Nota 2,0 Sequência de terror de sustenta abandona os sustos e investe em humor e ficção científica
De um filme de terror espera-se
levar bons sustos, mas não raramente as reações dos espectadores são traduzidas
em gargalhadas, uma reação normal ao medo. Talvez por isso muitas produções do
gênero assumam seu lado humorístico, principalmente as continuações quando os
originais causam mais risos que espanto involuntariamente. É isso que acontece
com A Morte Te Dá Parabéns 2, a sequência do
inesperado sucesso que partia de uma ideia bastante recorrente no cinema: a do
personagem que fica preso em um determinado dia de sua vida e tendo a
oportunidade de revivê-lo continuamente ou agir de forma diferente para que
determinadas ações não se repitam. Como toda boa continuação que se preze, o
longa escrito e dirigido por Christopher Landon parte das fundações de seu
predecessor a fim de entregar um produto que mantenha o interesse dos fãs, mas
ainda assim desperte curiosidade de novos espectadores. Contudo, esta produção
prova que muitas vezes sequências são desnecessárias, revelando-se engodos
unicamente para capitanear em cima de uma marca. Sim, o título tinha potencial
para uma franquia slasher, mas a parte dois enterra qualquer possibilidade de
seguir adiante, ao menos com o mesmo sucesso do original. Depois de se livrar
do cliclo temporal da trama anterior, Tree (Jessica Rothe) encontra-se mais uma
vez na mesma situação redundante de escapar da morte após um acidente com uma
experiência científica na faculdade, assim toda vez que morre ela acorda em seu
quarto e reinicia sua batalha para manter-se viva. Agora a protagonista precisa
colher o máximo de informações possíveis dessas experiências de quase morte
para que Ryan (Phi Vu) consiga colocar em funcionamento a máquina que causou
novamente o problema e reverter a situação. No olho do furacão também estão os
jovens cientistas Samar (Suraj Sharma) e Dre (Sarah Yarkin), Carter (Israel
Broussard), interesse romântico da mocinha, mas envolvido com Danielle (Rachel
Matthews), e Lori (Ruby Modine), que surge com vida após ter sido assassinada
na primeira fita. Na cola deles, novamente uma identidade misteriosa se esconde
sob uma máscara de bebê e munida de um facão afiado.
O argumento original investia na ideia que essa espécie de maldição do tempo era um evento fantástico, mas infelizmente Landon resolveu justificar o que não era necessário. Agora, a cíclica situação é explicada por um experimento científico mal fadado que acaba jogando a traumatizada Tree novamente na armadilha conhecida popularmente como looping. Dessa forma,a continuação fica a dever em sustos e se perde em meio a teorias sobre realidades paralelas, o que acaba fazendo com que o tom de comédia se sobressaia. A morte deixa de ser uma ameaça e se transforma em um sequência infame de suicídios da mocinha realizados com o objetivo de encurtar o ciclo temporal e assim ela não precisar viver um dia inteiro de resultados frustrantes várias e várias vezes, ainda que a introdução indicasse que Ryan seria o protagonista desta vez. Rothe subverte o papel comum às mocinhas dos slashers movies revelando uma grande faceta cômica que não só parodia o arquétipo, mas também o transgride. Aliás, se podemos apontar algo positivo na produção é que A Morte Te Dá Parabéns 2 expande o universo criado para o original, flertando com a ficção científica, a paródia e até mesmo o drama, visto que o maior dilema de Tree não é escapar da morte momentânea, mas sim descobrir em que realidade está vivendo, algo que depende também da sobrevivência de seus amigos. O psicopata continua à solta, mas suas poucas aparições devem decepcionar quem deseja ver violência extrema. Deixar de escanteio as principais características de um legítimo filme de assassino em série e adotar um viés inesperado para dar continuidade ao universo e a algumas personagens criadas dois anos antes joga contra e a favor do longa. Há quem veja com bons olhos a ousadia de abandonar estereótipos e também quem considere deboche. Provavelmente a segunda opção conte com mais adeptos visto a pífia bilheteria arrecadada compatível com a baixa repercussão. O empenho por detalhar mais o argumento pode ter complicado a aceitação pelo grande público, resultando em um enredo um pouco mais intricado que discute questões acerca de autoestima, laços familiares e confiança de uma maneira mais pungente que a trama do longa original.
O argumento original investia na ideia que essa espécie de maldição do tempo era um evento fantástico, mas infelizmente Landon resolveu justificar o que não era necessário. Agora, a cíclica situação é explicada por um experimento científico mal fadado que acaba jogando a traumatizada Tree novamente na armadilha conhecida popularmente como looping. Dessa forma,a continuação fica a dever em sustos e se perde em meio a teorias sobre realidades paralelas, o que acaba fazendo com que o tom de comédia se sobressaia. A morte deixa de ser uma ameaça e se transforma em um sequência infame de suicídios da mocinha realizados com o objetivo de encurtar o ciclo temporal e assim ela não precisar viver um dia inteiro de resultados frustrantes várias e várias vezes, ainda que a introdução indicasse que Ryan seria o protagonista desta vez. Rothe subverte o papel comum às mocinhas dos slashers movies revelando uma grande faceta cômica que não só parodia o arquétipo, mas também o transgride. Aliás, se podemos apontar algo positivo na produção é que A Morte Te Dá Parabéns 2 expande o universo criado para o original, flertando com a ficção científica, a paródia e até mesmo o drama, visto que o maior dilema de Tree não é escapar da morte momentânea, mas sim descobrir em que realidade está vivendo, algo que depende também da sobrevivência de seus amigos. O psicopata continua à solta, mas suas poucas aparições devem decepcionar quem deseja ver violência extrema. Deixar de escanteio as principais características de um legítimo filme de assassino em série e adotar um viés inesperado para dar continuidade ao universo e a algumas personagens criadas dois anos antes joga contra e a favor do longa. Há quem veja com bons olhos a ousadia de abandonar estereótipos e também quem considere deboche. Provavelmente a segunda opção conte com mais adeptos visto a pífia bilheteria arrecadada compatível com a baixa repercussão. O empenho por detalhar mais o argumento pode ter complicado a aceitação pelo grande público, resultando em um enredo um pouco mais intricado que discute questões acerca de autoestima, laços familiares e confiança de uma maneira mais pungente que a trama do longa original.
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