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terça-feira, 15 de dezembro de 2020
terça-feira, 1 de dezembro de 2020
sábado, 28 de novembro de 2020
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sexta-feira, 21 de agosto de 2020
sexta-feira, 17 de julho de 2020
sexta-feira, 15 de maio de 2020
sábado, 2 de maio de 2020
sábado, 18 de abril de 2020
MARA - O DEMÔNIO DO SONO
Nota 3,0 Com todos os clichês possíveis, longa não assusta e nem cria vínculos com o espectador
Nos últimos anos o gênero de
horror renovou seus ânimos com a influência e participação de vários países que
passaram a investir em produções assombrosas. Contudo, para cada obra acima da
média ou excelente devem surgir pelo menos meia dúzia de projetos desnecessários.
Produzido pelo Reino Unido, mas com todos os vícios possíveis de Hollywood, Mara - O Demônio do Sono é um desses filmes
bobos que estão sendo feitos aos montes para abastecer os diversos serviços
streaming. Eles encontram dificuldades para serem lançados em cinemas porque em
geral não animam nem mesmo seus realizadores, mas o longa em questão até teria
um bom argumento a seu favor ao abordar um assunto ainda pouco falado. A
paralisia do sono é um fenômeno que intriga a ciência e basicamente o termo é
aplicado aos casos em que o cérebro do paciente desperta antes do seu corpo.
Quem sofre desse mal fica acordado mentalmente e ainda adormecido fisicamente,
podendo assim ter alucinações comumente evoluídas para pesadelos que levam ao
estado de desespero emocional pela impossibilidade de reagir aos estímulos com
movimentos corporais. É uma condição que em nada tem a ver com fenômenos
paranormais e que praticamente todos vivenciam ao menos uma vez na vida, mas em
alguns casos começa a se manifestar com maior frequência e atrapalhando a vida
dos acometidos transformando-se em paranóia. Seria um tema dos mais
interessantes para um filme, mas infelizmente o roteirista Jonathan Frank
prefere transformar o problema em um evento sobrenatural. Kate (Olga Kurylenko)
é uma psicóloga designada para atender uma menina chamada Sophie (Mackenzie
Imsand) cujo pai foi assassinado enquanto dormia. As suspeitas recaem sobre a
esposa do falecido, Helena (Rosie Fellner), mas sua filha afirma que a
responsável foi Mara, nome que, mais tarde, é atribuído a uma entidade maligna
que ataca suas vítimas enquanto dormem. Com a suspeita presa e outras mortes
similares acontecendo, a médica resolve
participar das investigações e não demora muito para começar a ter visões da
tal criatura e desconfiar que possivelmente será uma das próximas vítimas.
domingo, 15 de março de 2020
ROBÔS
Nota 7,0 Criativa visualmente, animação deixa a desejar quanto a narrativa um tanto tradicional
Quando dirigiram A Era do Gelo, Chris Wedge e o
brasileiro Carlos Saldanha precisaram economizar nas cores, abusando do branco
e tons pastéis. Já no projeto seguinte, Robôs,
situado em uma estilizada e moderna visão de futuro, a dupla usou e abusou da
paleta de tons vívidos conferindo um visual extremamente lúdico à obra que
narra a história de Rodney Lataria, um simpático adolescente feito de lata que
cresceu em uma cidadezinha de interior. Filho de um simplório lavador de
pratos, só conseguia peças de segunda mão para as suas atualizações de idade, a
forma como os de sua espécie se desenvolvem fisicamente. O jovem sempre sonhou
em conhecer Robópolis, a terra das oportunidades onde o inventor conhecido como
Grande Soldador, ídolo de todos, dizia que todo robô nasceu para brilhar, não
importa do que seja feito. Sozinho na metrópole, Rodney percebe que as coisas
não são tão fáceis assim. O ganancioso Dom Aço aposentou o famoso inventor do
comando de sua empresa de criação das peças de montagem e reposição e agora
lidera uma renovação no mercado, negando acesso aos itens necessários para
realizar a manutenção de alguns modelos que julga ultrapassados. Ao descobrir
que a maioria dos robôs estão condenados a virar sucata, o jovem herói de lata
decide enfrentar o magnata em nome dos ideais defendidos pelo lendário
Soldador, devolvendo um direito básico a todos os seus semelhantes. Assim a
narrativa mostra-se mais um conto sobre superação e força de vontade no qual os
fracos e oprimidos devem combater os fortes e suas injustiças, o argumento
básico de todas as animações voltadas ao público infantil, mas com um verniz
especial para vender criatividade aos adultos com uma bem-vinda crítica ao
consumismo. Poderia ser um caso de hipocrisia um desenho anticonsumo visar a
venda de brinquedos e guloseimas estampados com os personagens, mas as vendas
de bugigangas agregadas ao longa não foram lá muito significativas.
