NOTA 3,0 Apesar dos cenários inovadores, longa repete os clichês comuns do terror e conta com enredo frouxo |
A introdução do longa até promete que algo bom está por vir.
Um grupo de pessoas está tentando capturar um fantasma em um ferro-velho. A
maioria morre na missão, mas o espectro é preso. Seria uma espécie de versão
mais dark dos Caça Fantasmas? Bem, depois a narrativa segue nos apresentando à
Arthur (Tony Shalhoud) e seus filhos, Kathy (Shannon Elizabeth) e Bobby (Alec
Roberts), que estão passando por dificuldades financeiras. A sorte dessas
pessoas muda quando elas descobrem que vão receber uma mansão de herança de um
parente misterioso, o Dr. Cyrus Kriticos (F. Murray Abraham), o chefe da tal
operação de captura de espectros. Porém, há um problema: o lugar parece ter uma
perigosa armadilha. Presos na nova moradia, uma imensa casa repleta de paredes
móveis de vidro inquebrável, os visitantes encontram vingativos fantasmas que
só podem ser vistos através de óculos especiais. Todos eles tiveram mortes
trágicas e ameaçam aniquilar qualquer um que atravessar seus caminhos. De hora
em hora as paredes mudam de posição e é aí que mora o perigo. Nesse rápido
período de mudança as tais almas penadas podem escapar. O falecido Cyrus gostaria de realizar uma experiência capturando treze fantasmas para conseguir
poderes infinitos, sabe-se lá porque isso, mas faleceu antes de concluir seu
intento e agora dozes almas penadas assombram sua residência. Os humanos, por
sua vez, estão envolvidos em uma corrida contra o tempo para salvar suas vidas.
Arthur e seus filhos contam com a ajuda (será mesmo?) de Kalima Oretzia (Embeth
Davitz), aparentemente a favor da liberdade e direitos dos fantasmas, e de
Dennis Rafkin (Matthew Lillard), um especialista em captura de espíritos
torturados que trabalhava com o Dr. Cyrus. Melhor dizendo, o tal
caça-fantasmas, careteiro e piadista, na realidade está de penetra na mansão
procurando algo que acredita estar escondido por lá, obviamente algum segredo
relacionado ao experimento de seu ex-patrão.
Com a produção assinada por Robert Zemeckis e Joel Silver,
responsáveis respectivamente, entre outros projetos, pelas trilogias De Volta
Para o Futuro e Matrix, era de se esperar que visualmente o longa não
decepcionasse. A cenografia é interessante, embora muito moderninha, a
fotografia, edição e iluminação são de qualidade, o visuais dos fantasmas são
bem criativos e com ótima caracterização, mas ao que diz respeito a condução da
narrativa talvez os produtores nem tomaram conhecimento do que acontecia no
set. Se a obra original de Castle que serviu de inspiração optava por uma
abordagem mais ingênua e sugestiva do tema assombração, Beck resolveu fazer uma
colcha de retalhos de tudo o que já vimos nos filmes de terror durante os anos
80 e 90, ou seja, muito sangue, violência, barulho e sustos previsíveis. Até
uma reviravolta no roteiro é planejada para dar à obra um falso ponto de
surpresa. Se existe algo relevante na existência de 13 Fantasmas, gostando ou
não do filme, é aguçar a vontade de conhecer mais sobre o gênero de terror. Por
exemplo, quem foi William Castle? Para quem não sabe tal figura foi homenageada
na comédia Matinée – Uma Sessão Muito Louca. Excêntrico e criativo, o diretor
criava brincadeiras e truques para deixar uma simples ida ao cinema uma
experiência inesquecível. De pequenos choques à esqueletos vagando pela sala de
exibição, neste caso dos fantasmas capturados, lembrando que segundo a Sony
Pictures, distribuidora do filme, o longa é remake do já citado A Casa dos Maus
Espíritos, ele inventou um processo chamado illusion-O, óculos com lentes azuis
e vermelhas que eram distribuídos aos espectadores. Quando usados exibiam os
fantasmas, sem eles os espectros eram invisíveis. Tal inovação acabou sendo
incorporada à narrativa da versão 2001, mas os tais óculos não foram cedidos às
platéias, mas nada que interfira no resultado final. Curiosamente, apesar de
ser mais do mesmo e em alguns aspectos até precária demais, esta produção
conquistou uma legião de fãs fiéis que o defendem com unhas e dentes. Realmente
para matar o tempo e divertir os adeptos de sanguinolência ela serve. Há uma ou
outra cena de morte bem idealizada e com requintes de crueldade, como a de um
sujeito partido ao meio por uma placa de vidro, mas se pararmos para pensar bem
que saudades das casas assombradas dos bons e velhos filmes de terror.
Definitivamente modernidade não combina com esse tipo de filme e quando aliada
a um péssimo roteiro o resultado é uma tremenda bomba.
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