NOTA 1,0 Mescla de terror, aventura e ficção acerca de um mistério no planeta Marte resulta em péssimo filme B |
Em uma das escavações são descobertas as ruínas de uma antiga civilização, porém a detonação de uma mina subterrânea desenterra um mal há muito tempo escondido. A população passa a ser comandada por alguma força maligna que toma os corpos dos humanos considerados invasores justamente para expulsá-los do planeta de forma definitiva. Essas criaturas se tornam fortes, bem armadas e tem sede de vingança. Estes acontecimentos fazem com que um grupo de policiais liderados pelo sargento Jericho Butler (Jason Stathan) e pela tenente Melanie Ballard (Natasha Henstridge) se unam em uma batalha para garantir suas próprias sobrevivências e tentem salvar o planeta Marte da destruição. Eles se instalam em uma base em um vilarejo que aparentemente está deserto, mas não demora muito e uma trupe de zumbis aparece para atacá-los. A história é contada através de flashbacks e relatada a um tribunal por Melanie, uma das poucas que sobrevive para literalmente contar história. Entre vários personagens desinteressantes que obviamente estão em cena para morrer, completa o elenco Ice Cube como o prisioneiro James “Desolation” Williams que de ameaça se torna aliados dos policiais. A premissa já é um tanto estapafúrdia, mas o roteiro ajuda a piorá-la, ainda mais quando chegamos a conclusão, uma das piores já feitas em todos os tempos, totalmente sem clímax. Para chegarmos a tal decepção, o caminho alterna momentos tortuosos com outros de leve excitação. As atuações são péssimas e os diálogos também são tolos. A ambientação é das mais simplórias possíveis, quase um trabalho amador, mas quando os zumbis entram em cena com sede de vingança é possível se entreter um pouquinho, isso se você não estiver preocupado em saber se o líder deles é um sósia ou é o próprio cantor (?) Marilyn Manson. Aliás, do elenco apenas Stathan conseguiu levar a carreira adiante com relevante projeção atrelado ao gênero de ação. O restante parece ter sido possuído pelas forças malignas do enredo e vivem nas trevas desde então, se é que um dia saíram de lá.
Carpenter, o homem por trás da versão original de Halloween, virou símbolo de sucesso no gênero terror com clássicos assombrosos como A Bruma Assassina e Christine - O Carro Assassino. Hoje tais títulos podem ser motivos de risos, mas para a época serviam muito bem ao que se propunham. Ele assinou diversas bombas depois, saiu do ostracismo com o bem feitinho Vampiros, mas cavou sua cova novamente ao se meter nessa bobagem literalmente de outro planeta. A crítica o malhou tanto que desde então o cineasta não fez mais nenhum filme. Sem fugir do gênero que o consagrou e investindo na adrenalina, Carpenter tentou produzir algo para deixar o público aterrorizado, mas conseguiu arrancar muito mais risadas. Fantasmas de Marte na realidade não é terror. Beira a comédia, mas não se assume como tal. Pode ser visto como um exemplo de ação ou aventura já que no elenco tem uns brucutus e tiroteio e explosões não faltam. Porém, a melhor classificação é trash movie com letras maiúsculas. Esta é uma verdadeira obra-prima de lixo cinematográfico que vista dessa maneira ganha status de cult e pode até se tornar divertida, mas realmente do conjunto todo o máximo que poderemos guardar em nossas mentes é o excesso de luz vermelha para retratar o árido espaço marciano e os gritos e urros do líder dos zumbis (inesquecíveis). Alguns podem apontar os efeitos especiais e cenografias precárias como os grandes defeitos, mas essas coisas nunca foram empecilho para o diretor que sempre conseguiu criar boas atmosferas de suspense com poucos recursos, tal qual o famoso Ed Wood fazia no passado. A falta de um enredo bem elaborado é determinante para o fracasso, embora o colonialismo e a exploração excessiva de uma terra sem pensar nas conseqüências sejam alguns temas implícitos, mas é impossível se ater a tais ideias ao som de um heavy metal ensurdecedor. Aos adeptos dos filmes B bom proveito.
Terror - 98 min - 2001
O líder das criaturas aparentemente é interpretado por Rodney A. Grant, o índio Vento no Cabelo, de Dança com Lobos.
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