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terça-feira, 15 de dezembro de 2020

A CASA


Nota 4 Longa garante amedrontadora experiência, mas derrapa ao tentar solucionar seus mistérios

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

A ESCOLHA DE SOFIA


Nota 10,0 Meryl Streep rouba a cena como mulher que tenta superar a culpa de dolorosa decisão

sábado, 28 de novembro de 2020

A NOITE DOS MORTOS-VIVOS (1990)


Nota 8,5 Refilmagem preserva o tom crítico de obra original com bem-vindas atualizações na trama

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

OS FANTASMAS SE DIVERTEM


Nota 9,0 Irônica e com fundo melancólico, comédia poderia explorar melhor seus tipos excêntricos 

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

OS ESQUECIDOS (2004)


Nota 3,0 Apesar do início promissor e boa atmosfera, nem Julianne Moore salva suspense tolo

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

RIPPER - MENSAGEIRO DO INFERNO


Nota 2,0 Mesmo buscando inspiração em lendário assassino, terror não sai do lugar comum

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

HOTEL DA MORTE (2011)


Nota 2,0 Bom argumento é desperdiçado em filme lento que evita clichês neste caso necessários

sexta-feira, 17 de julho de 2020

JOGO PERIGOSO (2017)


Nota 6,5 Com limitações cênicas, suspense privilegia o viés psicológico e o clima de claustrofobia

sexta-feira, 15 de maio de 2020

O INQUILINO (2009)


Nota 4 Com duas tramas paralelas, longa perde fio da meada e é desenvolvido de forma enfadonha

sábado, 2 de maio de 2020

DEMÔNIOS (2006)


Nota 1 Longa enfadonho recicla, e de forma péssima, os clichês manjados acerca de possessões

sábado, 18 de abril de 2020

MARA - O DEMÔNIO DO SONO

Nota 3,0 Com todos os clichês possíveis, longa não assusta e nem cria vínculos com o espectador

Nos últimos anos o gênero de horror renovou seus ânimos com a influência e participação de vários países que passaram a investir em produções assombrosas. Contudo, para cada obra acima da média ou excelente devem surgir pelo menos meia dúzia de projetos desnecessários. Produzido pelo Reino Unido, mas com todos os vícios possíveis de Hollywood, Mara - O Demônio do Sono é um desses filmes bobos que estão sendo feitos aos montes para abastecer os diversos serviços streaming. Eles encontram dificuldades para serem lançados em cinemas porque em geral não animam nem mesmo seus realizadores, mas o longa em questão até teria um bom argumento a seu favor ao abordar um assunto ainda pouco falado. A paralisia do sono é um fenômeno que intriga a ciência e basicamente o termo é aplicado aos casos em que o cérebro do paciente desperta antes do seu corpo. Quem sofre desse mal fica acordado mentalmente e ainda adormecido fisicamente, podendo assim ter alucinações comumente evoluídas para pesadelos que levam ao estado de desespero emocional pela impossibilidade de reagir aos estímulos com movimentos corporais. É uma condição que em nada tem a ver com fenômenos paranormais e que praticamente todos vivenciam ao menos uma vez na vida, mas em alguns casos começa a se manifestar com maior frequência e atrapalhando a vida dos acometidos transformando-se em paranóia. Seria um tema dos mais interessantes para um filme, mas infelizmente o roteirista Jonathan Frank prefere transformar o problema em um evento sobrenatural. Kate (Olga Kurylenko) é uma psicóloga designada para atender uma menina chamada Sophie (Mackenzie Imsand) cujo pai foi assassinado enquanto dormia. As suspeitas recaem sobre a esposa do falecido, Helena (Rosie Fellner), mas sua filha afirma que a responsável foi Mara, nome que, mais tarde, é atribuído a uma entidade maligna que ataca suas vítimas enquanto dormem. Com a suspeita presa e outras mortes similares acontecendo,  a médica resolve participar das investigações e não demora muito para começar a ter visões da tal criatura e desconfiar que possivelmente será uma das próximas vítimas.

domingo, 15 de março de 2020

ROBÔS

Nota 7,0 Criativa visualmente, animação deixa a desejar quanto a narrativa um tanto tradicional

