Nota 2,5 Falta romance em longa pouco envolvente que vale mais pela bela fotografia
Quando alguém decide assistir a um filme romântico no mínimo
espera se emocionar, mas o mundo está cheio de produções que podem até prometer
fortes emoções, porém, são insípidas. Geralmente tais obras fisgam o espectador
com títulos rebuscados e materiais publicitários que chamam a atenção por
transmitirem uma sensação de bem-estar e de leveza. É destes artifícios que se
vale Retratos do Amor para chamar atenção, ainda tendo como um extra
a ostentação dos nomes da oscarizada Julie Christie e do outrora famoso Burt
Reynolds em seus créditos. O veterano ator interpreta Larry Brodsky, o
proprietário de um sebo de livros que na juventude se apaixonou perdidamente
por uma moça no Marrocos, mas teve que abrir mão de seu grande amor quando
descobriu que ela já era casada. O tempo passou, mas ele jamais se recuperou
totalmente desta decepção, assim fechando-se para novas emoções até que um dia
conhece a jovem americana Aisha (Carmem Chaplin) e ambos se identificam
imediatamente já que escolheram morar em Amsterdã, na Holanda, na esperança de
mudanças positivas e uma vida com mais liberdade. Assim nasce uma amizade que
trará a Larry muitas surpresas, entre elas Narma (Julie Christie), a sua
suposta futura sogra, uma mulher que pode provocar novas e intensas emoções
neste homem que perdeu e no fundo deseja recuperar a fé no amor. A premissa é
até interessante, mas os roteiristas Michael O’Loughlin e Rudolph Van Den Berg,
este que também assina a direção, cozinham a história em banho-maria e com duas
vertentes que se ligam.
O personagem de Reynolds, além de lidar com as dificuldades
financeiras para manter seu estabelecimento comercial, é um desacreditado no
amor que volta a ter esperanças nesse sentido ao conhecer uma mulher bem mais
novo que naturalmente carrega consigo mesma uma dose extra de esperança e
alegria. Embora exista a expectativa de que surja um forte envolvimento amoroso
entre eles, é na mãe dela que este homem está interessado. O longa alinhava as
passagens contemporâneas com outras antigas que representam a memória de Larry
em relação a seu grande amor do passado e esse constante vai e vem no tempo é a
deixa para cortar rapidamente o frágil fator surpresa da narrativa.
Paralelamente a isso, acompanhamos a insossa trama que envolve Aisha em
problemas com algumas fotos sensuais suas que acabam parando em mãos erradas. Chaplin
e Reynolds tem interpretações corretas, mas a grande decepção fica por conta de
Christie. Detentora de um currículo de filmes de sucesso e premiados no
passado, nos últimos anos parece que a atriz perdeu o tino para escolher bons
papeis e aceita participar de produções pequenas que notadamente não terão
repercussão e suas interpretações carecem de vigor. Fora seu elogiado e interessante
papel em Longe Dela, que lhe rendeu indicação ao Oscar, ultimamente a
veterana intérprete não pode contar nem mesmo com o velho ditado fale mal ou
fale bem, mas falem de mim. Simplesmente seus projetos passam em brancas nuvens
e nem chegam aos cinemas, não colhendo assim nem mesmo críticas negativas em
quantidades consideráveis. É realmente uma pena que Van Den Berg desperdice uma
boa trama central investindo em diálogos fracos e outras situações pobres em
conteúdo para rechear seu trabalho. No mais, Retratos do Amor é um filme que só
tem como ponto positivo a bela fotografia que capta com perfeição e beleza de cenários
holandeses e marroquinos. É para ficar literalmente com cara de paisagem.
Romance - 94 min - 2002
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