Nota 2,0 Apesar de bem intencionado, longa tem história ruim e efeitos especiais fraquíssimos
Filmes com animais ferozes, gigantescos e sedentos por trucidar humanos já viraram, como se diz por aí, carne de vaca. Sinônimos de produções de baixo orçamento e de qualidade duvidosa em diversos aspectos, mesmo assim ainda existem produtoras e distribuidoras que investem ou até mesmo se sustentam explorando esse filão que já rendeu Anaconda, Pânico no Lago, entre tantas outras pérolas trash. Difícil imaginar que ainda exista quem se interesse por obras toscas e com roteiros requentados envolvendo animais geneticamente modificados e outras aberrações, mas sempre tem algum produto estranhíssimo do tipo sendo lançado. Investir em criaturas do passado também pode ser uma opção para alimentar tal nicho. Os dinossauros já foram protagonistas de alguns filmes precários e outros até com tecnologia de ponta. Um pouco parecidos com eles, mas um tanto fantasiosos, os dragões, símbolos importantíssimos na cultura oriental, também já ganharam as telas em diversas ocasiões, mas hoje em dia é difícil pensar neles como criaturas sanguinárias, já que eles constantemente batem ponto nas produções infantis fazendo as vezes de dócil animal de estimação. D-War Guerra de Dragões viria para resgatar a antiga imagem ameaçadora desses animais. A história começa na Coréia, durante o período da Dinastia Chosen, com o nascimento da filha de um poderoso rei. Um monge fala para o monarca sobre os perigos que cercam o nascimento da menina, que poderia ser a chave para a sobrevivência da humanidade perante a encarnação de uma poderosa serpente que tem o poder de se transformar em dois dragões alados que lutam pela soberania, chamados Imoogi, que representa o bem, e Buraki, que é do lado do mal. Para evitar tragédias no futuro, um jovem aprendiz passa a ser treinado para proteger a garota até o seu vigésimo aniversário. Quando o dia fatídico chega, a cidade é invadida e apenas o aprendiz é deixado para salvar a menina, mas ele acaba falhando.
Já nos dias atuais, uma força estranha e poderosa, tão forte quanto um
terremoto, atinge a cidade de Los Angeles e com a destruição as serpentes são
despertadas novamente. O aprendiz e a garota predestinada renascem através do
repórter Ethan (Jason Behr) e da garota Sarah (Amanda Brooks). O rapaz tem a
missão de encontrar a jovem com uma marca de nascença no formato de um dragão e
sacrificá-la para poder salvar a cidade da iminente destruição pelas gigantescas
criaturas. D-War - Guerra de Dragões tem como principal qualidade uma
caprichada campanha de marketing através de trailers ágeis e impactantes, além
de chamar a atenção por causa da pinta de filme B, mas a produção até que não é
tão ruim quanto pode parecer e até possui alguns bons momentos, isso se você
encarará-la como um passatempo descompromissado. A introdução é boa
apresentando rapidamente a tal lenda das serpentes e prende a atenção, mas
quando passamos para a época contemporânea a trama perde força. O uso de uma
lenda oriental para dar credibilidade a essa ressurreição dos dragões é válida
e até os efeitos especiais descaradamente enganosos são toleráveis. Obviamente
não espere nada com o padrão de veracidade e perfeição dos dinossauros de
Steven Spielberg, mas as criaturas idealizadas neste caso cumprem seu papel e o
conjunto todo do filme funciona bem para divertir por algum tempo. O diretor e
roteirista Hyung-era Shim acabou realizando uma obra com estética precária,
mesmo contando com um orçamento generoso, mas não compensou tais falhas
investindo em um bom roteiro e em atuações convincentes. O caldo já começa a
entornar pelo fato da ressurreição dos dragões ocorrer nos EUA e não em solo
oriental, isso sem a menor explicação. Correria, gritaria, mortes, algumas
situações absurdas e um final idiota completam o pacote. De qualquer forma, não
é a tragédia total que se pode esperar de um filme desse tipo que surgiu para
desafiar uma época em que a perfeição dos efeitos especiais é o principal
chamariz de uma produção de ação ou aventura. Dá para encarar na boa e dar
algumas risadas. Fazer rir? Esse realmente era o objetivo?
Aventura - 107 min - 2007
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