Quando dirigiram A Era do Gelo, Chris Wedge e o brasileiro Carlos Saldanha precisaram economizar nas cores, abusando do branco e tons pastéis. Já no projeto seguinte, Robôs, situado em uma estilizada e moderna visão de futuro, a dupla usou e abusou da paleta de tons vívidos conferindo um visual extremamente lúdico à obra que narra a história de Rodney Lataria, um simpático adolescente feito de lata que cresceu em uma cidadezinha de interior. Filho de um simplório lavador de pratos, só conseguia peças de segunda mão para as suas atualizações de idade, a forma como os de sua espécie se desenvolvem fisicamente. O jovem sempre sonhou em conhecer Robópolis, a terra das oportunidades onde o inventor conhecido como Grande Soldador, ídolo de todos, dizia que todo robô nasceu para brilhar, não importa do que seja feito. Sozinho na metrópole, Rodney percebe que as coisas não são tão fáceis assim. O ganancioso Dom Aço aposentou o famoso inventor do comando de sua empresa de criação das peças de montagem e reposição e agora lidera uma renovação no mercado, negando acesso aos itens necessários para realizar a manutenção de alguns modelos que julga ultrapassados. Ao descobrir que a maioria dos robôs estão condenados a virar sucata, o jovem herói de lata decide enfrentar o magnata em nome dos ideais defendidos pelo lendário Soldador, devolvendo um direito básico a todos os seus semelhantes. Assim a narrativa mostra-se mais um conto sobre superação e força de vontade no qual os fracos e oprimidos devem combater os fortes e suas injustiças, o argumento básico de todas as animações voltadas ao público infantil, mas com um verniz especial para vender criatividade aos adultos com uma bem-vinda crítica ao consumismo. Poderia ser um caso de hipocrisia um desenho anticonsumo visar a venda de brinquedos e guloseimas estampados com os personagens, mas as vendas de bugigangas agregadas ao longa não foram lá muito significativas.

domingo, 8 de março de 2020

UM HOTEL BOM PRA CACHORRO

Nota 3,5 Previsível e com péssimas atuações, ao menos somos poupados de cachorros falantes

Filmes cujas estrelas principais são astros peludinhos e de quatro patas tem um nicho de mercado exclusivo, porém, seu público depende da renovação. A criança que hoje se diverte vendo as estripulias de cachorrinhos fofinhos pode amanhã não ver mais graça alguma, mas certamente seu lugar como telespectador não encontrará dificuldades para ser preenchido. Talvez antenados que a infância está cada mais passageira, produtores tem deixado um pouco de lado os cãezinhos falantes e buscando mais realismo quando se tem os bichanos como chamariz. Apesar do título, Um Hotel Bom Pra Cachorro não é como aquelas velhas sessões da tarde que constrangiam com animais mal dublados e adestrados ao extremo, embora mantenha a inocência e o parco humor característicos de produções do tipo. Na trama somos apresentados aos irmãos Andi (Emma Roberts) e Bruce (Jake T. Austin), adolescentes órfãos que passam por dificuldades para encontrarem tutores para criá-los apesar de todos os esforços de Bernie (Don Cheadle), o assistente social. Muito arteiros, eles estão passando por um novo período de adaptação agora vivendo há cerca de dois meses com os desajustados Carl (Kevin Dillon)e Lois (Lisa Kudrow), roqueiros desprovidos de talento que claramente só aceitam a tarefa por conta do dinheiro que o Estado oferece. Os jovens tem como única alegria a companhia do cãozinho de estimação Sexta-Feira, mas que precisam tomar conta às escondidas dos cuidadores. Certa vez, o animalzinho descobre um hotel abandonado habitado por outros dois cachorrinhos sem donos que os irmãos decidem ajudar, mas não demora muito para estarem protegendo dezenas de outros ameaçados de serem capturados pela carrocinha e possivelmente terem como destino o sacrifício. Eles contam com a ajuda de Dave (Johnny Simmons) e Heather (Kyla Pratt), funcionários de um pet shop que ajudam a engrossar a lista de hóspedes, e também do vizinho Mark (Troy Gentile) para bolarem soluções práticas e criativas para darem conta da bicharada sem chamarem a atenção.

sábado, 7 de março de 2020

ED GEIN - O SERIAL KILLER

Nota 6,0 Cinebiografia de famoso e cruel assassino peca por focar mais o lado dramático da história

