NOTA 7,0 Através de quatro personagens fictícios, longa tenta expor os danos emocionais e psicológicos causados aos soldados da guerra ao terror |
Como era de se esperar, muitos filmes
foram realizados abordando os atentados de 11 de setembro de 2001 e o medo e o
preconceito que passou a assombrar o cotidiano dos americanos. Paralelo a isso,
um outro momento histórico, político e social estava sendo desenvolvido: os
plano de ofensiva dos EUA ao Iraque. Obviamente, produtores de Hollywood
estavam atentos e não deixaram os fatos esfriarem antes de os usarem como
matéria-prima para novos filmes, mesmo sem saberem qual seria o final deste
conflito. Muitas produções surgiram abordando principalmente o drama dos
soldados americanos que participaram das várias invasões, alguns inclusive sem
ao menos saberem o porquê de realmente se alistarem ao exército ou terem sido
convocados, mas é uma pena que boa parte destes títulos ficou restrito ao
mercado doméstico, assim bons produtos acabaram passando em brancas nuvens
pelos olhos do público. Esse é o caso do drama A Volta dos Bravos que
apesar do título não faz exaltação à carreira militar, tampouco a denigre,
apenas mostra a dura realidade daqueles que são obrigados a assistirem
diariamente atrocidades, conviverem com o medo de talvez não voltarem para casa
ou ainda sofrerem com a readaptação às suas vidas normais caso tenham sorte de
sobreviverem às inúmeras situações de perigo a que são expostos. Com direção de
Irwin Winkler, especialista na condução de obras de cunho dramático, a trama
co-escrita por Mark Friedman mostra as consquências deste conflito contra o
terrorismo para um grupo de soldados americanos e consequentemente para seus
familiares e amigos. Will Marsh (Samuel L. Jackson), Vanessa Price (Jessica
Biel), Tommy Yates (Brian Presley) e Jamal Aiken (Curtis Jackson) foram
informados que no prazo de duas semanas poderiam finalmente deixar o Iraque após
meses de dedicação e abdicação de suas vidas pessoais. Logo eles começam a
fazer planos para o regresso, mas a alegria não demora muito a cessar. Durante
uma ronda por uma cidade devastada pela guerra, o grupo é interceptado por
tropas inimigas que os atacam fervorosamente e neste episódio todos sofrem com
ferimentos, não só físicos como também emocionais, males de gravidade que
talvez até então não os tivessem atingido. É interessante observar que a fotografia
utilizada reforça o contraste da situação que será deflagrada. O Iraque é
retratado com cores quentes enquanto as ações em solo americano são captadas em
tons frios e acinzentados como se fosse uma analogia visual ao fato de que em
combate eles se sentiam como heróis e a volta para casa vivos, porém,
combalidos de certa forma, representaria uma espécie de fracasso.