Nota 5,0 Visual datado e premissa interessante não são suficientes para segurar suspense
Mortes misteriosas, um buraco
que esconde uma história macabra do passado, alucinações, religião e até um
milharal. A maior parte dos clichês dos filmes de terror e suspense que fizeram
sucesso nos anos 70 e 80 batem cartão em O Encontro produção que tem uma
premissa bem interessante, mas esfria aos poucos culminado em um final pouco
original e sem impacto. Nem quando os segredos são revelados percebemos que
chegamos ao ápice da história devido a narrativa arrastada. Apesar disso, o
recheio deste filme prende bastante a atenção, investindo em uma trama que
mistura o sobrenatural com uma espécie de culto macabro do passado, quando
algumas pessoas se encontravam em um templo para assistir o sofrimento de
outras até morrerem. O roteiro de Anthony Horowitz nos leva para a Inglaterra
onde dois jovens caem em um buraco e não resistem. Esse poderia ser só mais um
corriqueiro acidente com final trágico, mas o tal buraco esconde segredos. Lá
dentro existem diversas esculturas com formas humanas e esculpidas em relevo
que parecem olhar para uma cruz. Simon Kirkman (Stephan Dillane), um
especialista em religiões, é convocado para inspecionar o local e paralelamente
a isso, Marion (Kerry Fox), sua esposa, atropela acidentalmente Cassie Grant
(Christina Ricci), uma jovem que parece ter perdido a memória com o choque,
apesar de fisicamente não ter sofrido nenhum trauma grave. Ela acaba sendo
acolhida na casa dos Kirkman e informalmente se torna a babá das crianças da
família. Conforme o tempo passa, a jovem começa a ter visões de pessoas
ensanguentadas ou estranhas e a ouvir vozes. Aos poucos, esses acontecimentos
vão sendo ligados à descoberta feita dentro do buraco e Dan Blakeley (Ioan
Gruffudd), com quem a jovem faz amizade, pode ser uma peça importante para desvendar
o mistério.
O diretor Brian Gilbert até que
tem boas ideias e demonstra empenho para criar um clima sombrio bem típico dos
filmes B de horror, declaradamente suas maiores inspirações como A Profecia, embora este exemplar hoje em
dia esteja longe do que consideramos padrão trash. As locações tipicamente
européias, como um vilarejo com características medievais cercado por
plantações, bosques e estradas de terra, ajudam a criar uma interessante
atmosfera, mas a fotografia prejudicada pelo excesso de luz natural e a
estratégia manjada de aumentar o som em momentos oportunos para assustar não
colaboram em nada para deixar o espectador roendo as unhas. No quesito enredo,
como já dito, a produção fica no meio do caminho, porém, as raízes do roteiro
são interessantes e baseadas em lendas medievais. Uma é sobre a chegada do
Santo Graal na Inglaterra após a morte de Jesus Cristo e a outra fala sobre um
sapateiro que teria recusado ajudar Jesus em um momento difícil e por isso foi
condenado a vagar pela Terra até o fim dos tempos. Ambas as histórias estariam
ligadas ao tal buraco e às imagens lá dentro escondidas. O problema é que as
explicações para esse mistério são um tanto intricadas e cheias de nomes
envolvidos, o que pode dificultar a compreensão e fazer a atenção dispersar,
mas não se pode deixar de elogiar o visual dado para o painel de esculturas,
muito bem feito e enigmático. Dispensando esse entrecho confuso, os delírios da
personagem de Christina Ricci realmente geram dúvidas no espectador até quase no
fim e a atriz praticamente carrega o filme nas costas. Além dela, Gruffudd,
de Quarteto Fantástico, é o único nome famoso do elenco, mas seu
papel é inexpressivo, apesar de ter sua importância nos últimos momentos. Fracasso
nos EUA e mal lançado no Brasil, O Encontro hoje vive no
ostracismo, mas não é um filme de todo ruim, cumpre o seu papel de
entreter, porém, prometia mais. Quem adora levar sustos em ritmo acelerado e em
grandes quantidades deve se decepcionar.
Não sei não....fiquei meio desconfiado com esse filme, essa sinopse, esse elenco...tudo.
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