O que os filmes Psicose, o em preto-e-branco do genial Alfred Hitchcock, O Massacre da Serra Elétrica, o original setentista, e o oscarizado O Silêncio dos Inocentes tem em comum além do fato de serem clássicos do horror e suspense? A resposta é a inspiração na história real de Edward Gein, um dos mais bizarros casos de assassinos em série que os EUA já teve. Tantos filmes excelentes “homenagearam” o psicopata que era de se esperar que seu próprio filme fosse surpreendente, mas infelizmente Ed Gein – O Serial Killer não está à altura. Steve Railsback interpreta o personagem-título, morador de uma pacata cidade de interior dividindo a casa com Augusta (Carrie Snodgress), sua mãe que, apesar de bastante severa e religiosa, causava um doentio fascínio ao filho. Desde pequeno ele acompanhava George (Bill Cross), seu pai, ao matadouro da família, assim estava acostumado a ver animais sendo extirpados e pendurados em ganchos para o sangue escorrer, cenas que também o hipnotizavam, mas em casa se submetia a atos de penitência e desprezo, além da leitura de trechos da Bíblia, em busca de purificação. A morte do pai e do irmão Henry (Brian Evers) não afetaram Ed tanto quanto a perda de sua mãe, que acabou descontrolado e adquirindo estranhos hábitos como ler a respeito de canibalismo, reencarnação e estudos sobre a anatomia feminina. Não demora muito para começar a furtar cadáveres de mulheres para realizar experiências mórbidas e com partes de seus corpos desenvolver objetos macabros como braceletes, tigelas, cintos entre tantas outras coisas feitos à base de pele e vísceras humanas, inclusive roupas. Sentindo-se completamente desamparado sem Augusta, fruto de uma criação mimada e rígida, Gein comete estes atos na ânsia de aplacar sua dor, assim mata a quem considera pecadoras como uma maliciosa garçonete, uma esnobe vendedora e quem mais passasse pelo seu caminho e acreditasse não seguir os preceitos religiosos que aprendeu. Com cadáveres frescos, além de retirar a pele, ele ainda drenava o sangue da mesma forma que aprendeu a fazer com os animais.

sábado, 29 de fevereiro de 2020

CASA COMIGO?

Nota 6,5 Com trama um tanto previsível, longa prende atenção graças ao carisma dos protagonistas

Podem mudar o elenco, procurar diversificar os cenários, adicionar drama ou comédia dependendo da necessidade, mas a premissa básica de um açucarado romance é ter em cena um casal bonito e simpático que deve começar a história se odiando, mas que termine junto apaixonados. Tal premissa básica é intocável e Casa Comigo? não foge à regra, a começar pelo título que já deixa bem explícito que o final feliz está garantido. O roteiro de Deborah Kaplan e Harry Elfont, mesma dupla de O Melhor Amigo da Noiva, tem como protagonista Anna (Amy Adams), uma jovem metódica que ganha a vida como decoradora de apartamentos, atendendo principalmente noivos que estão prestes a oficializar seus matrimônios. Seu trabalho é transformar em realidade o sonho dos clientes, montando espaços belos e aconchegantes nos quais eles possam imaginar o quão maravilhosa pode ser a vida a dois. Contudo, ela própria pressente que seu casamento está longe de acontecer. Ela namora há um bom tempo Jeremy (Adam Scott), um requisitado jovem médico que involuntariamente (ou não) sempre a decepciona quando ela acredita que ele finalmente vai lhe pedir para subir ao altar. As cenas iniciais do casal deixam claro que a monotonia impera neste relacionamento. Mesmo assim, quando ele precisa viajar para participar de um congresso em Dublin, na Irlanda, a noiva ansiosa decide ir atrás para tirar proveito de uma tradição local: toda vez que o ano é bissexto são as mulheres que pedem a mão do companheiro no exato dia 29 de fevereiro. Chegando lá, a moça se enrosca com diversos imprevistos, a começar pelo mal tempo que a impede de seguir viagem de avião e precisa aceitar a carona de Declan (Matthew Goode), um sujeito boa pinta, mas um tanto truculento. Com um longo percurso de estrada pela frente, com direito a clássica cena da dondoca tentando espantar vaquinhas de seu caminho com gritinhos, sabemos bem o que vai acontecer. Anna e Declan vão trocar inúmeras farpas, ela reclamando do jeito grosseiro dele e este, por sua vez, implicando com o estilo patricinha da moça, mas sabemos que no final os opostos se atraem.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

LADRONAS DE ALMAS

Nota 7,5 Terror mexicano mistura zumbis e fatos históricos e coloca mocinhas dúbias em destaque

