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sábado, 25 de fevereiro de 2017

O VIZINHO PERFEITO

Nota 6,0 Dentro de suas limitações, suspense entretém mesmo com toda a sua previsibilidade

Não cobiçarás a mulher do próximo. Esse é um mandamento bastante conhecido, mas que há muitos anos precisa andar acompanhado de sua variação: não cobiçarás o homem de tua semelhante. Embora a frase original coloque o homem na posição de traidor, o que tem de histórias por aí a respeito de mulheres de olho do marido alheio é impressionante. O pior é quando não é só o amor que está em jogo, mas também uma polpuda conta bancária, o sentimento de superioridade, padrão social... É por esse viés que a trama de O Vizinho Perfeito se desenrola, suspense com todas as características típicas de um telefilme, mas que consegue entreter e não constrange o espectador, mesmo com toda a previsibilidade do roteiro de Richard Dana Smith. O filme começa com Donna Germaine (Barbara Niven) viajando de ônibus até a casa de sua tia Grace (Linda Darlow), a quem não via a cerca de vinte anos. Recentemente ela foi abandonada pelo marido que a traía e como desgraça pouca é bobagem ela ainda perdeu seu emprego e estava cheia de dívidas. Mesmo baqueada por todos esses acontecimentos, ela chega à casa da tia toda sorridente e prestativa, no melhor estilo falsa fofa como popularmente são chamadas as mulheres que parecem uns amores, mas no fundo fazem tudo com segundas intenções e chegam até a atos criminosos para conseguirem o que querem. Obviamente, casos extremos não são apenas frutos de má índole, mas também estão ligados a problemas psicológicos e emocionais e o diretor Douglas Jackson não faz questão alguma de esconder que Donna é desequilibrada deixando pequenas pistas logo nos primeiros minutos de projeção.  Ela logo conhece suas novas vizinhas, a pequena Trish (Lila Bata-Walsh) e sua mãe Jeannie (Susan Blakely), que formam uma família feliz com William Costigan (Perry King), o alto executivo de uma emissora de TV. Anualmente esta família oferece uma aguardada festa para a comunidade e Donna obviamente é convidada e comparece disposta a distribuir sorrisos e beijinhos, mas por trás de seus olhinhos brilhantes ela é corroída por um incontrolável ciúme. Automaticamente ela decide conquistar William para destruir uma família feliz, afinal se ela não pôde ter uma por que deixar os outros terem?

Na realidade Donna não quer destruir este clã, apenas substituir a Sra. Costigan e para tanto começa seu plano tentando ocasionar a separação do casal de forma pacífica, mas com o terreno preparado para ela assumir o lugar de esposa. William trabalha bastante e parece não se importar com coisinhas do dia a dia como os esforços da filha em tentar aprender a tocar piano. Já Jeannie, apesar da aparente felicidade, sabe que o marido é atraente e inclusive a alguns anos passaram por momentos difíceis por conta de uma suposta traição, assim ela vive de olho nele e nas mulheres que o cercam, mas não vê maldade na proximidade de Donna ainda mais que em um primeiro momento a nova vizinha dedica mais atenção a inocente Trish que acaba revelando detalhes sobre a vida do casal munindo a golpista de autoestima para atacar. Enquanto tenta absorver o máximo de informações e se aproximar cada vez mais de William, Donna não tem só que se preocupar com a esposa dele, mas também com Ashley Marin (Anna Silk), a nova diretora da empresa do executivo que pode fazê-lo perder o emprego. Como uma cobra conhece os truques da outra, Donna está convencida de que pode existir um romance entre Ashley e William, uma espécie de troca de favores, além de acreditar que pode perfeitamente realizar as atividades da diretora do canal, assim descartando as opções de emprego que sua tia tenta lhe arranjar. Seus objetivos são grandes tanto na vida pessoal quanto na profissional e em ambos os casos o casamento com o Sr. Costigan significa a subida no pódio. O Vizinho Perfeito a partir de então se equilibra em um amontoado de situações previsíveis, porém, que cumprem seus objetivos de entreter e oferecer um produto de razoável qualidade, obviamente levando em consideração as condições de um telefilme. Não espere reviravoltas mirabolantes, final surpresa ou perfis de personagens aprofundados. Tudo que tem aqui você já viu em outros filmes e com as mais variadas diferenciações. De qualquer forma, é divertido ver a falta de brios de Donna que não pensa duas vezes antes de se livrar de quem quer que esteja atrapalhando seus planos, aliás, armadilhas dignas de vilãs de telenovelas, ou seja, oferecendo justamente aquilo que seu público-alvo quer ver.

Suspense - 93 min - 2005 

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