domingo, 8 de março de 2020
UM HOTEL BOM PRA CACHORRO
Nota 3,5 Previsível e com péssimas atuações, ao menos somos poupados de cachorros falantes
Filmes cujas estrelas principais
são astros peludinhos e de quatro patas tem um nicho de mercado exclusivo,
porém, seu público depende da renovação. A criança que hoje se diverte vendo as
estripulias de cachorrinhos fofinhos pode amanhã não ver mais graça alguma, mas
certamente seu lugar como telespectador não encontrará dificuldades para ser
preenchido. Talvez antenados que a infância está cada mais passageira,
produtores tem deixado um pouco de lado os cãezinhos falantes e buscando mais
realismo quando se tem os bichanos como chamariz. Apesar do título, Um Hotel Bom Pra Cachorro não é como aquelas
velhas sessões da tarde que constrangiam com animais mal dublados e adestrados
ao extremo, embora mantenha a inocência e o parco humor característicos de
produções do tipo. Na trama somos apresentados aos irmãos Andi (Emma Roberts) e
Bruce (Jake T. Austin), adolescentes órfãos que passam por dificuldades para
encontrarem tutores para criá-los apesar de todos os esforços de Bernie (Don
Cheadle), o assistente social. Muito arteiros, eles estão passando por um novo
período de adaptação agora vivendo há cerca de dois meses com os desajustados
Carl (Kevin Dillon)e Lois (Lisa Kudrow), roqueiros desprovidos de talento que
claramente só aceitam a tarefa por conta do dinheiro que o Estado oferece. Os
jovens tem como única alegria a companhia do cãozinho de estimação Sexta-Feira,
mas que precisam tomar conta às escondidas dos cuidadores. Certa vez, o
animalzinho descobre um hotel abandonado habitado por outros dois cachorrinhos sem
donos que os irmãos decidem ajudar, mas não demora muito para estarem
protegendo dezenas de outros ameaçados de serem capturados pela carrocinha e
possivelmente terem como destino o sacrifício. Eles contam com a ajuda de Dave
(Johnny Simmons) e Heather (Kyla Pratt), funcionários de um pet shop que ajudam
a engrossar a lista de hóspedes, e também do vizinho Mark (Troy Gentile) para
bolarem soluções práticas e criativas para darem conta da bicharada sem
chamarem a atenção.
sábado, 7 de março de 2020
ED GEIN - O SERIAL KILLER
Nota 6,0 Cinebiografia de famoso e cruel assassino peca por focar mais o lado dramático da história
O que os filmes Psicose, o
em preto-e-branco do genial Alfred Hitchcock, O Massacre da Serra Elétrica,
o original setentista, e o oscarizado O Silêncio dos Inocentes tem em
comum além do fato de serem clássicos do horror e suspense? A resposta é a
inspiração na história real de Edward Gein, um dos mais bizarros casos de
assassinos em série que os EUA já teve. Tantos filmes excelentes “homenagearam”
o psicopata que era de se esperar que seu próprio filme fosse surpreendente,
mas infelizmente Ed Gein – O Serial Killer não
está à altura. Steve Railsback interpreta o personagem-título, morador de uma
pacata cidade de interior dividindo a casa com Augusta (Carrie Snodgress), sua
mãe que, apesar de bastante severa e religiosa, causava um doentio fascínio ao filho.