Filmes com zumbis existem aos montes na filmografia hollywoodiana, aliás poderia até ser considerado um subgênero tamanha importância e quantidade de obras no estilo, contudo, não é uma propriedade ianque. Qualquer país tem o direito de explorar o filão, basta ter criatividade e coragem para enfrentar as críticas que certamente já seriam disparadas antes mesmo das fitas serem lançadas. Puro preconceito como prova Ladronas de Almas, produção do México que não joga simplesmente na tela mortos-vivos sedentos por carne humana, mas os contextualiza em um aspecto da História do país, a Guerra da Independência. Em 1815, um grupo de mercenários chega a uma fazenda habitada por uma família aristocrática aparentemente decadente, os Cordero, para pedir asilo por alguns dias e se apresentam como desertores do conflito. Embora já tenha sofrido com a traição de outros que tentou ajudar no passado, Don Agustín (Luis Gatica), o patriarca, permite que eles fiquem, mas com a condição de que não saiam em hipótese alguma a noite do abrigo que lhes fora destinado. O local é cercado de lendas sobre ruídos e visões noturnas estranhos, mas os insurgentes, como eram conhecidos os rebeldes, acreditam que tudo não passa de invenções para evitar que estranhos invadam a propriedade da família em busca do ouro que escondem, real motivo que os levou até lá. De quebra, eles esperam encontrar o antigo capitão do bando que meses atrás desapareceu nas imediações da mesma fazenda. No entanto, esses criminosos não contavam com a astúcia e determinação de Maria (Sofia Sisniega), Roberta (Natasha Dupeyrón) e Camila (Ana Sofia Durán), as filhas de Augustín, garotas astutas e determinadas que aprenderam a se defender após a morte da mãe por outro grupo de insurgentes e contam com um trunfo: dominam a magia de trazer mortos de volta a vida e escravizá-los. Assim contam com a ajuda de um zumbi (Pablo Valentín) para estragar os planos dos invasores, além de Indalésio (Harding Junior), um criado de confiança.

domingo, 12 de janeiro de 2020

JOGO SINISTRO

Nota 3,5 Apesar de bem feito, terror peruano faz coletânea enfadonha de clichês hollywoodianos

Assim como o cinema oriental já teve sua fase de ser considerado o reduto das produções de horror, entrando em decadência com o excesso de produções repetitivas e refilmagens americanas, não demorou muito para a indústria espanhola e latina sentir os efeitos negativos do sucesso. O frescor e criatividade trazidos por produções como O Orfanato e Rec pouco a pouco foram cedendo espaço para a repetição de ideias e os mais manjados clichês do gênero, culminando em produções esquecíveis e que na ausência das videolocadoras acabam servindo para rechear os serviços de streaming , tapar buraco em canais fechados ou na pior das hipóteses figurar entre as exclusividades de sites de pirataria devido a falta de distribuidores. Jogo Sinistro conseguiu abrigo no catálogo da Netflix, mas seu título genérico já é uma baita contrapropaganda. De fato, trata-se de uma produção bastante comum, sem nenhum grande atrativo. Talvez o imbróglio envolvendo seu lançamento seja mais interessante que seu próprio enredo. Fernanda (Milene Vásquez) é psicóloga em uma instituição no México que cuida de pacientes com transtornos mentais severos e fica bastante abalada com o aparente suicídio de um deles. Ela ganha o direito de se ausentar por alguns dias para descansar e aproveitar para cuidar de Úrsula (Claudia Dammert), que também sofre de distúrbios psiquiátricos e está internada em uma clínica no Peru. Ela e o filho pequeno Julio (Matías Raygada) foram indicados a se hospedar em um prédio em específico e são recebidos de forma muito hospitaleira pela simpática Rosa (Attilia Boschetti), uma senhora que até se prontifica a cuidar quando necessário do garoto que logo na primeira noite percebe que não terá paz no novo endereço. Da janela de seu quarto ele vê o vulto de uma garota de idade semelhante a sua e a mesma começa a aparecer para ele com frequência cada vez maior, mas não tem como avisar ninguém sobre o que está acontecendo por ser mudo. Claro que chega um momento em que a mãe se dará conta de que algo ou alguém está perseguindo seu filho e passará a investigar, culminando em informações que podem ligar as estranhas aparições à sua própria mãe. Úrsula estaria envolvida com as mortes de crianças que teriam a ver com rituais usando a famosa tábua ouija, artefato utilizado para fazer comunicação com os mortos. Assim, as aparições do tal espírito podiam ser um aviso de que Julio poderia ser a próxima vítima.

sábado, 11 de janeiro de 2020

CEMITÉRIO GERAL

Nota 5,5 Primeiro filme de terror peruano vale pelo empenho, mas não traz novidade alguma

