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sábado, 13 de agosto de 2016

MARÉ DE SANGUE

Nota 1,0 Com início ruim, longa naufraga e nem as cenas violências e de gore o fazem reagir

Um material publicitário bem feito pode ser a salvação para um filme de baixo orçamento ressaltando suas qualidades implícitas ou ser a desgraça do espectador que acaba comprando gato por lebre. Nesta segunda opção se encaixa Maré de Sangue que só pelo fato de não ter passado nos cinemas e ser do gênero de terror já gera desconfianças de que bomba vem por aí. Dito e feito. O que parecia ser um filme épico sobre piratas sanguinários ou uma história de fantasmas passada em alto-mar no fim se resume a uma fraca trama envolvendo assassinos masoquistas e jovens cujo comportamento depravado e irritante nos faz torcer por suas mortes o mais breve possível. A história gira em torno de um grupo de amigos que buscam sarna para se coçar indo pescar no meio do nada e curtir um fim de semana no barco do playboyzinho Trailor (Jason Mewes). A trupe só quer saber de festa, bebidas e sacanagem e se empolga ainda mais quando a pescaria começa a render literalmente peixões, mas nem desconfiam que o misterioso capitão Belvin Lee Smith (Richard Riehle) está oferecendo a eles um tipo de isca muito especial, mais cara e eficiente que as comuns: carne humana. Não demora muito para a embarcação apresentar problemas e deixar os jovens à deriva, mas logo um outro barco surge e seus tripulantes oferecem ajuda quando na verdade estão pescando facilmente suas novas vítimas. Smith faz parte deste bando que sequestra, estupra e mutila em alto-mar, mas dificilmente algum espectador estará disposto a torcer para que alguém sobreviva ao massacre. Escrito e dirigido por Matt L. Lockhart, a produção começa com sinais de que do início ao fim a grande diversão será contar os seus erros, a começar pela ridícula abertura que já entrega o ouro mostrando uma garota sendo caçada por um dos bandidos, cena sem um pingo de tensão, mas risos garantidos com a atuação forçada da moça.

Falando em atuações, o desempenho do elenco jovem na primeira parte compromete totalmente a produção, mas não é culpa apenas dos sarados e das gostosas. Lockhart oferece um texto ridículo, inconsistente e pontua seu trabalho com situações e diálogos que outrora fariam Maré de Sangue bombar nas madrugadas de sábado da TV Bandeirantes. Captou a mensagem? Sim, o início lembra um pornô soft, inclusive com trilha sonora característica e peitos siliconados, mas felizmente o diretor não chega aos finalmentes e corta o barato da galera relativamente rápido, porém, não a ponto de salvar seu trabalho de opinião negativas. A primeira impressão é a que fica e neste caso é das piores, ainda que a trama se torne minimamente tragável quando o longa assume sua faceta obscura, com direito a doses generosas de sangue e violência afinal temos uma espécie de açougue em alto-mar. Os jovens são mutilados ainda vivos com requintes de crueldade e Lockhart passeia com sua câmera pela carnificina aparentemente com prazer e embalado pela gritaria das garotas e barbados, mas nada que impacte em tempos pós Jogos Mortais. O que merece um elogio é o fato do roteiro manter vivos a maioria dos personagens até pouco mais de uma hora de projeção, inclusive a loira gostosa que sobrevive a vários ataques, perfil que geralmente é um dos primeiros a ser limado em fitas de seriais killers que se encarregam de punir os lascivos o quanto antes. Bem, se fosse assim não haveria nem o fiapo de história para segurar este filme, afinal todos só pensam naquilo. A reta final reserva aquele manjado corre-corre para aumentar a adrenalina do espectador e não permitir que ele pense de imediato nos erros e clichês e acabe avaliando a fita como razoável baseando-se no último ato. Todavia, a ponta para uma sequência nos faz recobrar a consciência e lembrar com raiva dos cerca de noventa minutos perdidos com esta baboseira. Felizmente não houve produtor, diretor ou roteirista fisgado para levar adiante uma parte 2. Que a ideia continue submersa.

Terror - 94 min - 2011

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