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sábado, 20 de julho de 2019

SEQUESTRANDO STELLA

Nota 7,0 Com elenco enxuto e sem perder o foco, suspense supera clichês com agilidade e tensão

Fazer um filme ao menos mediano sobre sequestro não é uma tarefa fácil, afinal praticamente todas as situações possíveis imaginando o que pode acontecer entre vítimas e criminosos durante o período de cativeiro já foram exploradas pelo cinema. Contudo, com uma história bem contada, qualquer clichê pode ganhar sobrevida. É isso que oferece o suspense alemão Sequestrando Stella, do diretor Thomas Sieben que assina o roteiro em parceria com J. Blakeson. Vic (Clemens Schick) e Tom (Max von der Groeben) são ex-colegas de prisão que assim que conseguem a liberdade decidem por colocar em prática um novo golpe sequestrando a filha de um milionário. A partir de um artigo publicado em um jornal, a vítima escolhida é Stella (Jella Haas), uma jovem que nunca teve muita atenção do pai. O esquema de ação é o mesmo já visto em diversas produções do estilo. A jovem é capturada em um momento de distração, forçada a entrar em uma van até ser amarrada em um lugar ermo. Para que nada dê errado, a dupla, que age sempre munida de capuz e máscaras, monta um esquema forte de segurança para o cativeiro, mas não previam que algumas coisas inesperadas surgissem  no meio do caminho. É nesse ponto que o filme se difere de tantos outros que abordam tema semelhante. Com poucos personagens em cena e bons momentos de tensão verossímeis, o longa fisga o espectador de maneira simples e honesta sem precisar recorrer a mirabolantes planos que apenas dão um nó na cabeça de quem assiste (isso quando também não embola elenco e direção). O profissionalismo dos delinquentes é valorizado por Sieben logo na introdução, assim sua câmera flagra de forma minuciosa todos os seus gestos dando a nítida noção de que planos de sequestros são coisas só para mentes brilhantes bolarem. Tudo é friamente calculado, desde a compra de artefatos de ameaça e tortura até o cuidado do cativeiro ser revestido com espumas nas paredes para evitar o vazamento de conversas e gritos. Demora até o primeiro diálogo surgir, mas o material visual dos preparativos para o crime é o suficiente para prender e instigar a atenção.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

FROZEN - UMA AVENTURA CONGELANTE

NOTA 9,0

Disney reinventa conto clássico
apostando em personagens com 

conflitos realistas e brincando com os
próprios arquétipos que fizeram sua fama
Branca de Neve, Cinderela, Aurora, Ariel, Bela e Jasmini. A Disney fez e continua fazendo história e fortuna com tais princesas que se tornaram praticamente propriedades intelectuais e comerciais da empresa. Por mais que os seus contos tenham se tornados populares em todo o mundo e sofrido diversas modificações, dificilmente alguém consegue imaginar essas personagens com traços e personalidades diferentes dos apresentados pelas animações clássicas criadas pela casa do Mickey Mouse. O estúdio procurou depois trabalhar com textos originais ou adaptar contos com temáticas adultas, mas a ousadia culminou em um período muito ruim para a empresa que só conseguiu se recuperar ao se aliar a produtora Pixar. Apesar da união com a companhia famosa por suas animações moderninhas e com aventuras que aparentemente se encaixam melhor ao universo dos meninos, a ala legitimamente disneymaníaca defendia um retorno às origens afinal de contas o que não falta é conto de fadas na fila de espera para ser eternizado com a assinatura da produtora.  A Princesa e o Sapo foi um teste não muito bem sucedido. Enrolados e Valente provaram que os contos de fadas com algumas atualizações podem sim cair nas graças do público. Já Frozen – Uma Aventura Congelante veio para coroar definitivamente este bom momento para a Disney e mais uma vez reafirmá-la como grande produtora de desenhos animados. Inspirado no conto “A Rainha da Neve”, mais uma obra clássica do dinamarquês Hans Christian Andersen, o enredo acompanha os passos de Anna, uma garota otimista e corajosa, que embarca em uma aventura repleta de perigos e emoções para tentar reverter o severo inverno provocado por sua irmã mais velha, Elsa, que nasceu com o dom (ou talvez maldição) de fazer frio e gelo. No passado, acidentalmente, a chamada Rainha da Neve acabou ferindo a caçula que quase morreu congelada. Depois desse fato, seus pais a condenaram a um período indefinido de reclusão até que ela conseguisse controlar seus poderes e os trolls, seres mágicos que habitam a floresta, se viram na obrigação de apagar a memória da pequena Anna para evitar traumas. Anos mais tarde, os reis de Arendelle faleceram e seguindo a tradição a filha mais velha deveria assumir o trono. Sob pressão, Elsa até tentou uma reaproximação com suas origens, mas sem querer acabou provocando um novo acidente e então decidiu se refugiar ainda mais e partiu para as montanhas aceitando a solidão como seu destino. Anna, que cresceu lamentando a ausência da irmã em sua vida, só soube de toda a verdade sobre o drama de Elsa agora com esta nova decisão de reclusão e então decide ir a sua procura para provar a ela e a todo o reino que o seu dom peculiar não a transforma em um monstro que precisa se esconder eternamente, só era preciso aprender a dominá-lo e vencer seus próprios medos.