Desde pequeno ele acompanhava George (Bill Cross), seu pai, ao matadouro da
família, assim estava acostumado a ver animais sendo extirpados e pendurados em
ganchos para o sangue escorrer, cenas que também o hipnotizavam, mas em casa se
submetia a atos de penitência e desprezo, além da leitura de trechos da Bíblia,
em busca de purificação. A morte do pai e do irmão Henry (Brian Evers) não afetaram
Ed tanto quanto a perda de sua mãe, que acabou descontrolado e adquirindo estranhos
hábitos como ler a respeito de canibalismo, reencarnação e estudos sobre a anatomia
feminina. Não demora muito para começar a furtar cadáveres de mulheres para
realizar experiências mórbidas e com partes de seus corpos desenvolver objetos macabros
como braceletes, tigelas, cintos entre tantas outras coisas feitos à base de
pele e vísceras humanas, inclusive roupas. Sentindo-se completamente desamparado
sem Augusta, fruto de uma criação mimada e rígida, Gein comete estes atos na ânsia
de aplacar sua dor, assim mata a quem considera pecadoras como uma maliciosa
garçonete, uma esnobe vendedora e quem mais passasse pelo seu caminho e acreditasse
não seguir os preceitos religiosos que aprendeu. Com cadáveres frescos, além de
retirar a pele, ele ainda drenava o sangue da mesma forma que aprendeu a fazer
com os animais.
sábado, 29 de fevereiro de 2020
CASA COMIGO?
Nota 6,5 Com trama um tanto previsível, longa prende atenção graças ao carisma dos protagonistas
Podem mudar o elenco, procurar
diversificar os cenários, adicionar drama ou comédia dependendo da necessidade,
mas a premissa básica de um açucarado romance é ter em cena um casal bonito e
simpático que deve começar a história se odiando, mas que termine junto
apaixonados. Tal premissa básica é intocável e Casa
Comigo? não foge à regra, a começar pelo título que já deixa bem
explícito que o final feliz está garantido. O roteiro de Deborah Kaplan e Harry
Elfont, mesma dupla de O Melhor Amigo da
Noiva, tem como protagonista Anna (Amy Adams), uma jovem metódica que ganha
a vida como decoradora de apartamentos, atendendo principalmente noivos que
estão prestes a oficializar seus matrimônios. Seu trabalho é transformar em
realidade o sonho dos clientes, montando espaços belos e aconchegantes nos
quais eles possam imaginar o quão maravilhosa pode ser a vida a dois. Contudo,
ela própria pressente que seu casamento está longe de acontecer. Ela namora há
um bom tempo Jeremy (Adam Scott), um requisitado jovem médico que
involuntariamente (ou não) sempre a decepciona quando ela acredita que ele
finalmente vai lhe pedir para subir ao altar. As cenas iniciais do casal deixam
claro que a monotonia impera neste relacionamento. Mesmo assim, quando ele
precisa viajar para participar de um congresso em Dublin, na Irlanda, a noiva
ansiosa decide ir atrás para tirar proveito de uma tradição local: toda vez que
o ano é bissexto são as mulheres que pedem a mão do companheiro no exato dia 29
de fevereiro. Chegando lá, a moça se enrosca com diversos imprevistos, a
começar pelo mal tempo que a impede de seguir viagem de avião e precisa aceitar
a carona de Declan (Matthew Goode), um sujeito boa pinta, mas um tanto
truculento. Com um longo percurso de estrada pela frente, com direito a
clássica cena da dondoca tentando espantar vaquinhas de seu caminho com
gritinhos, sabemos bem o que vai acontecer. Anna e Declan vão trocar inúmeras
farpas, ela reclamando do jeito grosseiro dele e este, por sua vez, implicando com
o estilo patricinha da moça, mas sabemos que no final os opostos se atraem.
sábado, 15 de fevereiro de 2020
LADRONAS DE ALMAS
Nota 7,5 Terror mexicano mistura zumbis e fatos históricos e coloca mocinhas dúbias em destaque
Filmes com zumbis existem aos
montes na filmografia hollywoodiana, aliás poderia até ser considerado um subgênero
tamanha importância e quantidade de obras no estilo, contudo, não é uma
propriedade ianque. Qualquer país tem o direito de explorar o filão, basta ter
criatividade e coragem para enfrentar as críticas que certamente já seriam
disparadas antes mesmo das fitas serem lançadas. Puro preconceito como prova Ladronas de Almas, produção do México que não joga
simplesmente na tela mortos-vivos sedentos por carne humana, mas os
contextualiza em um aspecto da História do país, a Guerra da Independência. Em
1815, um grupo de mercenários chega a uma fazenda habitada por uma família
aristocrática aparentemente decadente, os Cordero, para pedir asilo por alguns
dias e se apresentam como desertores do conflito. Embora já tenha sofrido com a
traição de outros que tentou ajudar no passado, Don Agustín (Luis Gatica), o patriarca,
permite que eles fiquem, mas com a condição de que não saiam em hipótese alguma
a noite do abrigo que lhes fora destinado. O local é cercado de lendas sobre
ruídos e visões noturnas estranhos, mas os insurgentes, como eram conhecidos os
rebeldes, acreditam que tudo não passa de invenções para evitar que estranhos
invadam a propriedade da família em busca do ouro que escondem, real motivo que
os levou até lá. De quebra, eles esperam encontrar o antigo capitão do bando
que meses atrás desapareceu nas imediações da mesma fazenda. No entanto, esses
criminosos não contavam com a astúcia e determinação de Maria (Sofia Sisniega),
Roberta (Natasha Dupeyrón) e Camila (Ana Sofia Durán), as filhas de Augustín, garotas
astutas e determinadas que aprenderam a se defender após a morte da mãe por outro
grupo de insurgentes e contam com um trunfo: dominam a magia de trazer mortos
de volta a vida e escravizá-los. Assim contam com a ajuda de um zumbi (Pablo
Valentín) para estragar os planos dos invasores, além de Indalésio (Harding
Junior), um criado de confiança.
