em que o criminoso for pego. Todavia, o cinegrafista Aaron
Daugherty (Raymond Bailey) acaba levando a melhor e consegue encontrá-lo antes
mesmo da polícia flagrando a sua declaração de inocência e logo em seguida sua
prisão. Embora atrás das câmeras, o rapaz acaba sendo saudado na redação por
sua coragem e profissionalismo e sua chefe Adele (Liz Cunningham) até sinaliza
a possibilidade de em um futuro próximo ele vir a ser promovido, o que deixa
Lisa enciumada acusando o colega de fazer um jornalismo apelativo e
sensacionalista. Contudo, a moça ainda tem a chance de vir a ser reconhecida
profissionalmente caso encontre alguma ligação estranha entre Hastings e um
político para o qual prestava serviços coordenando eventos pré-eleição. Na
noite anterior ao julgamento do prisioneiro, Aaron sente-se mal em uma boate,
escuta um zumbido estranho e quando acorda está em um campo deserto. Ele pega
uma carona para retorna à cidade e então descobre que esteve desaparecido por
24 horas, mas nada se lembra sobre este período. Sua única certeza é que sua
vida está um caos. Adele pede explicações para o sumiço e apenas lhe dá uma
suspensão por levar em consideração seu ato heroico um dia antes, mas o avisa
que ele perdeu a matéria de sua vida e consequentemente a emissora saiu
perdendo.
Lisa também está chateada com Aaron, pois indiretamente ele foi o
responsável pelo fim de seu casamento. Sempre estressada, o marido não aguentou
sua última explosão. A repórter foi escalada para ficar na porta do tribunal
esperando o resultado do julgamento que foi favorável ao acusado, mas o
inesperado aconteceu. A morte das crianças gerou comoção pública e muitos
populares também aguardavam ansiosos a decisão e em meio a multidão estava o
pai de uma das vítimas munido de um revólver para fazer justiça com as próprias
mãos. Lisa percebeu o que iria acontecer, mas o cinegrafista que substituiu
Aaron não teve a mesma perspicácia e não conseguiu gravar o tiro, tampouco a
fuga do atirador. A falha irritou Adele e mais uma vez Lisa ficou por baixo,
mas vida que segue. A repórter e o cinegrafista tem que cumprir seus
compromissos e vão entrevistar uma senhora mexicana que teve seu neto
assassinado no dia do julgamento e seu corpo foi encontrado somente no início
da noite. A matéria é sensacionalista do jeito que a chefe gosta, no entanto, o
fato de ser uma criança estrangeira diminui o interesse dela, mesmo com a
insistência de Aaron que foi honesto ao assumir que o homem que ajudou a
prender poderia não ser realmente o assassino das crianças. Juntando pistas e
analisando melhor as datas de prisão e assassinato de Hastings com as de sumiço
e encontro do corpo do garotinho mexicano, o rapaz acredita que o verdadeiro
criminoso está a solta e a qualquer momento pode fazer novas vítimas. E agora,
como corrigir o passado? 11:59 – Corrida Contra o Tempo é um
suspense de baixo orçamento, mas extremamente eficiente ao que se propõe, ainda
que seu enredo enverede por um caminho fantasioso apostando em viagens no tempo
sem explicações. Exibido em alguns festivais independentes, o longa é bem
amarrado, é uma ótima opção para quem estuda ou vive a rotina do jornalismo e
ainda que nos minutos finais possa parecer decepcionante devido a uma longa
cena que parece indicar que muitas perguntas ficarão sem respostas, Winans
felizmente finaliza tudo de modo sucinto e rápido. Em meio a tanto lixo com
atores famosos, é puro preconceito que um filme bacaninha como esse não tenha
tido sequer um lançamento decente em DVD.
Suspense - 104 min - 2005
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