Nota 6,0 Embora agradável, novas gerações podem não se envolver com este estilo de romance
Romances em que o amor fica em segundo
plano e o sexo está em primeiro lugar certamente devem horrorizar as vovós que
não se sentem envolvidas pelas produções românticas atuais que visam se
comunicar com platéias mais jovens que em geral começam relacionamentos direto
na cama e sem precisar necessariamente saber os nomes dos envolvidos. Para
gerações mais antigas, filmes de amor eram sinônimos de E o Vento Levou e Casablanca,
por exemplo. Para atender a esse público desamparado e tentando conquistar
novos adeptos, algumas produtoras estão preocupadas em produzir romances mais
tradicionalistas, aqueles melosos e de época que podem parecer antiquados, mas
que possuem fãs cativos. A literatura é uma fonte rica de inspiração para tanto
e são das páginas do livro de Janette Oke que surgiu Onde Nasce o Amor, uma
cativante e bucólica história de amor que do início ao fim transpira nostalgia,
a começar por sua ambientação que remete aos antigos cenários de faroestes, mas
esqueça os tiroteios e as perseguições a cavalo. Adaptada por Michael Moran, a
trama se passa em meados do século 19, época da febre da Corrida do Ouro na
Califórnia, tempos em que muitos homens abandonaram suas famílias para ir em
busca do sonho de enriquecerem as custas da garimpagem, alguns prometendo só
voltarem ao lar quando ficassem ricos. Clark Davis (Wes Brown) e seu amigo
Daniel (David Tom) são dois jovens caubóis que também se iludiram com essa
história, mas tiveram a viagem interrompida ao pararem em um pequeno
restaurante para fazerem uma refeição. Daniel corteja uma moça e acaba
comprando briga com alguns homens que a defendem. O episódio acabou causando
danos ao estabelecimento e culminou na prisão dos rapazes que teriam que
esperar cerca de um mês na prisão até a chegada do delegado responsável que
então resolveria suas sentenças. Daniel acaba conseguindo fugir, mas Clark,
mais ajuizado e honrado, decide ficar e propõe ao xerife Holden (Jere Burns)
que possa sair da cadeia em troca de serviços prestados para pagar a sua dívida
com Millie (Nancy McKeon), a dona do restaurante que ficou no prejuízo.
Holden, acreditando que Clark é
honesto e responsável, aceita a proposta, mas nada de lavar pratos ou servir
mesas. Ele o leva para trabalhar na fazenda das irmãs Barlow, Ellen (Julie
Mond) e Cassie (Abigail Mavity). As moças são órfãs de mãe e a pouco tempo
perderam o pai, assim cuidavam das terras da família sozinhas, mas um temporal
inesperado acabou trazendo grandes danos ao local. Os reparos necessários são
pesados e difíceis, mas não há homens disponíveis para esses serviços na
cidade, a maioria foi em busca de ouro em outros lugares. Cassie prontamente
aceita a sugestão do xerife, assim Clark teria dinheiro para pagar Millie e
assim que sua dívida estivesse quitada ele estaria liberado para ir embora. No
entanto, Ellen não gosta da ideia e o aceita na fazenda por um período de
experiência, pois no fundo o acha um arruaceiro. Não é difícil adivinhar o que
acontece. Pouco a pouco o rapaz vai conquistando a confiança da jovem e
compreende a razão de ela ser tão severa inicialmente, um motivo do passado do
qual ela ainda não conseguiu se desvencilhar. Simples assim. Onde
Nasce o Amor é o típico programa para toda a família seguindo uma
narrativa clichê e sem ousadias. O diretor David S. Cass nem mesmo tenta fugir
um pouco das amarras da obra original, perdendo ganchos previsíveis, mas que
dariam uma agitada na produção, como o possível regresso de Daniel enriquecido
para tentar o amigo a cair na estrada novamente ou a boa e velha disputa entre
irmãs pelo amor de um homem, até porque neste caso a caçula Cassie tem um
perfil infantilizado. Sem grandes
conflitos, esta é mais uma produção no fundo com cunho religioso ou edificante,
aquele tipo de filme que expõe um argumento simples e envolvente a um grande
número de pessoas e que usa a redenção dos personagens como forma de resgatar
nos espectadores a fé em algum tipo de crença e/ou restabelecer o sentimento de
solidariedade e amizade entre os humanos. Neste caso, a força do amor é a
salvação de Ellen e Clark. Dentro dos seus objetivos, uma obra correta e com
mensagem direta e universal.
Romance - 88 min - 2011
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