Nota 8,0 Homenagem original à Elvis Presley, drama edificante acabou relegado ao ostracismo
Elvis não morreu. Pelo menos não
na memória de seus milhares de fãs. Será mesmo? Então como explicar o fracasso
da produção Um Estranho Chamado Elvis? Longe de ser uma cinebiografia, o
diretor David Winkler e o roteirista Jason Horwitch criaram em conjunto um
argumento bastante original para homenagear o astro da música. Desde que sua
esposa morreu em um acidente de carro do qual se julga responsável, Byron
Gruman (Johnathon Schaech) entregou-se à solidão como única forma de dar
sentido à sua dor. Ele abandonou seu curso de medicina, abriu mão da família e
amigos e a culpa o consome a tal ponto que nem mesmo teve coragem para
substituir a porta de seu carro destroçada no acidente. Um ano após o fatídico episódio,
o jovem passa os dias dirigindo sem rumo pelas estradas do interior dos EUA e
em uma de suas andanças ele encontra uma figura curiosa: um cinquentão de
cabelos pretos, com um avantajado topete, trajando jaqueta cor-de-rosa e
carregando uma placa onde se vê escrito a palavra Graceland. Ele pede uma
carona até a tal cidade, mas Gruman em um primeiro momento se recusa, pois é
avesso a companhias e não deseja de forma alguma voltar ao município de
Memphis, local onde perdeu sua esposa. No entanto, mesmo a contragosto, ele
acaba aceitando ajudar o caroneiro que se apresenta como Elvis (Harvey Keitel),
um homem que 20 anos atrás perdeu sua esposa, filha e a música que tanto
gostava, tornando-se assim um andarilho que viaja procurando ajudar pessoas com
problemas. Apesar de alguns momentos de lucidez, este homem ao longo do trajeto
tenta convencer o rapaz que realmente é o Elvis Presley, embora fisicamente,
exceto talvez o cabelo, não se pareça em nada com o ídolo. Todavia, ele diz que
precisa chegar a Graceland a tempo de participar de uma grande festa em sua
homenagem, justamente no dia 16 de agosto, a data oficial de morte do cantor.
Mesmo achando que está acompanhado de um piadista de marca maior, Gruman diz
que vai cumprir com sua palavra e até compra um livro sobre o Rei em uma das
paradas para testar os conhecimentos do cara que surpreendentemente acerta tudo
e sem engasgar em resposta alguma.