Depois da febre das fitas de horror oriundas de países asiáticos, os países latinos viraram o berço do gênero com produções de destaque inclusive em festivais. Nosso país-vizinho Peru também não ficou de fora e em 2013 lançava sua primeira obra de terror, Cemitério Geral, uma trama genérica que não apresenta absolutamente nada de novo, mas que acaba revelando-se acima da média se comparada a outros produtos semelhantes produzidos em Hollywood. O enredo nos apresenta à Pablo (Jürgen Gómez), um jovem que tem como hobby gravar tudo o que julga ser interessante, assim ele decide registrar uma tentativa de seus amigos fazerem comunicação com os mortos. O pai de Andrea (Airam Galliani) sofreu um acidente de carro, mas se manteve vivo durante certo tempo na tentativa de conseguir se despedir da filha, contudo, a moça acabou chegando tarde demais e o arrependimento a afetou profundamente a ponto de a fazer perder o interesse pelos estudos e pelo contato social. Sua amiga Mayra (Diva Rivera) então a convence a experimentar uma comunicação com o outro mundo usando letras e uma moeda, uma tentativa caseira de reproduzir a famosa tábua ouija, um instrumento que, surpreendentemente, tem suas origens creditadas em solo americano, embora as razões para sua criação sejam diversas. Em uma primeira tentativa nada acontece, então elas decidem usar o tabuleiro em uma espécie de ritual dentro de um cemitério (de mesmo nome que intitula o longa) para facilitar o contato com o além. Junto com as garotas e o rapaz também participam da sessão a pequena Evita (Flavia Trujillo), o desengonçado Julio (César Menéndez) e o metido a engraçadinho Gabriel (Nikko Ponce). Desta vez o grupo utiliza uma verdadeira tábua ouija fornecida pela tia de Mayra que é médium. Como manda a cartilha do gênero, obviamente o experimento dá errado mais uma vez, ou melhor, em termos. Andrea não consegue fazer contato com o espírito do pai, mas o ritual acaba trazendo para o mundo dos vivos uma entidade maléfica que possui o corpo de Evita.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

A FORMA DA ÁGUA

NOTA 9,0

Em tom de fábula, acrescido de
temas atuais e relevantes, longa
conta uma história de amor atípica
ao mesmo que exalta os diferentes
O clássico conto de "A Bela e a Fera" apresenta uma história de amor entre uma jovem comum e um monstro, mas ao final, descobrindo o sentimento do amor, ele se transforma em um belo rapaz. Na vida real tal mágica não acontece, mas por que não amar o feio ou esquisito? Uma ode aos desajustados, aos incompreendidos, esta é a grande proposta da fantasia com toques de drama e romance A Forma da Água, mais um imaginativo filme assinado pelo espanhol Guillermo del Toro. Lançado no Festival de Veneza, no qual sagrou-se campeão, o longa seguiu uma vitoriosa carreira arrebatando diversos prêmios até culminar no merecido Oscar. Pode-se dizer que o diretor fez uma adaptação do clássico "O Monstro da Lagoa Negra" para contar uma história de amor nascida em meio a época da Guerra Fria. Em meados da década de 1960, Eliza Esposito (Sally Hawkins) é uma solitária mulher e sem o dom da fala desde a infância por conta de um ferimento que destruiu suas cordas vocais, mas nem por isso é uma pessoa infeliz. Faxineira noturna em uma base secreta do governo norte-americano, ela tem bastante serviço diariamente, incluindo os cuidados com o laboratório, local que recebe em segredo uma estranha criatura aquática, com característica humanas e simultaneamente anfíbias, capturada nos confins da América do Sul. Ela foi trazida pelo sádico e moralista agente policial Richard Strickland (Michael Shannon), a própria personificação do racismo, sexismo e complexo de superioridade. Curiosa, a auxiliar de limpeza acaba descobrindo o que os cientistas tanto prezam em esconder e se afeiçoa ao tal ser e é correspondida, fazendo jus ao ditado popular que diz que quem ama o feio bonito lhe parece. Nas madrugadas, eles escutam música, comem ovos cozidos e acabam se apaixonando, muito pelo fator da identificação já que ambos demonstram extrema generosidade e não conseguem se comunicar por falas, apenas por gestos e olhares. Quando os agentes do governo decidem usar a descoberta como cobaia nos processos da corrida espacial, Eliza decide protegê-lo e conta a com a ajuda de Giles (Richard Jenkins), seu vizinho,  Zelda (Octavia Spencer), sua colega de trabalho, e do Dr. Robert Hoffstetler (Michael Stuhlbarg), um cientista que se encontra em um dilema moral em meio a um mundo político.