Nota 1,0 Vendido como romance, filme é desinteressante e o amor é substituído pela jogatina
Sorte no jogo, azar no amor. Esse pensamento resume o espírito de Bem-Vindo
ao Jogo, produção vendida como um romance, mas que deve decepcionar os
fãs do gênero. Aqui há muito mais jogatina do que romantismo e quem não é
adepto de carteado provavelmente vai achar um tédio esta produção assinada por
Curtis Hanson. O diretor tem um currículo com trabalhos bem interessantes e
chegou ao ápice da carreira quando recebeu muitos elogios e indicações a
prêmios por Los Angeles – Cidade Proibida. Pouco tempo depois ainda
chamou atenção com seu Garotos Incríveis, mas desde então ele tem
escolhidos histórias tolas para filmar. Neste caso, ele optou por um simpático
e atraente casal de protagonistas e tentou enveredar pelo lado do romantismo
para no fundo contar uma história em que vencer no jogo de cartas é o que
interessa, uma metáfora ao desejo universal de vencer na vida. Em Las Vegas, o
jogador profissional Huck Cheever (Eric Bana) continua investindo nos jogos de
cartas, principalmente o pôquer, e sabe como ninguém as artimanhas para sair
vencedor. Sua técnica é simples: ele usa a emoção, faz o que manda seu coração,
enquanto os adversários usam a lógica. Porém, na vida pessoal ele não é bem
sucedido, mas as coisas mudam quando ele conhece Billie Offer (Drew Barrymore),
uma encantadora jovem que o ensinará a tratar do amor da mesma forma que ele
lida com o carteado. Enquanto aprende essa lição, ele também tenta juntar o
dinheiro necessário para poder participar de um lucrativo torneio onde poderá jogar
com uma lenda da jogatina, L. C. Cheever (Robert Duvall), que na realidade
é seu pai biológico que ele nunca conheceu e agora tem a chance de enfrentar
literalmente no jogo.
Infelizmente, não há clima de amor praticamente entre o casal principal
e se a intenção era também adicionar humor a trama, nada surtiu efeito. Nem um
sorrisinho amarelo é possível. O cineasta na realidade tentou fazer uma análise
reflexiva ou traçar paralelos entre a razão e a emoção e para tanto colocou seu
protagonista envolto a um dilema amoroso e outro com seu vício, os jogos de
pôquer. A intuição ou a lógica? Qual destes caminhos deve determinar as suas
decisões? O rapaz ainda tenta levantar dinheiro e ganhar condições físicas e
psicológicas para participar de um importante torneio no qual poderia ser o
adversário de seu próprio pai, o qual nunca conheceu, mas nem esse viés do
draminha familiar salva Bem-Vindo ao Jogo. Até que as
relações com o pai e a possível namorada poderiam render uma trama razoável,
mas o problema é que Hanson, também autor do roteiro em parceria com Eric Roth,
se preocupou tanto em fazer uma reconstituição fiel dos encontros de jogadores
de cartas que recheou seu trabalho de termos técnicos e longas sequências de
partidas, assim para quem não curte um joguinho o longa é uma verdadeira
tortura. Aliás, longo ele é literalmente. Uma meia hora a menos ajudaria e
muito. Enfim, esta produção é daquelas que dói dizer que é chata, mas não há
como deixar se levar pelo elenco competente, diretor famoso ou pela parte técnica
e visual que realmente não decepcionam. Um bom enredo é necessário até mesmo
para um filme mudo e para uma produção de duas horas de duração então nem se
fala. Só recomendado mesmo aos amantes de jogos de cartas que certamente não
boiarão conforme a narrativa avança e acharão a tal disputa velada entre pai e
filho eletrizante. Aos demais prepare uma generosa tigela de pipoca para se
entreter.
Romance - 123 min - 2007
Romance - 123 min - 2007
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