Nota 7,0 Em processo de adoção, pai e filho aprendem a viver em família e se adaptar ao mundo
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domingo, 18 de agosto de 2019
ENSINANDO A VIVER
sábado, 17 de agosto de 2019
AS VOZES
Nota 7,5 Produção bizarra cativa com protagonista problemático dividido entre ser mocinho e vilão
Um trash movie, ao pé da letra, é
aquele que deseja ser levado a sério, mas involuntariamente acaba se tornando
melhor que uma comédia assumida. Isso se deve a cenas mal dirigidas,
interpretações vexatórias e quando há necessidade de uso de efeitos especiais e
maquiagem pesada, mas pouco orçamento, aí é que o caldo entorna de vez. Por
conta desse percalços, muitas fitas de terror são rotuladas como filmes B, mas
não que isso seja um problemão, que o diga o diretor Sam Raimi que até hoje
colhe elogios com seu tosco longa de estreia The Evil Dead - A Morte do Demônio. Também é muito comum o termo
terrir, aí sim a mescla proposital de terror e comédia, dois gêneros
antagônicos já misturados em diversas oportunidades, mas raramente com resultados
satisfatórios. Geralmente são produções muito bem equiparadas, mas que fazem
questão de parecerem toscas. Esse é o caso de As Vozes,
à primeira vista ridículo, mas que após o baque inicial do festival de absurdos
torna-se uma obra relativamente bem estruturada. O início alto astral, com
direito a trilha sonora dançante, pode indicar uma inofensiva comédia
romântica, mas as aparências enganam. A trama nos apresenta à Jerry (Ryan
Reynolds), aparentemente um pacato operário de uma fábrica de banheiras, mas
que vive em constante acompanhamento pela Dr. Warren (Jacki Weaver), sua
psiquiatra, por conta de traumas da infância manifestados por seu dom (ou
maldição?) em ouvir vozes de animais. Recém saído de uma clínica, ele acaba
ficando obcecado por Fiona (Gemma Arterton), uma colega de trabalho que não
demonstra real interesse em ter um caso, mas quando finalmente aceita uma
carona acaba sendo morta brutalmente pelo rapaz. Isso mesmo! Por um mal
entendido, ela acabou faltando a um encontro e o sentimento de rejeição
perturbou ainda mais o cara que já não estava tomando seus remédios de forma
controlada. Influenciado por conselhos que parecem vir do além, Jerry deixa
seus instintos assassinos aflorarem ao atropelar um alce na estrada e assusta a
moça que tenta fugir, mas acaba sendo capturada e ele sem querer lhe dá o mesmo
destino que o animal.
domingo, 4 de agosto de 2019
UM DOMINGO DE CHUVA
Nota 6,0 Sem maniqueísmos drama recicla clichê do crescimento pessoal pela troca de experiências
Basta estender uma mão para
tentar mudar uma vida. No caso do longa Um Domingo de Chuva
a ajuda tem via dupla e ambos os lados se beneficiam. Reggie (Julian Skatkin) é
um menino prodígio e único filho de uma milionária que reside em um luxuoso
castelo incrustado em meio a agitada cidade Nova York, porém, é uma criança
solitária e reprimida. Órfão de pai, o garoto não tem do que se queixar em
termos materiais dos tratos de sua mãe, porém, ela fica a dever quanto a
carinho e dedicação sendo uma pessoa quase ausente em casa. Quando surge a
oportunidade de uma vaga para ser babá dele, a jovem Eleanor (Leighton Meester)
a agarra com todas as suas forças a fim de superar um mal momento. Musicista
desempregada e decepcionada após brigar com Dênis (Billie Joe Armstrong), seu
namorado machista, ela se vê obrigada a recomeçar sua vida do zero, mas o
convívio entre ela e o menino inicialmente não é dos melhores por conta de suas
personalidades opostas. Ele é inteligente e sério demais para a idade enquanto
ela é até bastante responsável, mas sabe levar a vida com mais leveza e alegria
apesar dos pesares. Obviamente, a convivência forçada acaba criando um grande
laço de amizade entre eles. O argumento não é lá muito original, de fato é bem
parecido com o de Grande Menina, Pequena
Mulher e de tantas outras produções que de tão genéricas até nos escapam os
nomes, mas se as comédias românticas reciclam ideias e por vezes alcançam
sucesso por que outros gêneros também não poderiam se beneficiar dando cara
nova a histórias batidas? Fugindo dos estereótipos da criança chata versus a
adulta infantilóide, o diretor e roteirista Frank Whaley, mais conhecido por
seu trabalho como ator em diversos seriados, soube usar o clichê a seu favor e
criou dois personagens bastante humanos, com doses semelhantes de defeitos e
virtudes, e de perfis de fácil identificação com o público.
sábado, 3 de agosto de 2019
PAIXÃO BANDIDA
Nota 1,0 Mescla de comédia romântica com ação policial resulta em algo insosso e sem propósito
Desde que o mundo é mundo as
histórias acerca de relações fraternas provam que, além de amor, podem ser
permeadas de ódio e não são poucos os casos que comprovam isso. É desse
argumento que parte Paixão Bandida uma comédia de
humor negro com toques de filme policial que foi enterrada pelo passar dos
anos. E com toda a razão. Contando com protagonistas hoje famosos, mas na época
engatinhando na profissão, é perceptível a falta de pulso na direção e na
condução da trama e o resultado é um longa medíocre e sem justificativa para
ter sido feito. Quando o casal Clayton se separa cada uma das partes fica com a
tutela de um filho, já que os irmãos nunca se deram bem. Sam (Vicent
D'Onofrio), o mais velho, fazia questão de aprontar o tempo todo com Jjaks
(Keanu Reeves) e a separação parecia a única maneira de manter as coisas sob
controle, isso até o casamento do primogênito quando eles se reencontram a
pedido da mãe após vinte anos de afastamento. O evento na verdade é uma farsa,
pois Freddie (Cameron Diaz), a noiva, está sendo obrigada a se casar. Ela é
acusada de desfalque pelos bandidos com os quais seu verdadeiro marido está
envolvido e precisa se unir a um pretendente rico para aplicar um golpe.
Abandonando o sonho de ir para Las Vegas e tentar a vida artística, ela acaba
aceitando se casar, mas o plano começa a ruir logo no dia das bodas. Basta
cruzar seus olhos com os de Jjaks para que a moça, sem saber que ele é seu
futuro cunhado, apaixone-se à primeira vista. E assim o reencontro dos irmãos
não é, como eles próprios previam, algo fácil e agora eles tem uma nova razão
para se odiar: estão apaixonados pela mesma mulher. Quando Freddie convence seu
verdadeiro amor a fugir com ela, o casal passa a ser perseguido por Sam e seus
amigos e começa a viver uma rotina de chantagens, trapaças e ataques de
violência.