Nota 3 Com adição de humor, longa é apenas mais uma produção a aliar esporte e lições de moral
Todos sabem que os americanos são fanáticos por esportes e que o casamento de tal temática com o cinema já rendeu vários sucessos, mas também muitos filmes esquecíveis não por serem necessariamente ruins e sim pelo fato de não apresentarem novidade alguma, simplesmente repetirem fórmulas já testadas e quase sempre com conteúdo moral edificante. A Hora da Virada não foge à regra e seu título nacional já deixa explícita a mensagem de positivismo trabalhada na base dos clichês pelo roteiro de Jon Lucas e Scott Moore, embora neste caso a intenção não seja necessariamente levar o espectador às lágrimas de emoção e sim de tanto gargalhar. No entanto, o projeto ficou só mesmo na promessa de fazer o público dar boas risadas.
Roy McCormick (Martin Lawrence) é um treinador de basquete que veio do nada, mas alcançou fama rapidamente treinando grupos universitários. Sua conta bancária também cresceu em semelhante proporção graças aos vários contratos publicitários que fechou, o que lhe rendeu a alcunha de “o rei do patrocínio”. Porém, o tempo passou e chegou um momento em que a maré de azar bateu e sua equipe perdeu todos os jogos e assim o treinador deixou aflorar seu temperamento egocêntrico e explosivo. Após um ataque de fúria durante uma das partidas, McCormick acaba perdendo o emprego e consequentemente seu contrato com a agência de publicidade. Todavia, para tentar recuperar sua credibilidade e a boa vida que tinha, ele conta com a ajuda de seu empresário, Tim Fink (Breckin Meyer), este que na verdade também é ganancioso é não quer perder seu potencial cliente. O rapaz o convence a recomeçar de baixo, assim com muito custo ele consegue um trabalho voluntário na mesma escola que em sua adolescência o consagrou um campeão das quadras.
Mesmo sentindo-se rebaixado, McCormick retorna ao posto de treinador graças a insistência de um grupo de estudantes que acreditam que sob a batuta deste renomado profissional o time dos Smelters se tornaria invencível. O problema é que não basta gostar do esporte, mas também é preciso ter talento para a coisa, algo que o antigo líder do time juvenil não soube despertar. Entre esses jovens está Keith Ellis (Oren Williams), que não consegue superar a separação dos pais e, embora um excelente jogador, não consegue render o seu melhor no esporte. Além da pressão de se acostumar com uma família desfeita, sua mãe, Jeannie (Wendy Raquel Robbins), não parece disposta a apoiar o sonho do filho em ser atleta e logo de cara não se simpatiza com McCormick, este que cai de amores pela durona.
Impulsionado pelo repentino interesse amoroso, mas principalmente almejando retornar à vaga em seu antigo time de elite, o treinador se esforça ao máximo para controlar seu gênio, mas é duro manter a calma com um grupo de pré-adolescentes estereotipados (inclusive um teste de paciência para o espectador). Tem o jovem vaidoso e metido a galã, o outro com baixa autoestima que precisa provar ser tão bom nos esportes quanto seus irmãos e não falta o gordinho simpático para injetar humor na trama. Além de lidar com a trupe, o treinador também terá que enfrentar um antigo desafeto, Larry Burgess (Patrick Warburton), que guarda mágoas por ter sido preterido diversas vezes para ser seu assistente, mas hoje se gaba das várias vitórias de seu time, os Vinkings, no qual seu filho também joga.
E assim o palco está armado, ou melhor, a quadra, para mais uma história de belas e inspiradoras lições de vida, tonando-se uma opção perfeita para curtir em uma sessão da tarde em família. A Hora da Virada é mais um filme a investir na discussão da importância do trabalho em equipe, autoconfiança e limites do egocentrismo, tudo em doses homeopáticas para não chocar os pequenos. A direção é por conta de Steve Carr que buscou repetir a fórmula aprovada em seu longa anterior, A Creche do Papai, criando mais um passatempo ligeiramente divertido, mas sob medida para entreter as crianças, seu público-alvo.
Comédia - 86 min - 2004
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