Nota 6,0 Brucutu exibido vira um pai exemplar em comédia claramente produzida pela Disney
Seguindo os passos de Arnold
Schwarzenegger e Vin Diesel, astros de fitas de ação que também tentaram a
sorte no campo da comédia, Dwayne Johnson, o ex-lutador conhecido como
"The Rock", foi lançado como na carreira de ator tendo como principal
atributo seus avantajados músculos, mas não demorou muito para alguns
produtores perceberem sua empatia junto ao público infantil e o empurraram para
o campo do humor. Em Treinando o Papai
ele vive Joe Kingman, o líder e principal estrela de um time de futebol
americano acostumado com fama, assédio das mulheres, regalias e festas. Ele
sempre foi conhecido por atitudes egoístas tanto dentro quanto fora do campo e
só aceitava dividir sua luxuosa residência com seu cachorro de estimação e com
sua coleção de objetos homenageando o cantor Elvis Presley, a única pessoas que
considera estar à sua atura em termos de prestígio e importância. Todavia, de
uma hora para a outra, sua rotina invejável muda drasticamente quando se vê
obrigado a dividir seu sagrado santuário com uma garotinha de apenas sete anos.
Peyton Kelly (Madison Pettis) bate à sua parte dizendo que é sua filha e que
ele deveria cuidar dela durante algumas semanas enquanto a mãe está em uma
viagem missionária pelo continente africano. A menina seria fruto de um último
encontro entre o esportista e sua ex-mulher antes de optarem pela separação.
Passado o susto inicial, é chegada a hora de enfrentar a realidade. Durante
cerca de um mês, Kingman terá que aprender a equilibrar sua vida pessoal,
profissional e de solteirão inveterado com a função de pai. Adeus baladas,
encontros noturnos e treinos pesados e bem-vindo as aulas de balé, compras no
shopping e brincadeiras com bonecas.
Sendo uma produção bancada pela
Disney, tudo isso são meras desculpas para o diretor Andy Fickman abordar temas
que o estúdio considera relevantes, em outras palavras, as coisas simples da
vida que se transformam em momentos de ouro em termos afetivos. O cineasta já
havia explorado a adaptação ao universo do sexo oposto na comédia Ela é o Cara, na qual a personagem de Amanda
Bynes se passava por um rapaz para poder jogar futebol no colégio, mas em ambos
os filmes ele parece ter medo de ousar. Desde o início já temos ideia dos
obstáculos a serem superados pelo protagonista que em um passe de mágica se
transforma em um pai adorável, mais altruísta, gentil e solidário até mesmo com
seus colegas de trabalho finalmente compreendendo o sentido da expressão
trabalho em equipe. Mesmo guiado por dezenas de clichês, o roteiro de Nichole
Millard, Kathryn Price e Audrey Wells ganha pontos por conta da simplicidade
como o relacionamento entre pai e filha é conduzido destacando o carisma de
seus intérpretes. Sabemos que Johnson é um ator de recursos limitados, mas em
comédias até que ele engana bem, talvez por adotar o mesmo estilo que consagrou
Adam Sandler: caras e bocas, jeitinho meigo (apesar do visual bombado) e por
vezes agindo como um adulto infantiloide. Já a graciosa Pettis é a cereja do
bolo, carismática na medida certa e passando longe da chatice tão comum às
crianças nesse tipo de produção, levando seu trabalho a sério feito gente
grande. Uma pena que os coadjuvantes sejam desperdiçados e não tenham função na
trama, assim os protagonistas acabam perdendo força presos a seus conflitos
como se o mundo girasse apenas em torno dos dois. Apesar de alguns deslizes e
da previsibilidade, Treinando o Papai é honesto em
seus objetivos. Entra em campo como uma diversão passageira para ganhar pontos
certeiros com seu público-alvo, as crianças. Sendo assim, vence a partida.
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