Nota 5,0 Longa não tem nada de macabro e desperdiça argumento não sabendo trabalhar reviravolta
Kaylie (Brooke Anne Smith) é uma
jovem que como tantas outras adolescentes americanas vai passar a noite do Dias
das Bruxas trabalhando como babá. O serviço que parecia tranquilo acaba se
tornando um pesadelo quando a casa dos seus patrões é invadida por um assassino
mascarado. Seria Noite das Bruxas Macabra uma
cópia descarada do clássico Halloween - A
Noite do Terror? Bem, a julgar pela produção modesta e duração enxuta
poderíamos dizer que seria o primo pobre do longa setentista, porém, na metade
da história temos uma significativa quebra de expectativas, mas o que também
não quer dizer necessariamente que seja um ponto positivo. No primeiro ato, o
filme parece seguir à risca a cartilha dos slashers movies. Kaylie é uma
adolescente deslocada, do tipo que destila um humor ferino e tem uma visão um
tanto distorcida da realidade, o que contribui para não ser muito popular no
colégio, completamente o oposto de Daphne (Nikki Limo), sua melhor amiga que
inventa estar com gripe para deixar de atender o pedido da família Payton para
cuidar de um bebê e assim poder sair para badalar na noite de doces ou
travessuras. Kaylie cai na mentira e aceita a tarefa em seu lugar, afinal nada
melhor que ganhar uma graninha extra e ainda usufruir um pouco do conforto da
casa de uns ricaços, mas é avisada pelo Sr. Miles (Malcolm McDowell), um
misterioso e idoso vizinho, sobre os perigos que o Halloween pode oferecer e a
recomenda não abrir a porta para nenhum estranho. A jovem imediatamente rejeita
o conselho, pois sua noite já começa mal com as tradicionais importunações de
adolescentes que aproveitam a data para fazer brincadeiras incômodas, motivo
pelo qual a jovem não percebe em um primeiro momento estar sendo observado por
um mascarado que não tarda a invadir a residência. Como o velho senhor lhe
avisara, muita gente só quer se divertir no Dia das Bruxas, mas não faltam
oportunistas para espalhar o mal. Coincidência ou não, esse era o mesmo
discurso do personagem de McDowell em Halloween
- O Início, remake do filme citado no início do texto que tem como
representação da maldade em seu estado mais puro o assassino Michael Myers. Já
no filme em questão, o serial killer passa longe de amedrontador.
Para quem espera alta contagem de
corpos esqueça! Todavia, isso pode ser tanto o trunfo quanto a pedra no caminho
do trabalho do roteirista e diretor Travis Baker. Embora comece de forma previsível,
Noite das Bruxas Macabra é econômico nas
mortes e promove uma inversão de expectativas ainda na metade do filme. Se a
justificativa para os atos dos seriais killers geralmente é serem pessoas
problemáticas e desequilibradas, aqui o assassino literalmente deixa a máscara
cair e expõe todos os seus conflitos pessoais à sua vítima principal. A tarefa
ingrata é dada ao ator Marc Valera que não causa raiva e tampouco comove com
seus lamentos. Não se pode negar que é muito bem-vinda a ideia de humanizar o
criminoso a fim de afastá-lo do estereótipo dos vilões indestrutíveis do gênero,
porém, Baker não tem traquejo para conduzir tal ação. Assim, após a esperada
revelação da identidade do mascarado muito antes do clímax, o longa deixa o bom
ritmo que trabalhava até então cair vertiginosamente. Todavia, o diretor ainda
reserva uma reviravolta para os minutos finais, embora bastante previsível para
os escolados em filmes do tipo. Pela curta duração, infelizmente não são bem exploradas
as relações de Kaylie com Daphne e tampouco com Graham (Matt Angel), interesse
romântico da protagonista. O rapaz que teoricamente deveria ser alçado a herói
salvando a mocinha em perigo não tem função na trama fora o fato de ser o
motivo de um ciúmes doentio alimentado secretamente pela babá, mas como
justificar alguns atos insanos da moça se temos que acreditar em sua paixão
avassaladora por encontros rápidos com seu crush que fica em cena cerca de dez
minutos ou menos? Despretensioso e parecendo até longo demais mesmo com sua
curta duração, esta produção mata um tempo livre, mas fica a sensação que um
bom argumento foi vergonhosamente desperdiçado. Filmado em 2010, a produção
demorou quase quatro anos até conseguir algumas modestas exibições. É o tipo de
filme que viria a se tornar tendência para alimentar catálogos de serviços
streaming.
Suspense - 88 min - 2014
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