Nota 4,0 Flertando com o espiritismo, longa tem premissa interessante, mas é previsível
Filmes que abordam temas
ligados ao espiritismo, como vida após a morte ou a possibilidade de ainda
vivenciar o mundo real quando aparentemente a alma já está desvencilhada do
corpo, chamam a atenção e já tem público cativo. Nos anos 2000, parece que a
onda de longas espíritas pegou o mundo todo, principalmente depois que o
suspense O Sexto Sentido aliou com perfeição sustos com
mensagens que os interessados na área tanto buscavam. Tal obra reascendeu a
procura por produtos do tipo, mas nem tudo que surgiu em seguida conseguiu
resultados tão bons. O mesmo produtor que fez o mundo roer as unhas até o
último minuto com a história do garoto que podia se comunicar com os mortos não
repetiu o feito com O Invisível, suspense com pegada
espírita, mas que está longe de ser um estudo profundo do assunto, parecendo
mais uma introdução a esse universo para adolescentes. Nick Powell (Justin
Chatwin), é um aspirante a escritor que promete trilhar um caminho profissional
brilhante e se destaca no colégio com suas redações. Porém, sua vida é
inesperadamente interrompida quando é brutalmente atacado numa noite e
abandonado praticamente sem vida em um local afastado da cidade onde mora. No
dia seguinte, o jovem está de volta à sala de aula, mas estranha o
comportamento dos colegas e da professora que parecem ignorá-lo. O mesmo
acontece quando chega em casa e ele encontra sua mãe, Diane (Marcia Gay Harden)
que também parece não enxergá-lo. Pouco a pouco ele descobre que está preso
entre o mundo dos vivos e dos mortos e que a única pessoa que pode entrar em
contato com ele é Annie (Margarita Levieva), mas ela mesma pode estar envolvida
com os fatos que levaram Powell a esta situação.
No conjunto, O
Invisível, título genérico, mas que traduz bem a ideia da obra, não
passa de uma produção ligeira que segura a atenção, mas provavelmente
esquecível pouco tempo depois devido ao seu ritmo e história irregulares.
Baseado no longa sueco Den Osynlige, filme de 2002 inédito no
Brasil e sem título traduzido, a história na versão americana criada por Mick
Davis e Christine Roum sofreu uma importante modificação para tentar deixá-la
mais substancial. Na versão original temos apenas um adolescente invisível, mas
no caso temos dois. O rapaz habita uma espécie de limbo onde tem a
possibilidade de entender o que lhe aconteceu e ainda há chances de reverter
essa situação. Por outro lado, temos uma jovem que desde a morte de sua mãe é
ignorada pela sociedade, o que a torna invisível metaforicamente. Não é apenas
a coincidência do fator da invisibilidade que une o destino dos dois, mas
também o fato da garota enveredar pelo mundo do crime para sobreviver e isso
ter a ver com o que aconteceu com o estudante. Flertando entre o drama e o
suspense, o diretor David S. Goyer, que dirigiu Blade Trinity e
roteirizou Batman Begins, parece não se dar muito bem fora do
gênero ação. A introdução é instigante, mas falta ritmo para a história seguir
em frente. Todavia, o filme aparentemente agrada bastante aos adolescentes e
nisso é preciso concordar. Realmente, como já dito, parece que a produção foi
pensada especialmente para esse público e até se torna uma opção acima da média
para ele. A fotografia, locações e iluminação sombrias carregadas nos tons
azulados e acinzentados acentuam o clima de suspense para envolver os jovens,
mas para espectadores mais críticos e experientes tudo funciona para dar um ar
melancólico e que desperta sonolência.
Suspense - 102 min - 2007
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