Índice de conteúdo

domingo, 19 de novembro de 2023

PERSEGUIÇÃO 2 - O RESGATE


Nota 5 Embora mantenha a premissa do primeiro filme, sequência apela para a carnificina


Já é de praxe que produções de suspense e terror ganhem continuações, independente de serem sucessos ou não, afinal de contas o que interessa mesmo para seu público-alvo é ter um motivo para se reunir com os amigos para curtir uma zoeira, se entupir de pipoca e refrigerante e se tiver sorte rolar uma azaração. O filme que vão assistir é o de menos. O estranho e decepcionante final de Perseguição - A Estrada da Morte já dava a entender que uma continuação estava nos planos dos produtores ainda que, excetuando o mote principal e o perfil e táticas de ataque do vilão, pouca coisa nesta segunda produção tem a ver com seu antecessor, a começar pelo elenco renovado, mas cujos personagens continuam igualmente estereotipados. A trama de Perseguição 2 - O Resgate foi criada por James Robert Johnston e Bennett Yellin e acompanha um grupo de jovens que parte em uma viagem para Las Vegas cheios de expectativas e em busca de muita curtição. 

Para ganhar tempo, Melissa (Nicki Aucox), Bobby (Nick Zano), Kayla (Laura Jordan) e Nik (Kyle Schmidt) decidem pegar um desvio, mas acabam enfrentando no meio do trajeto um problema com o carro e buscam ajuda na única residência existente nos arredores da estrada. A casa parece estar abandonada, mas eles acham um veículo ainda em funcionamento e resolvem pegar emprestado. Melissa, na melhor das intenções, deixa um bilhete com o número de seu celular para o dono da casa, assim ele poderia telefonar e assim poderiam dar explicações e combinar uma forma de devolver o carro. Mal sabe ela que este simples recado transformaria suas próximas horas em um verdadeiro inferno. Logo ela e seus amigos passam a ser perseguidos por Parafuso (ou Rusty Nail), um misterioso homem a bordo de um velho e gigantesco caminhão. Violento e sádico, ele parece ser invisível, surpreendendo-os onde e quando menos esperam, além de sempre estar munido de informações particulares sobre os atos do grupo como se fosse uma figura onipresente. 


Reféns de sua implacável sede de vingança, o grupo de jovens é submetido a cenas de humilhação e tortura como se o vilão quisesse testar seus limites e incitar que eles próprios dessem cabo de suas vidas. A adrenalina e o suspense estão em alta voltagem e o tal motorista começa a fazer um jogo de tortura psicológica com suas vítimas, com direito a sadismo e mutilação. Rusty Nail desta vez está muito mais ávido por sangue e tem mais incautos para torturar. O elenco desconhecido tem interpretações medianas, mas consegue segurar bem as pontas interpretando perfis manjados. A mocinha justa e corajosa, a pervertida, o bonitão com pinta de atleta e até um emo um tanto chato batem cartão. Difícil torcer pela sobrevivência de algum deles, ainda mais porque neste capítulo a sugestão do horror é trocada pelo explícito. Toda a violência gráfica evitada no primeiro filme aqui ganha espaço pelas mãos do diretor Louis Morneau. 

Nesta sequência, é perceptível a influência do fenômeno Jogos Mortais, uma mudança de estilo gritante e desnecessária oferecendo algumas sequencias um tanto apelativas. Embora deixa a pegada de thriller psicológico um pouco de lado, o longa cumpre seus objetivos de deixar os espectadores tensos e curiosos. Como aproximadamente sete anos separam o longa original desta sequência lançada diretamente para consumo doméstico, é comum ficarmos com a pulga atrás da orelha devido ao estigma de uma lacuna de tempo desse porte indicar uma coisa: uma tremenda fria vem por aí. Geralmente as continuações produzidas diretamente para o consumo doméstico já nascem com o rótulo de produto caça-níquel, produções de orçamento limitado e de qualidade duvidosa. Não é o caso. 


Para quem gosta de um estilo sádico de horror, Perseguição 2 - O Resgate pode ser uma boa opção, inclusive por tecnicamente se equiparar ao filme original. Agitado do início ao fim, mantendo a ambientação soturna e claustrofóbica mesmo a céu aberto, não abrindo espaço nem mesmo para uma apresentação mais apurada dos personagens, esta sequência não é vergonhosa, porém, tampouco excepcional. Serve para passar o tempo, mas faz uma falta danada o estilo nostálgico, algo inspirado na década de 1970, adotado no primeiro exemplar da série que ainda ganhou mais um terceiro capítulo, esse sim uma bomba apelativa que se distancia ainda mais do argumento original. Já diz o ditado: um é pouco, dois é bom, mas três é demais.

Suspense - 91 min - 2008 

Leia também a crítica de:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Este espaço está aberto para você colocar suas críticas ao filme em questão do post. Por favor, escreva o que achou, conte detalhes, quero saber sua opinião. E não esqueça de colocar a sua avaliação do filme no final (Ruim, Regular, Bom ou Excelente).