domingo, 12 de janeiro de 2020
JOGO SINISTRO
Nota 3,5 Apesar de bem feito, terror peruano faz coletânea enfadonha de clichês hollywoodianos
Assim como o cinema oriental já
teve sua fase de ser considerado o reduto das produções de horror, entrando em
decadência com o excesso de produções repetitivas e refilmagens americanas, não
demorou muito para a indústria espanhola e latina sentir os efeitos negativos
do sucesso. O frescor e criatividade trazidos por produções como O Orfanato e
Rec pouco a pouco foram cedendo espaço para a repetição de ideias e os mais
manjados clichês do gênero, culminando em produções esquecíveis e que na
ausência das videolocadoras acabam servindo para rechear os serviços de
streaming , tapar buraco em canais fechados ou na pior das hipóteses figurar
entre as exclusividades de sites de pirataria devido a falta de distribuidores.
Jogo Sinistro conseguiu abrigo no
catálogo da Netflix, mas seu título genérico já é uma baita contrapropaganda. De
fato, trata-se de uma produção bastante comum, sem nenhum grande atrativo. Talvez
o imbróglio envolvendo seu lançamento seja mais interessante que seu próprio
enredo. Fernanda (Milene Vásquez) é psicóloga em uma instituição no México que
cuida de pacientes com transtornos mentais severos e fica bastante abalada com o
aparente suicídio de um deles. Ela ganha o direito de se ausentar por alguns
dias para descansar e aproveitar para cuidar de Úrsula (Claudia Dammert), que
também sofre de distúrbios psiquiátricos e está internada em uma clínica no
Peru. Ela e o filho pequeno Julio (Matías Raygada) foram indicados a se hospedar
em um prédio em específico e são recebidos de forma muito hospitaleira pela
simpática Rosa (Attilia Boschetti), uma senhora que até se prontifica a cuidar quando
necessário do garoto que logo na primeira noite percebe que não terá paz no
novo endereço. Da janela de seu quarto ele vê o vulto de uma garota de idade
semelhante a sua e a mesma começa a aparecer para ele com frequência cada vez
maior, mas não tem como avisar ninguém sobre o que está acontecendo por ser
mudo. Claro que chega um momento em que a mãe se dará conta de que algo ou alguém
está perseguindo seu filho e passará a investigar, culminando em informações
que podem ligar as estranhas aparições à sua própria mãe. Úrsula estaria
envolvida com as mortes de crianças que teriam a ver com rituais usando a
famosa tábua ouija, artefato utilizado para fazer comunicação com os mortos.
Assim, as aparições do tal espírito podiam ser um aviso de que Julio poderia
ser a próxima vítima.
