NOTA 8,0 Readaptação feita para a TV de obra pouco conhecida de Orson Welles tem mensagem universal e atemporal sobre tolerância e caráter |
Eugene é inventor e está trabalhando na
construção de uma carruagem sem a necessidade de cavalos para puxar, modelo que
veio a ser conhecido como automóvel. No início poucos acreditavam na ideia, mas
após o lançamento no mercado o produto começou a fazer sucesso, mas havia
dúvidas de quanto tempo tal febre duraria. Contrariando as expectativas, os
números de vendas só subiram, enriquecendo ainda mais aquele que outrora era
considerado um mal partido pela falta de dinheiro. George então passou a atacar
o sogro com ofensas e difamações, não só pela inveja financeira, mas também por
saber que sua mãe deixou o luto de lado e estava se encontrando novamente com
seu antigo amor e isso já estava acontecendo antes mesmo de sua boa fase
financeira. Com a raiva alimentada pelos comentários maldosos de sua tia Fanny
(Jennifer Tilly), solteirona cujo passatempo preferido era fazer intrigas e
fofocas, ele passou a dedicar seu tempo para separar Isabel e Eugene, inclusive
obrigando a mãe a se mudar com ele para uma outra cidade, mas toda sua
impulsividade não lhe dava oportunidade para refletir nas consequências de suas
atitudes que também poderiam colocar em risco seu próprio namoro. Para piorar,
relutante em acompanhar as mudanças do mundo industrializado, George acabou
investindo mal o dinheiro de sua família e colocou tudo a perder. Já dá para
imaginar o que vem por aí. Quando chega ao fundo do poço, o protagonista passa
a reavaliar sua vida e corre contra o tempo em busca de redenção, inclusive
tentando ajudar até a chata de sua tia que tanto influenciou para sua
personalidade execrável. A Queda do Poder poderia ser
beneficiado com alguns minutos a menos, mas de toda forma a longa duração se
justifica pela opção em construir detalhadamente a personalidade e o mundo do
protagonista de forma a envolver ao máximo o espectador, ainda que alguns
possam se ofender ou não embarcarem na trama simplesmente por se verem na
figura deste jovem arrogante, mas uma pisada no calo vem bem a calhar a algumas
pessoas de vez em quando para dar um choque de realidade. Com um ótimo texto e
uma interpretação forte de Meyers, este drama merecia um destaque maior, pois
sua mensagem é atemporal e universal. Pena que a distribuidora que o lançou em
2007 faliu e seja uma raridade encontrá-lo. Sorte de quem tem um tesouro desses
em seu acervo.
Drama - 150 min - 2002
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