Nota 3,5 Com a patinação no gelo como pano de fundo, longa é tão frio quanto sua ambientação
Mesmo que não façam sucesso quando lançados nos
cinemas, saiam diretamente para locação e venda ao consumidor ou até sejam
produções feitas com exclusividade para um canal fechado, é certo que os
produtos Disney já nascem com longa vida garantida. O público-alvo destes
projetos simplórios e previsíveis está sempre se renovando e pode estar ai o
segredo de sucesso da fórmula. Sempre há gente nova querendo e precisando de
mensagens positivas e politicamente corretas para no futuro tornarem-se adultos
melhores, ou melhor, ensinamentos básicos para se conviver em sociedade que
devem ser colocados em prática desde a infância. Sonhos no Gelo não foge a
regra. É um draminha água-com-açúcar com a marca registrada da casa do Mickey
Mouse e lembra em alguns aspectos outros trabalhos da empresa como High School Musical. Com roteiro de
Hadley Davis baseado em uma história original do próprio autor em parceria com Meg
Cabot, a trama gira em torno de Casey Carlyle (Michelle Tratchtenberg), uma adolescente muito
inteligente, mas nada popular no colégio, que é estimulada por Bast (Steve
Ross), seu professor de física, a tentar uma bolsa de estudos para ser uma
aluna da conceituada Harvard. Para tanto, ela precisa apresentar um trabalho de
admissão e escolhe um tema bem original: a aplicação de conceitos da física na
patinação artística. O que a garota não imaginava é que ficaria fascinada por
esse esporte a ponto de considerar a física menos importante que a emoção. Isto
deixa desesperada sua mãe, Joan (Joan Cusack), uma professora de literatura
inglesa, pois seu sonho era ver sua filha em Harvard. Casey enfrenta a mãe e
decide investir no esporte e conta com a ajuda da treinadora Tina (Kim
Catrall), esta que aparentemente prefere ver sua filha Gen (Hayden Panettiere)
se tornar uma campeã.
Uma protagonista que se acha um patinho feio em busca de um objetivo que lhe exige força de vontade para superar desafios, uma antagonista querendo derrubá-la, um garoto bonitinho para fazer par com a mocinha, música e dança e um argumento pouco desenvolvido e com alguns tropeços, no caso, tão frágil e possível de derreter quanto o gelo da pista de patinação, principal cenário do longa. O filme é perfeito para uma sessão da tarde descompromissada, mas quando analisado com atenção ele apresenta certos problemas, a começar pela longa duração que não suporta um roteiro que poderia ser bem resumido. O jeito para esticar foi adicionar longas sequências das competições de dança no gelo. Muito bem fotografadas e dirigidas, as cenas até despertam certo interesse, mas o exagero se torna cansativo. Kim Catrall pode ser considerada a vilã da história até certo ponto, apesar de Joan Cusack também não ficar atrás para ocupar o cargo. No papel da perspicaz treinadora, Kim aparece pouco a vontade e como se atuasse com o piloto automático ligado. Sem esboçar muitos sentimentos, a personagem é extremamente fria quando aceita treinar a novata e até mesmo quando se trata da própria filha. No melhor estilo "o bem sempre vencerá", a garota Gen percebe que não tem jeito para o esporte e incentiva a colega a seguir em frente, mesmo indo contra a vontade da mãe.Contudo, a protagonista, Michelle Tratchtenberg, faz um trabalho correto, mas parece não ter fôlego para segurar um filme. Por fim, o próprio roteiro é limitado e repleto de clichês. Enfim, Sonhos no Gelo, com a direção eficiente de Tim Fywell, é uma daquelas produções que parecem talhadas para agradar garotinhas, tanto crianças quanto adolescentes, e que deve ser sucesso em locadoras e quando passa na TV, mas para nós brasileiros a trama é um tanto distante, a começar pelo ambiente escolar apresentado até as apresentações de dança no gelo, algo pouco comum para nós. Porém, apesar de extremamente americanizado, com a globalização, aprendemos a conviver com essa cultura e praticamente ela está enraizada nas novas gerações, público alvo da fita.
Drama - 98 min - 2005
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