Nota 7,5 Guerra de pontos de vistas de tema complexo sustenta romance fraquinho
O que é mais interessante: uma
imagem cheia de simbolismos e significados ocultos ou um texto bem redigido com
vocabulário rebuscado e mensagens subliminares? Intelectuais costumam admirar
as artes visuais e a literatura com o mesmo grau de importância, mas mesmo
dentro deste grupo tão seleto pode haver defensores ferrenhos de cada estilo de
manifestação artística e cultural. É disto que se trama o romance Palavras e Imagens, do diretor australiano
Fred Schepisi, de ótimos e saudosos títulos como Um Grito no Escuro e A Casa
da Rússia. O professor de literatura
Jack Marcus (Clive Owen) idolatra as palavras e tenta ser um modelo de
inspiração a seus alunos, principalmente por ostentar que ainda muito jovem
publicou um livro premiado e elogiado pela crítica e por isso foi contratado a
peso de ouro para lecionar, mas seu problema com o alcoolismo pode jogar por
terra toda a sua boa reputação e carreira, aliás, já o castiga na vida pessoal
visto que seu próprio filho tenta ao máximo evitar contato com ele. Já Dina
Delsanto (Juliette Binoche) é uma artista plástica que já teve seus dias de
glória expondo suas obras em importantes galerias, mas por causa de uma artrite
reumatóide, uma séria inflamação degenerativa dos músculos, tem seus movimentos
limitados e para sobreviver acaba tendo que se contentar com a vaga de
professora de artes, profissão que exerce tentando persuadir com seus ideais e
personalidade forte. Ele a saudando com um sonoro "foda-se" e ela por
sua vez levantando na direção dos olhos dele o seu dedo do meio, de imediato
eles se estranham no colégio e deixam claro serem ferrenhos defensores de suas
respectivas áreas de trabalho e conhecimento, mas no fundo ambos sabem que tem
uma faísca de sentimento amoroso que surgiu, só que extremamente orgulhosos não
querem dar o braço a torcer. Contudo, como também não desejam dar as costas um
para o outro, acabam iniciando uma guerra dentro do colégio utilizando como
armas os próprios alunos que são instigado à rivalidade, assim vira e mexe
estão em contato com a desculpa de precisarem solucionar problemas dos
adolescentes.
Como há males que vem para o bem, o clima acirrado de disputa acaba despertando o desejo dos professores em voltarem a criar. Enquanto Marcus tenta escrever algo que impressione tanto quanto sua obra juvenil, Dina passa a pintar em ritmo alucinado extravasando suas emoções e utilizando as mais diversas técnicas. Pincéis, esfregões, tacos e tudo o mais que possa mergulhar na tinta ela usa tentando provar que a arte visual tem muito mais ferramentas para transmitir mensagens que a junção de letras defendidas por seu desafeto, embora ele também tenha a seu favor a linguagem oral para somar a escrita. Enquanto ele tenta desfazer a máxima que uma imagem vale mais que mil palavras ela bate na tecla que frases bem orquestradas carregam falsidade e não traduzem sentimentos reais como a escolha de cores e formas permitem. No fogo cruzado, os alunos são incitados a expor sentimentos e segredos, tanto pela escrita quanto por meio de desenhos, assim a jovem Emily (Valerie Tian) sente-se pressionada a conseguir fazer um autorretatro que tenha alma própria e Swin (Adam DiMarco) acaba revelando ter interesse na garota. Apesar da pegada intelectual, o argumento é desenvolvido com bastante leveza pelo roteirista Gerald DiPego que evita o clichê de alunos problemáticos ou violentos que acabam sendo salvos pela dedicação de um professor. Aqui eles tem lá seus dilemas, mas o foco é mesmo na relação conturbada de seus educadores desenvolvida de maneira clichê, mas nem por isso desinteressante, pelo contrário. A previsibilidade deixa de ser um empecilho graças a seus intérpretes que tornam crível a batalha proposta por Palavras e Imagens. O último ato, que literalmente propõe um debate sobre o poder e importância das duas manifestações culturais, deixa a desejar pelo didatismo e rapidez que tenta encerrar uma obra que de forma descontraída consegue levar uma temática complexa ao grande público. Detalhe: as obras de arte que embelezam a produção são criações da própria Binoche que tem a pintura como hobby.
Como há males que vem para o bem, o clima acirrado de disputa acaba despertando o desejo dos professores em voltarem a criar. Enquanto Marcus tenta escrever algo que impressione tanto quanto sua obra juvenil, Dina passa a pintar em ritmo alucinado extravasando suas emoções e utilizando as mais diversas técnicas. Pincéis, esfregões, tacos e tudo o mais que possa mergulhar na tinta ela usa tentando provar que a arte visual tem muito mais ferramentas para transmitir mensagens que a junção de letras defendidas por seu desafeto, embora ele também tenha a seu favor a linguagem oral para somar a escrita. Enquanto ele tenta desfazer a máxima que uma imagem vale mais que mil palavras ela bate na tecla que frases bem orquestradas carregam falsidade e não traduzem sentimentos reais como a escolha de cores e formas permitem. No fogo cruzado, os alunos são incitados a expor sentimentos e segredos, tanto pela escrita quanto por meio de desenhos, assim a jovem Emily (Valerie Tian) sente-se pressionada a conseguir fazer um autorretatro que tenha alma própria e Swin (Adam DiMarco) acaba revelando ter interesse na garota. Apesar da pegada intelectual, o argumento é desenvolvido com bastante leveza pelo roteirista Gerald DiPego que evita o clichê de alunos problemáticos ou violentos que acabam sendo salvos pela dedicação de um professor. Aqui eles tem lá seus dilemas, mas o foco é mesmo na relação conturbada de seus educadores desenvolvida de maneira clichê, mas nem por isso desinteressante, pelo contrário. A previsibilidade deixa de ser um empecilho graças a seus intérpretes que tornam crível a batalha proposta por Palavras e Imagens. O último ato, que literalmente propõe um debate sobre o poder e importância das duas manifestações culturais, deixa a desejar pelo didatismo e rapidez que tenta encerrar uma obra que de forma descontraída consegue levar uma temática complexa ao grande público. Detalhe: as obras de arte que embelezam a produção são criações da própria Binoche que tem a pintura como hobby.
Drama - 111 min - 2013
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