Nota 3,0 Sem graça ou romance genuínos e beleza plastificada, longa soa ultrapassado e irritante
Além dos suspenses com elenco
enxuto e ambientações claustrofóbicas, a Netflix também encontrou nas comédias
românticas um bom filão para preencher sua cota de produções próprias ou por
ela distribuídas com exclusividade. Amor em Obras não
traz novidade alguma, mas pode ficar como uma lembrança irritante. Do início ao
fim temos a sensação de parecer o enredo de uma novela mexicana com tratamento
estético hollywoodiano. As casas pintadas em tons claros e com belos gramados
as cercando emulam o sonho americano, embora a trama se passe em outro
continente. E daí? Hoje tudo está globalizado e o estilo de vida ianque ainda
inspira e é justamente o que povoa os pensamentos de Gabriela Diaz (Christina
Millian), uma executiva de São Francisco que após perder o emprego e brigar com
o namorado Dean (Jeffrey Bowyer-Chapman) cai na armadilha do anúncio de um
concurso pela internet. Ela acaba virando a proprietária de uma pousada em uma
zona rural da Nova Zelândia que está caindo aos pedaços, mas seu otimismo a
encoraja a reformar o local e transformar novamente em um recanto para
turistas. Com propósitos de reciclar e utilizar materiais que não agridam o
meio ambiente, ela logo percebe que não conseguirá fazer tudo sozinha e aceita
a ajuda de vizinhos, principalmente de Jake Taylor (Adam Demos), um
providencial empreiteiro que, como manda a cartilha do gênero, logo no início
se mostra interessado em engatar um romance, mas encontra resistência por parte
da moça que não deseja mais se envolver em relacionamentos duradouros. A
personagem tenta defender um viés feminista, mas o roteiro de Elizabeth Hackett
e Hilary Galanoy não dá brecha. Toda vez que tenta mostrar determinação e
capacidade, o texto poda suas asas inserindo uma situação que a diminui, seja
por uma ação desastrosa própria ou pela intervenção de algum personagem
masculino seja para ajudá-la ou tirar um sarro. Nesse contexto, Jake parece não
ter nada o que fazer da vida e fica dia e noite à espreita de algum deslize da
moça para poder socorrê-la e dar uma paquerada.
Apesar de oferecer mais do mesmo, o longa erra em um ponto crucial. A química do casal soa artificial, dessa forma sabemos que vão ficar juntos no final irremediavelmente, mas pouco nos importamos com as situações que enfrentarão até o happy end. Estereotipados, os protagonistas não apresentam nada mais que uma mal fadada colcha de retalhos de características de outros mocinhos. Com toda pinta de latina perdida em filme americano, Millian faz a linha atrapalhada, não pode dar um passo que já está tropicando ou esbarrando em algo ou alguém, mas não demora muito para nos irritar com seus sorrisos forçados e comportamento boboca. Demos também desvia a atenção do espectador com uma atuação plastificada, parece ter o mesmo semblante para todas as emoções e contrato com alguma empresa dentária para mostrar um belo sorriso toda vez que focalizado. O diretor Roger Kumble do ousado Segundas Intenções, mas que também assinou o constrangedor Tudo Para Ficar Com Ele, parece ter parado no tempo e entrega uma produção impregnada de naftalina. A trama se passa nos dias atuais, mas é tão inocente que parece ter sido pinçada do início do século passado, algo reforçado pelo visual que emula nostalgia, embora sejam de encher os olhos a paleta de cores dos cenários, a fotografia levemente desfocada e a fotografia que destaca a iluminação natural de paisagens bucólicas. A edição também merece destaque por investir em cortes rápidos que dão certa agilidade ao longa que fora a parte técnica não tem nada mais de relevante. Amor em Obras é totalmente esquecível por falhar em requisitos básicos como ter um mínimo de humor genuíno, trabalhar o conflito do triângulo amoroso e nem mesmo os coadjuvantes que costumam roubar a cena salvam o filme. Ironicamente, o papel mais interessante de todos é o de Gilbert, um bode. Isso mesmo! O animal consegue ser mais expressivo e divertido que todo o elenco junto, o que não é exatamente um ponto positivo do longa.
Apesar de oferecer mais do mesmo, o longa erra em um ponto crucial. A química do casal soa artificial, dessa forma sabemos que vão ficar juntos no final irremediavelmente, mas pouco nos importamos com as situações que enfrentarão até o happy end. Estereotipados, os protagonistas não apresentam nada mais que uma mal fadada colcha de retalhos de características de outros mocinhos. Com toda pinta de latina perdida em filme americano, Millian faz a linha atrapalhada, não pode dar um passo que já está tropicando ou esbarrando em algo ou alguém, mas não demora muito para nos irritar com seus sorrisos forçados e comportamento boboca. Demos também desvia a atenção do espectador com uma atuação plastificada, parece ter o mesmo semblante para todas as emoções e contrato com alguma empresa dentária para mostrar um belo sorriso toda vez que focalizado. O diretor Roger Kumble do ousado Segundas Intenções, mas que também assinou o constrangedor Tudo Para Ficar Com Ele, parece ter parado no tempo e entrega uma produção impregnada de naftalina. A trama se passa nos dias atuais, mas é tão inocente que parece ter sido pinçada do início do século passado, algo reforçado pelo visual que emula nostalgia, embora sejam de encher os olhos a paleta de cores dos cenários, a fotografia levemente desfocada e a fotografia que destaca a iluminação natural de paisagens bucólicas. A edição também merece destaque por investir em cortes rápidos que dão certa agilidade ao longa que fora a parte técnica não tem nada mais de relevante. Amor em Obras é totalmente esquecível por falhar em requisitos básicos como ter um mínimo de humor genuíno, trabalhar o conflito do triângulo amoroso e nem mesmo os coadjuvantes que costumam roubar a cena salvam o filme. Ironicamente, o papel mais interessante de todos é o de Gilbert, um bode. Isso mesmo! O animal consegue ser mais expressivo e divertido que todo o elenco junto, o que não é exatamente um ponto positivo do longa.
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