NOTA 6,5 Mais um meio de transporte desgovernado toca o terror e os heróis anônimos fazem de tudo para evitar o pior |
Scott já havia trabalhado com a relação de tensão e um
veículo de transporte em O Sequestro do Metrô 123, aliás, uma criação datada do
mesmo ano e também contando com Washington no elenco o que gera certas
críticas. Faltaria criatividade ao diretor? Ele já estava na época em um
patamar bem alto da carreira para se dedicar a projetos manjados como esse e
quanto ao ator então nem se fala. Reconhecidamente como um dos melhores
profissionais da área de sua geração ele já tinha autoridade suficiente para escolher
trabalhos melhores e que não correm o risco de serem ofuscados pelos efeitos
especiais e trucagens. O incômodo é acentuado pelo curto espaço de tempo que
separa as duas produções com temáticas semelhantes. É como se esta segunda
aventura em um trem fosse uma sequência não declarada do anterior e dedicada a
estender alguma cena importante. A narrativa explora muito mais os aspectos de
tensão ainda que sobre espaço para colocar em xeque as relações interpessoais
diante de uma situação de dificuldades, mas obviamente sem se aprofundar na
construção dos personagens. A identificação do público se deve ao fato dos
atores interpretarem pessoas comuns que estão vivendo mais um dia como qualquer
outro em suas vidas e que são surpreendidas por um fato que as levam a tentar
esquecer suas diferenças e se unirem em nome do respeito ao próximo e o valor a
vida. Porém, a dupla de protagonistas não chega a atingir o emocional dos
espectadores com facilidade, mas dão conta das cenas de adrenalina. Faltou
explorar um pouco mais a vida dos protagonistas, isso certamente criaria uma
identificação maior com a plateia, o que resulta em torcida para os heróis. Quanto a atuação de Pine, o jovem ator poderia guiar sua carreira de forma
tranquila transitando no campo das comédias românticas no qual já tem
intimidade, mas prova aqui que pode vir a se tornar um nome quente para filmes
de ação.
Baseado na história real de um erro operacional muito grave
cometido por um funcionário de uma empresa de trens que poderia ter gerado uma
verdadeira catástrofe nos EUA, o roteiro é talvez o que menos importe aqui. Seu
público alvo quer ver correria, adrenalina e ouvir muito barulho, e isso tem de
sobra e era a especialidade de Scott, que faleceu no ano seguinte a conclusão deste trabalho. Ele era um diretor que devido a um começo de
carreira envolvido com produções totalmente esquecíveis e que visavam
simplesmente lucro sempre teve dificuldades para ter seu trabalho reconhecido
pela crítica especializada. Porém, é preciso ressaltar que a década de 2000 foi
muito importante para ele consolidar seu estilo cinematográfico: obras de ação
e suspense com roteiros que ao menos tentam ter algum conteúdo relevante
aliados a propostas estéticas chamativas e sempre em busca de inovações ou
causar impacto. Claro que em meio a tantos estímulos para sentir o sangue
fervendo dificilmente os espectadores conseguem identificar sutis
características próprias do cinema do diretor, até porque ele sabia escamotear
muito bem utilizando os clichês do gênero, as vezes até abusando deles. Por
exemplo, a edição das cenas com muita rapidez talvez não dê o tempo suficiente
para quem assiste perceber as cores, tons e tratamentos dedicados as imagens,
preocupações que geralmente passam longe dos realizadores de longas de ação que
quase sempre adotam uma estética suja e escura para as produções. Se bem
analisado, Incontrolável é uma obra destinada a entretenimento, mas com qualidade.
O problema é que seu título, estilo e roteiro já carregam o estigma de produção
despretensiosa e automaticamente um alerta para que muitos nem pensem na
possibilidade de assisti-lo. Filmes de ação não são bem visto por plateias mais
elitizadas e muito menos por críticos especializados, mas Scott e outros
cineastas tentam com seus trabalhos reverter a imagem negativa que o gênero
ganhou nos últimos tempos. É preciso dar uma chance para aqueles que tentam
inovar, ainda quem em pequenas doses. Todavia, a última aventura cinematográfica do diretor não chega a ser excepcional, mas também não decepciona. No
mínimo é um ótimo passatempo e cumpre o que promete: adrenalina a mil
praticamente do início ao fim.
Esse filme é a cara de D. Washignton. O operário pacato que tem esconde um herói. Vale a pena assistir.
ResponderExcluir___
http://algunsfilmes.blogspot.com/
Assisti esse filme ontem e achei excelente. É muito bem ambientado e empolgante. Se não tivesse na direção um cineasta de pulso forte como o Tony Scott o filme se perderia nos efeitos especiais. Seu blog é muito bom, você intercala sinopse com comentários que fico de um jeito ótimo. Visite novamente meu blog qualquer dia desse.
ResponderExcluirhttp://thecinefileblog.blogspot.com/
Abraços!
Olá Guilherme obrigado pela visita!
ResponderExcluirTony Scott é um diretor versátil, gosto mais de outras fitas dele como Chamas Da Vingança com Denzel e Inimigo Do Estado com Will Smith.
Olha que nem sou admirador de seu clássico Top Gun como muitos, rs!
Abs.
RODRIGO
As movimentações de câmera e edição picotadas de Tony Scott são irritantes. Apesar disto, o filme consegue manter um bom nível de tensão, mesmo com algumas situações exageradas e lotadas de clichês. O roteiro é simples, mas a diversão é grande.
ResponderExcluirUm grande abraço...
Ah também muitos filmes aqui que não assisti. Vou linkar mais este blog seu! Muito bacana também. Um abraço.
ResponderExcluirOlá, Guilherme! Muito obrigada pela visita em meu blog. Vindo aqui retribuir, encontrei muitos flmes bons e que ainda não assiti. Minhas listas só vão aumentando...]
ResponderExcluirAbraços,
Lê