sábado, 11 de janeiro de 2020
CEMITÉRIO GERAL
Nota 5,5 Primeiro filme de terror peruano vale pelo empenho, mas não traz novidade alguma
Depois da febre das fitas de
horror oriundas de países asiáticos, os países latinos viraram o berço do
gênero com produções de destaque inclusive em festivais. Nosso país-vizinho
Peru também não ficou de fora e em 2013 lançava sua primeira obra de terror, Cemitério Geral, uma trama genérica que não apresenta
absolutamente nada de novo, mas que acaba revelando-se acima da média se comparada
a outros produtos semelhantes produzidos em Hollywood. O enredo nos apresenta à
Pablo (Jürgen Gómez), um jovem que tem como hobby gravar tudo o que julga ser
interessante, assim ele decide registrar uma tentativa de seus amigos fazerem
comunicação com os mortos. O pai de Andrea (Airam Galliani) sofreu um acidente
de carro, mas se manteve vivo durante certo tempo na tentativa de conseguir se
despedir da filha, contudo, a moça acabou chegando tarde demais e o arrependimento
a afetou profundamente a ponto de a fazer perder o interesse pelos estudos e
pelo contato social. Sua amiga Mayra (Diva Rivera) então a convence a
experimentar uma comunicação com o outro mundo usando letras e uma moeda, uma
tentativa caseira de reproduzir a famosa tábua ouija, um instrumento que, surpreendentemente,
tem suas origens creditadas em solo americano, embora as razões para sua
criação sejam diversas. Em uma primeira tentativa nada acontece, então elas
decidem usar o tabuleiro em uma espécie de ritual dentro de um cemitério (de
mesmo nome que intitula o longa) para facilitar o contato com o além. Junto com
as garotas e o rapaz também participam da sessão a pequena Evita (Flavia Trujillo),
o desengonçado Julio (César Menéndez) e o metido a engraçadinho Gabriel (Nikko
Ponce). Desta vez o grupo utiliza uma verdadeira tábua ouija fornecida pela tia
de Mayra que é médium. Como manda a cartilha do gênero, obviamente o
experimento dá errado mais uma vez, ou melhor, em termos. Andrea não consegue
fazer contato com o espírito do pai, mas o ritual acaba trazendo para o mundo
dos vivos uma entidade maléfica que possui o corpo de Evita.
quarta-feira, 1 de janeiro de 2020
A FORMA DA ÁGUA
NOTA 9,0 Em tom de fábula, acrescido de temas atuais e relevantes, longa conta uma história de amor atípica ao mesmo que exalta os diferentes |
O clássico conto de "A Bela
e a Fera" apresenta uma história de amor entre uma jovem comum e um
monstro, mas ao final, descobrindo o sentimento do amor, ele se transforma em
um belo rapaz. Na vida real tal mágica não acontece, mas por que não amar o
feio ou esquisito? Uma ode aos desajustados, aos incompreendidos, esta é a
grande proposta da fantasia com toques de drama e romance A Forma
da Água, mais um imaginativo filme assinado pelo espanhol
Guillermo del Toro. Lançado no Festival de Veneza, no qual sagrou-se campeão, o
longa seguiu uma vitoriosa carreira arrebatando diversos prêmios até culminar
no merecido Oscar. Pode-se dizer que o diretor fez uma adaptação do clássico
"O Monstro da Lagoa Negra" para contar uma história de amor nascida
em meio a época da Guerra Fria. Em meados da década de 1960, Eliza Esposito
(Sally Hawkins) é uma solitária mulher e sem o dom da fala desde a infância por
conta de um ferimento que destruiu suas cordas vocais, mas nem por isso é uma
pessoa infeliz. Faxineira noturna em uma base secreta do governo
norte-americano, ela tem bastante serviço diariamente, incluindo os cuidados
com o laboratório, local que recebe em segredo uma estranha criatura aquática,
com característica humanas e simultaneamente anfíbias, capturada nos confins da
América do Sul. Ela foi trazida pelo sádico e moralista agente policial Richard
Strickland (Michael Shannon), a própria personificação do racismo, sexismo e
complexo de superioridade. Curiosa, a auxiliar de limpeza acaba descobrindo o
que os cientistas tanto prezam em esconder e se afeiçoa ao tal ser e é
correspondida, fazendo jus ao ditado popular que diz que quem ama o feio bonito
lhe parece. Nas madrugadas, eles escutam música, comem ovos cozidos e acabam se
apaixonando, muito pelo fator da identificação já que ambos demonstram extrema
generosidade e não conseguem se comunicar por falas, apenas por gestos e
olhares. Quando os agentes do governo decidem usar a descoberta como cobaia nos
processos da corrida espacial, Eliza decide protegê-lo e conta a com a ajuda de
Giles (Richard Jenkins), seu vizinho, Zelda (Octavia Spencer), sua colega de
trabalho, e do Dr. Robert Hoffstetler (Michael Stuhlbarg), um cientista que se
encontra em um dilema moral em meio a um mundo político.