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domingo, 4 de junho de 2017

BAILEY - UM CÃO QUE VALE MILHÕES

Nota 3,0 Transbordando clichês de filmes de animais falantes, longa deve agradar aos pequenos

Cachorrinhos fofinhos e falantes ainda tem plateia garantida? Bem, confiando que o público está sempre se renovando e crianças inocentes e descobrindo a magia do cinema não vão faltar, tem sempre produtores de plantão dispostos a bancar produções censura livre para atender esse nicho. Os roteiristas Mary Walsh e Heather Conkie não tem como fugir dos estereótipos desse tipo de produção em Bailey – Um Cão que Vale Milhões, nem mesmo das batidas mensagens de proteção à natureza e tampouco das lições de moral, neste caso acerca da ganância que cega as pessoas. O filme tem um rápido prólogo onde conhecemos Marge Maggs (Laurie Holden), uma corajosa ambientalista que faz de tudo para proteger os animais, assim ela tem uma ficha policial considerável, mas sempre perdoada devido as boas intenções de seus atos. Dois anos depois de desmantelar mais um laboratório que usava ilegalmente bichos para experimentos, ela agora trabalha em uma instituição de pesquisa e direitos dos animais fundada pela Sra. Constance Pennington (Jackie Burroughs), uma idosa milionária que antes de falecer deixou seu testamento gravado em vídeo. Como nunca teve filhos, seu sobrinho Caspar (Tim Curry) e a esposa Dolores (Jennifer Tilly) já faziam planos para gastar a herança, mas se surpreendem quando descobrem que a eles só restou o cargo de direção da fundação, uma espécie de punição por eles nunca terem sido muito amáveis com ela. Toda a fortuna foi deixada para o cãozinho Bailey, seu fiel companheiro por anos, que tem como tutor o tímido Ted Maxwell (Dean Cain), um especialista em comportamento animal que afirma “dialogar” com o cachorro milionário. Contrariando a regra que os opostos se atraem, o psicólogo e a defensora dos animais se entendem logo que se conhecem por conta de seus interesses em comum, mas recebem uma forcinha de seus bichinhos. Bailey também se apaixona por Tessa, a cadelinha de estimação de Sam (Angela Valee), a filha de Marge. Obviamente a felicidade do casal, ou melhor, dos casais, vai sofrer interferência da dupla de vigaristas que antes mesmo de terem a decepção do testamento já estavam colocando um plano B em prática.

Como já trabalhavam na fundação, Caspar e Dolores, além de desviarem dinheiro, começaram a roubar cachorros do local e levavam para um galpão próximo à instituição onde instalaram o que chamam de “fábrica de filhotes”, uma espécie de cativeiro no qual os animais seriam cuidados, levados à procriação e depois comercializados clandestinamente. É claro que a turma protetora dos animais vai descobrir os planos e tentar impedir, porém, os adultos mostram-se desligados e só vão se dar conta de tudo que está acontecendo quando Sam e seus bichinhos de estimação estão em perigo. O diretor David Devine trabalha sua narrativa de forma razoavelmente satisfatória tendo em mente que seu público-alvo são as crianças pequenas, mas até elas podem se sentir incomodadas com a interpretação de Jennifer Tilly que se esforça para criar uma vilã cativante, mas seus exageros de personalidade, vestuário e principalmente voz anasalada tornam sua participação um suplício. Fora isso, a história em si é bem frouxa, sendo possível se prever em algumas cenas até os diálogos que serão travados. A única grande novidade é que o guri que serve como parceiro de aventuras de Sam não é filho do par romântico de sua mãe. Max (Munro Chambers) é um garoto que ela conhece por acaso e que também é amante dos animais. Sua função é descartável na trama, visto que não rola romance com sua amiga e o gancho de não se dar bem com a nova namorada do pai não chega a lugar algum, assim como pouco efeito causa a participação de Don Donald (Max Baker), um agente do conselho tutelar que está seguindo e registrando os passos de Marge para pedir no tribunal que ela perca a guarda da filha devido as maluquices que faz em prol da fauna. Cain e Holden formam um par simpático assim como seus cãezinhos, mas é uma pena que o poder da fala dado aos animais passa longe das trucagens feitas para tornar crível o efeito em produções como Babe – O porquinho Atrapalhado. Não poderia ser diferente visto que é um produto de baixo orçamento e com destino certo a ser apreciado no aconchego do lar. De qualquer forma, não deixa de ser um programa familiar bacaninha e até mesmo nostálgico. A sensação é que Bailey – Um Cão que Vale Milhões é um projeto típico dos anos 80 ou 90 quando filmes do tipo eram feitos a toque de caixa para abastecer a urgência do mercado de vídeo. 

Comédia - 90 min - 2005 

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